Os viciados


Líderes dos maiores bancos centrais do mundo indicaram que uma inflação baixa nas economias avançadas poderia prolongar a era pós-crise, das políticas de dinheiro fácil. Foi o que afirmaram neste domingo num seminário Internacional de bancos realizado em Washington.

Apesar de uma melhoria ampla na economia global, os salários e os preços ao consumidor permanecem teimosamente baixos, levando os bancos centrais a não se preocuparem com a remoção de suas medidas de estímulo com muita rapidez.

Suas preocupações contrastam com o tom geralmente positivo que prevaleceu durante as reuniões da semana passada do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Eles sugerem que ainda há trabalho a fazer para que a economia mundial fique bem próxima de uma década, após o início da crise financeira global.

À medida que a perspectiva melhora, muitos banqueiros centrais estão caminhando para reduzir seus esforços em impulsionar o crescimento. Alguns estão mais perto do que outros.

O FED vem aumentando lentamente as taxas de juros de curto prazo há quase dois anos, o Banco Central Europeu está se aproximando do ponto em que pode aliviar o estímulo econômico e o Banco do Japão não está nem perto de se recuperar.

No entanto, dirigentes de todos os três bancos centrais disseram que, níveis de inflação baixos poderiam impedir que se movessem com muita rapidez.

A presidente do FED, Janet Yellen, disse esperar que o banco central dos EUA continue lentamente a elevar as taxas de curto prazo, mas expressou cautela sobre o quanto a inflação baixa pode afetar esse caminho.

O FED está observando as pressões dos preços de perto, disse Yellen, já que a "maior surpresa na economia dos EUA neste ano foi a inflação". Administradores do FED dizem que o caminho da taxa de crescimento adiante dependerá de como a economia se comporta. Os preços ao consumidor nos EUA subiram 1,4% em agosto em relação ao ano anterior, de acordo com a medida preferencial do FED, e bem abaixo da meta de 2%. Janet Yellen disse que seu "melhor palpite" era que a inflação aumentará no próximo ano, à medida que o mercado de trabalho se fortaleça ainda mais.

Uma medida mais apurada da inflação extraindo itens sujeitos a maiores oscilações denominados de “stick” e “flexible” não mostram nenhum sinal de aceleração. Esses indicadores são úteis por que serão os primeiros a refletirem o impacto de maiores pressões salariais.


Apesar de uma reviravolta global, a inflação persistentemente baixa está fazendo com que os bancos centrais de economias avançadas se preocupem com a remoção de suas medidas de estímulo de forma muito complicada.


O FMI espera que a inflação nas economias avançadas cresça 1,7% nos próximos dois anos, abaixo dos 2% para os quais muitos bancos centrais da economia desenvolvida apontaram.

O lento crescimento da inflação, que confundiu investidores e economistas, é "algo que não observamos até então no passado", disse o ex-presidente do BCE, Jean-Claude Trichet. "Isso complica consideravelmente a vida dos bancos centrais nas economias avançadas".

O vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio, disse que o vínculo entre uma melhoria do mercado de trabalho e o aumento da inflação enfraqueceu ultimamente, o que levaria os bancos centrais a manter políticas monetárias frouxas.

A inflação da zona do euro foi de 1,5% em 12 meses, mas os diretores do BCE afirmam que poderia cair abaixo de 1% no início do próximo ano, devido à moderação dos preços dos alimentos e do petróleo.

A política do BCE de reinvestir seus ativos no vencimento "continuará até aviso prévio", disse Constâncio, chamando-o de "elemento importante" dos esforços do banco central.

Do mesmo modo, o presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, disse que a inflação fraca prolongaria a política expansionista do banco central apesar de uma economia crescendo.

"O Banco do Japão buscará consistentemente uma flexibilização monetária agressiva com o objetivo de alcançar o objetivo de estabilidade de preços o mais cedo possível", disse ele. "Alcançar o alvo de 2% ainda está muito distante", disse Kuroda.

Os preços ao consumidor no Japão, excluindo alimentos frescos, subiram 0,7% em agosto, em relação ao ano anterior, comparado a 0,5% em julho.

O Sr. Kuroda disse que as empresas que estavam relutantes em reduzir os salários durante a crise também estão relutantes em eleva-los hoje, eliminando a pressão para aumentar os preços. Do mesmo modo, os trabalhadores que valorizam o emprego estável são menos propensos a exigir aumentos de salário, disse ele.

O período prolongado de baixas taxas de juros aumentou as preocupações de que os investidores possam assumir muito risco ao oferecer preços mais elevados dos ativos risco.

"Existe a possibilidade de os participantes do mercado serem complacentes e não analisarem corretamente os riscos de preços", disse Kuroda.

A impressão que o Mosca tem sobre essas injeções de liquidez, dos diversos bancos centrais, são semelhantes à de um viciado que não consegue se desvencilhar das drogas. Enquanto estão sob o efeito das drogas enxergam o mundo de forma exuberante, entrando em depressão quando o mesmo cessa.  No caso financeiro as injeções de liquidez acabam tendo efeito similar a das drogas, aliviando as dores de uma eventual desaceleração econômica. Mas por outro lado, parece que o mundo não consegue se desvencilhar dessa situação, isso na visão dos bancos centrais. Porém, a realidade “saudável” é sem o estímulo e não com ele.

No post procura-se-inflação, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” estou trabalhando como cenário básico de queda a partir de agora. O primeiro nível a ser conquistado seria o de R$ 3,10, em seguida o rompimento da linha vermelha, apontada na parte inferior do gráfico. Porém um plano B é possível que levaria as cotações mais próximas de R$ 3,28” .... Estou publicado a seguir um gráfico de mais longo prazo onde fica evidente a letargia de preços recente.


Posso repetir a mesma observação feita na semana passada: ...” o dólar acabou não se decidindo em qual direção deseja caminhar no curto prazo. Os indicadores de momento se encontram neutros aceitando qualquer das hipóteses acima mencionadas. O gráfico a seguir, com informações de curtíssimo prazo, indica a formação de um triângulo” ... com uma diferença, o triangulo se alongou mais!


Até uma criança pode concluir que o final dessa manobra de curto prazo – triangulo - está para terminar. O que ninguém sabe é se vai romper para cima ou para baixo, embora a estatística diga que o mais provável é para baixo. Quero frisar que esse é um triangulo dentro do triangulo maior apontado no primeiro gráfico acima. Vamos ficar carques em geometria! Hahaha ....

Mesmo a estatística estando a nosso favor, vou propor a liquidação da posição nos preços atuais de R$ 3,16. Um dos motivos, é que essa posição existente há 3 meses, não foi suficiente para definir uma direção clara; segundo que estamos perto do stoploss sem muita margem de manobra para erros; e terceira que embolsamos algum resultado compondo o nível de preço e o diferencial de juros nesse período.

O SP500 fechou a 2.557, com alta de 0,18%; o USDBRL a R$ 3,1707, com alta de 0,83%; o EURUSD a € 1,1795, com queda de 0,23%; e o ouro a U$ 1.294, com queda de 0,75%.

Fique ligado!

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