O mundo do faz de conta


Depois de passar um tempo sem a rotina de escrever diariamente retorno as atividades normais. Acompanhei as notícias locais, inclusive sobre a decisão proferida pelo juiz Sérgio Moro decretando a prisão do Lula, bem como o bloqueio de seus bens. Esse fato viralizou nos meios digitais, com inúmeras menções elogiando a atitude do magistrado. Houveram, porém, alguns especialistas jurídicos alertando para possíveis manobras legais que poderiam liberar Lula a concorrer nas eleições de 2018. E mais uma vez a frustração recaiu sobre as pessoas de bom senso.

Nesse final de semana fiquei pensando quanto tempo ainda vai demorar para que as manchetes dos jornais sejam substituídas por notícias positivas. Sei lá, a descoberta de algum tratamento de saúde inédito; aumento nos números de vagas contratadas; a economia crescendo 4% a.a.; Brasil campeão do mundo e etc .... Qualquer coisa, menos notícias de corrupção e impunidade!

Sobre a possibilidade de Lula concorrer a presidência, vários especialistas citam sua pouca chance de vitória, dado o seu elevado grau de rejeição. Fico indignado, como um brasileiro poderia considerar votar numa pessoa tão mal caráter que destruiu nosso país. As evidencias são tantas que nem precisa ser um especialista para que se chegue a essa conclusão. A necessidade de educação da população brasileira ainda é enorme, a chamada ética não está sedimentada em nossa cultura. Vivemos num país faz de conta que está tudo bem!

O mundo está de férias, e nos meses de julho e agosto as pessoas no Hemisfério Norte viajam para a praia, não querem saber de muita coisa. Mas esse mês surpreendeu, alguns mercados se moveram mais do que se é esperado nesses períodos. Eu citaria em especial o dólar, e quero dizer o “dólar-dólar” que fez tanto sucesso no ano passado, e agora declina contra todas as moedas. Não que o Mosca não estivesse esperando, pois mantive uma posição altista no euro. Motivos existem: a aceleração da economia europeia que estava muito deprimida, é uma das razões; outra é o decepcionante governo Trump, um criador de casos que não consegue implementar nada de útil.

O FMI publicou suas previsões para o crescimento da economia mundial. O resultado pode ser interpretado sob duas óticas, se a comparação for em relação ao ano anterior melhorou, pois, a nova previsão é de 3,5 % contra 3,2%, agora se o enfoque for para 2018, considero a expectativa de 3,6% moderada. Moderada porque as economias desenvolvidas deverão crescer menos e o maior crescimento se deverá as economias emergentes conforme gráfico a seguir.


O FMI deve ter uma interpretação semelhante à minha ao sugerir que os países com demanda fraca e baixa inflação continuem suportando o crescimento através da política monetária e fiscal, além de advertir os bancos centrais quanto ao risco de subir os juros muito rapidamente, recomendação diretíssima ao FED.

Falando em FED está semana o Comitê de política monetária anunciará sua decisão na quarta-feira. Nada de importante é esperado. A revelação de como o FED pretende diminuir o seu balanço deve ser revelada na reunião de setembro, enquanto o possível aumento de juros na de dezembro. Tudo combinadinho! Hahaha ...

Uma pesquisa feita como os economistas revelou uma maior preocupação com o baixo nível da inflação, quando comparado aos resultados anteriores. Entretanto 2/3 dos respondentes acreditam que o FED não fará nenhuma mudança em sua linguagem.


Muito se tem discutido sobre esse assunto, e até o momento, tanto os economistas como o FED, tendem a considerar os últimos resultados inflacionários como temporários. O resultado tem intrigado os analistas, com taxa de desemprego atingindo seu menor nível dos últimos 16 anos, como poderia a inflação ter se mantido abaixo de 2% desde 2012.

 
Essa é a principal razão na grande distorção entre a previsão dos juros apontado pelo FED comparadas aos do mercado. Em algum momento essa discrepância será resolvida, ou com um recuo pela autoridade monetária ou por um ajuste nos contratos futuros de juros.

No post colapso-de-preços, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “eu indiquei uma área compreendendo os níveis de R$ 3,20 – R$ 3,40, onde tudo pode acontecer. O que eu quero dizer com isso é que o dólar poderá continuar nesse ritmo de sobe mais do que cai, atingindo, por exemplo, R$ 3,37. Nesse momento, seriamos levados a imaginar que agora vai, e, de repente, cai novamente para o nível de R$ 3,20” ...


...” O dólar ainda não atingiu a cotação de R$ 3,37, além disso anotei 3 pontos verdes superiores e 3 outros inferiores. Posso garantir que são os últimos, ou o dólar dará um salto já, já, ou a hipótese que levantei acima – de repente cai, vai acontecer. Além disso, acredito que será nessa semana” ...

Minhas observações se mostrarão corretas, bastou eu viajar para o dólar perder força. Para dizer a verdade, perdeu muita força, a tal ponto que minha projeção de queda abaixo de R$ 3,10 ganha novamente força. Vou sugerir um trade para venda de dólar conforme anotado abaixo.


Venda o dólar entre R$ 3,20 e R$ 3,22 com um stoploss a R$ 3,26, meu objetivo calculado é ao redor de R$ 3,00 – R$ 2,90, a ser melhor calculado.

- David, você volta é já me deixa tonto, eu estava esperando um preço bom para comprar dólar. Enquanto esteve fora bateu nos R$ 3,20 que você mencionou. Eu quase comprei, mas resolvi esperar, afinal você não tinha deixado nenhuma recomendação firme. Agora chega e sugere vender dólares?

Ainda bem que mantenho uma postura pragmática sem buscar justificar minha opinião através de análise fundamentalista, isso permite mudanças iguais a essa. Você me fez lembrar uma situação da minha vida profissional, onde certa vez, um colega ficou bravo por eu não dar nenhuma “dica”. Eu respondi que não tinha o costume de dar dicas, pois poderia mudar de opinião em 24 horas e não teria como avisa-lo, lembrem que não existia celular na época. Para aquele colega hoje, sugiro que acompanhe o Mosca, assim poderá entender porque não se deve dar dicas.

A tabela a seguir foi publicada no Jornal O Valor de hoje com a previsão do dólar pelos economistas de diversos bancos. Se o Mosca estiver certo, a maioria terá que justificar o porquê sua previsão não se concretizou.


O SP500 fechou a 2.469; o USDBRL a R$ 3,1455; o euro a € 1,1638; e o ouro a U$ 1.254.

Fique ligado!

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