O BCB está indeciso

Em política monetária o Brasil está na contra mão, a maioria dos BC´s ou estão diminuindo ou mantendo os juros, enquanto nós por aqui vamos ter que subir. Isto é consequência de uma precipitação de quando o processo de queda iniciou-se em 2011, onde as taxas foram "derrubadas" de 12,5% a.a., para 7,25% a.a. num espaço muito curto, sem fundamentos para tanto. Esta atitude foi uma das causas pela elevação dos níveis de inflação, que estão no limiar de romper a banda superior estabelecida no programa de metas.

Hoje será anunciado o novo nível para a taxa SELIC e segundo informações a diretoria do BC está dividida em elevar 0,25% ou 0,50%, os diretores mais preocupados com o nível da inflação tendem para o nível mais elevado, enquanto os outros imaginam que o ambiente de incerteza internacional poderá trazer algum alívio à alta de preços. A Rosenberg, que vem fazendo um bom trabalho na leitura dos dados macro econômicos, está com um call de 0,50%.

Este momento me fez lembrar que quando eramos crianças, para decidir sobre uma dúvida apelava-se para: "Minha mãe mando escolher este daqui....." , Recomendo que se use o mesmo modelo pois pouca diferença, para não dizer nenhuma, terá qualquer uma das duas opções, o único impacto será da expectativa, pois uma decisão de 0,25% mostrará uma certa fraqueza. Uma vez que se existe meta de inflação, e ela deve ser seguida, o BC tem que elevar os juros até que ela se enquadre novamente, doa a quem doer.

Quanto ao real desde o último post crescimento-de-anão, ele vem se desvalorizando lentamente e ontem teve uma queda maior, penetrando no limite que lá mencionei. Hoje o mercado continuou com seu movimento de depreciação do real se aproximando do nível de R$ 2,10.
Outro fator que merece atenção é o fato do dólar estar se valorizando frente a todas as moedas dos países emergentes e produtores de commodities: dólar australiano, neozelandês, peso mexicano, Rand da Africa do Sul, dólar canadense e real, na sequência abaixo.


Como pode ser visualizado, desde de final de abril todas vem caindo, vejam que eu adaptei a cotação destas moedas, para que ficasse mais fácil a visualização.

Acima dos R$ 2,08 o real não tem muita margem de manobra e se as outras moedas continuarem na mesma trajetória é provável que a alta atingida no final do ano passado de R$ 2,14 seja testada e eventualmente rompida. Vou aguardar mais um pouco para um eventual reposicionamento, não que eu não espere uma alta do dólar em relação ao real como mencionei no post o-real-contra-ataca, mas esperava mais para frente.

As 12h00 o SP 500 estava a 1.640, com queda de 1,16%, o real a R$ 2,0935, com alta de 0,90%, o euro a 1,2953, com alta de 0,77% e o ouro a US$ 1.386, com alta de 0,52%.
A próxima publicação do mosca será depois do feriado, dia 03/06.
Fique ligado!

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