Procura-se inflação
Hoje se comemora o Memorial Day nos USA, como de costume
nestas ocasiões o mercado permanece em banho Maria. Também a ameaça de mais um
teste por parte da Coreia do Norte acabou não acontecendo deixando o mercado
mais tranquilo, pelo menos por enquanto.
Enquanto corre solto
as apostas de quem será o (a) novo (velha) comandante do FED, vários diretores
dessa instituição reafirmaram na semana passada que os juros deverão subir na
reunião de dezembro. O mais interessante é que, antes dessa data, existe um
outro comitê programado para o final de outubro. Eu realmente acho intrigante o
porquê da escolha de uma data especifica para subir os juros. É verdade que
existe uma diferença entre ambas, a de dezembro é mais completa com a divulgação
de novas projeções econômicas bem como uma secção de perguntas e respostas.
O mercado como consequência já aposta quase que
integralmente na alta dos juros em dezembro com uma probabilidade de 80%. Por
outro lado, o juro de longo prazo, que é altamente incerto, aponta para uma
taxa neutra (r*) próxima de 0% - notem que essa taxa é medida extraindo-se a
projeção de inflação, ou seja, a taxa de juros real.
No campo da inflação, o banco Morgan & Stanley não tem
boas notícias. Sua projeção do PCE – medida de inflação utilizada pelo FED no
estabelecimento de sua política monetária, deverá sofrer queda até o final do
ano, conforme gráfico abaixo. Mesmo observando o que deverá ocorrer em 2018
parece pouco animador.
Um parâmetro com visão de longo prazo visa comparar o custo
unitário de produção com a inflação. No gráfico abaixo, essa relação pode ser
verificada no decorrer do tempo, notando que existe uma defasagem de 9 meses
entre elas considerada na ilustração. Ultimamente, esse primeiro indicador vem
apontando para índices inferiores o que deverá ter impacto negativo nos índices
de preços no futuro.
O tom em relação aos dados econômicos é mais otimista, o
índice de surpresas econômicas publicado pelo Citibank, teve uma recuperação
importante nos últimos meses, situando-se próximo de zero. Para entendimento do
leitor, esse índice é construído pela diferença entre os dados publicados e a
projeção feita pelos analistas.
Embora muita incerteza se pode inferir nas projeções do PIB,
o FED de Atlanta através de seu modelo GDPNow, está apontando resultados no 3º
trimestre, que estão oscilando. Neste momento, o nível se encontra em 2,5%,
dentro do intervalo projetado pelos analistas.
No post Cataexit fiz os seguintes comentários sobre o
dólar: ...” estou trabalhando como cenário básico de queda a partir de agora.
O primeiro nível a ser conquistado seria o de R$ 3,10, em seguida o rompimento
da linha vermelha, apontada na parte inferior do gráfico. Porém um plano B é
possível que levaria as cotações mais próximas de R$ 3,28” ...
Na semana passada, o dólar acabou não se decidindo em qual
direção deseja caminhar no curto prazo. Os indicadores de momento se encontram
neutros aceitando qualquer das hipóteses acima mencionadas. O gráfico a seguir,
com informações de curtíssimo prazo, indica a formação de um triângulo.
Como comentei algumas vezes, na formação de triângulos 2/3
das vezes tende a romper no sentido que prevalece que antecede, que nesse caso,
é de queda, enquanto 1/3 na direção contrária. Desta forma, a estatística está
a nosso favor neste trade, porém pode sempre dar zebra.
Nada a fazer no momento, apenas desejar que a estatística
funcione como o esperado. Essa definição não deve demorar, talvez nesta semana,
que é curta, já possamos saber. Quero enfatizar que mesmo no caso “B”, meu viés
de baixa do dólar não fica eliminado, pois no primeiro gráfico acima, um
triângulo maior também se forma.
O SP500 fechou a 2.544, com queda de 0,18%; o USDBRL a R$
3,1882, com alta de 0,98%; o EURUSD a € 1,1739, sem variação; e o ouro a U$
1.283, com alta de 0,71%.
Fique ligado!
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