Pastelão

Não sei se é da sua época a série americana os três patetas, cuja comicidade era marcada pela extrema comédia pastelão e farsa física. Era muito engraçada, para a época, as trapalhadas que eles se envolviam.
Ontem à noite fomos surpreendidos pela eliminção da alíquota de IOF de 6% nas aplicações em renda fixa feitas por investidores estrangeiros, anunciada pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega. Se vocês se recordam quando da implantação deste imposto, o argumento era para combater a entrada maciça de dólares e mais recentemente, há menos de um ano atrás, o Ministro usou o termo "Tsunami Financeira" que comentei no post tsunami reversa.

Os argumentos agora são que "houve uma redução da liquidez internacional" decorrente da expectativa que o FED venha a desmontar os mecanismos de expansão monetária, vulgo helicópteros. É verdade que um movimento preventivo vem ocorrendo nesta direção, como apontei no post o-BCB-está-indeciso, a valorização do dólar americano contra as moedas dos países emergentes, mas o que ocorreu é que este imposto nunca deveria ter sido implementado, uma vez que nossas contas cambiais já estavam se deteriorando desde o segundo semestre de 2012.

A primeira reação do mercado foi uma queda do dólar que chegou à mínima de R$ 2,0836, mas para quem ficou mais otimista com esta medida sugiro cautela, pois primeiro não havia "fila" de investidores esperando para investir, ao contrário estávamos assistindo retiradas, segundo e mais importante, é que se antes da medida  algum investidor estava reticente em enviar seus recurso para fora, pois se posteriormente decidisse retornar teria que pagar o imposto, agora não tem mais este empecilho, ou seja, a medida pode ter o efeito inverso de motivar novos saques!

Ontem participei de um evento promovido pelo Banco BTG Pactual, o diretor da área de fundos, fez um breve relato das informações obtidas através das atas e declarações do BCB, no processo da queda de juros em 2012 e em seguida o movimento de alta recente. Não foi difícil de se deduzir a falta de estratégia daquela autoridade, com mudanças de posições em espaços curtos de tempo. Eu acredito que o corpo técnico é de ótima qualidade, porém não posso deixar de especular que tem muita gente "botando a mão no bolo".

Os resultados finais são claros, perdemos a chance de no passado gerar "pibões", e agora que as condições mundiais estão mais complexas vamos ficar felizes com "pibinhos" que ainda é melhor que "menos pibinhos". Se não fosse tão triste esta constatação poderíamos sugerir uma série para a TV, cujo nome poderia ser PaTetões!

No post luz-ou-trem-no-final-do-túnel eu propus uma estratégia arriscada de compra de dólar, caso o real chegasse a R$ 2,10 /R$ 2,11, como o primeiro preço negociado hoje foi R$ 2,0895 vou usar esta cotação, também vou definir um stoploss muito curto de R$ 2,07 por dois motivos: primeiro que não estou totalmente convencido conforme expliquei no post acima e segundo que sexta-feira tem anúncio da taxa de desemprego nos USA, e é este indicador que na minha opinião vai definir se os helicópteros continuam ou não, um resultado muito diferente do esperado pode ter reações mais expressivas do mercado.

O gráfico acima é da cotação do real num intervalo curto de 10 minutos, assim pode-se avaliar melhor o movimento do dia que o IOF caiu, agora que temos a posição, rumo aos R$ 2,25!

O SP500 fechou a 1.608, com queda de 1,38%, o real a R$ 2,1282, com alta de 0,14%; o euro a 1,3091, com alta de 0,10% e o ouro a US$ 1.401, com alta de 0,79%.
Fique ligado!

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