Só para americano ver

A frase, "só para inglês ver" é usada em linguagem coloquial. Sua origem consta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "para inglês ver".

A cada três anos o Federal Reserve americano realiza uma pesquisa sobre as finanças dos consumidores, que contêm uma pilha de informações, desde o patrimônio até a sua renda. A de 2013, confirma a indicação que a ação do FED não está auxiliando o americano médio.

" Enquanto a intervenção do FED certamente impulsionou os preços dos ativos, a única realização tem sido um alargamento na riqueza dos 10% dos indivíduos que têm investimentos nos mercados financeiros. Onde estas intervenções tem falhado? No aumento da produção para promover maiores níveis de atividade econômica.
Com a maioria dos americanos vivendo acima de suas capacidades, a realidade é que o crescimento econômico ficará restrito a níveis baixos, assim como a poupança ao invés de ser usada em investimentos produtivos, será usada para pagamento de juros. Este problema não é só um tema dos USA, mas da economia global também. Depois de 5 anos de excessivas intervenções monetárias, dívidas globais ainda terão que ser resolvidas".

Estes são os comentários do analista Lance Roberts, que tem uma visão bastante cética quanto ao crescimento das economias mundiais, e acredita que não haverá recuperação, da forma como os analistas vêm esperando ansiosamente. Vejamos a seguir os motivos que o leva a tais ideias.

Embora a mídia continue venerando que a economia está se recuperando, a média do patrimônio dos indivíduos sugere o contrário.

Mas se este mesmo dado for estratificado em grupos, a história fica mais interessante.

Enquanto uma parte dos analistas vem associando a queda do participation rate., como consequência da aposentadoria dos baby boomers, não parece ser o caso quando considera-se a queda de patrimônio, no grupo entre 65-74 anos. É ainda mais terrível para os indivíduos entre 55 - 64 anos, cuja riqueza caiu quase 50%.

No quesito renda, houve uma queda de US$ 52.000 para aproximadamente US$ 47.000, atualmente, situando-se a níveis de 20 anos atrás.
De novo, a história aprofunda quanto visto por grupos etários. Interessante, o único grupo onde a renda melhorou seria para aqueles compreendidos entre 65 -74 anos, isto sugere que a queda no partcipation rate não é função da "aposentadoria" dos mais idosos, e estes estão trabalhando por necessidade e não por desejo.

Onde pode-se notar a ação do FED claramente, são nos indivíduos com renda superior a média, haja visto que detêm ativos que se beneficiaram das altas das bolsas e imóveis dos últimos anos.

Tudo isso ajuda explicar porque os americanos, mostrado numa pesquisa recente do Wall Street Journal, acreditam que a economia está indo na direção errada.


Enquanto os meios de comunicação financeiros insistem sobre a acensão do mercado de ações, o que está esquecido é que depois de dois períodos de baixa devastadoras, muitas famílias não têm mais a capacidade de investir. Além disso, a transformação nos últimos anos mudou as bases financeiras da economia como um todo. Isso sugere que o estado atual de crescimento esteja conosco por muito mais tempo que a maioria antecipa. Isso coloca também em dúvida quanto espaço o FED tem para extrair o seu apoio financeiro, antes das rachaduras na base econômica começarem a se alargar! 

Assim, na visão deste analista, a recuperação é só para americano ver! 

No post USA,USA,USA, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...O problema é qual a direção que o metal pode tomar daqui em diante. Para justificar o meu cenário original, é imperativo que as cotações ultrapassem US$ 1.270, e logo. Caso contrário, existem 2 pontos ainda, primeiro US$ 1.240 e por último US$ 1.180, sendo que a confiança na reversão (alta) vai minando conforme estes pontos sejam alcançados ... e publiquei o gráfico a seguir.

- Hahahahah... se ferrou David! Saiu da posição antes da hora!
Pois é amigo, a vida não é fácil, mas saímos com lucro, certo? Vamos retornar do porquê tomei tal decisão: Primeiro porque o movimento de longo prazo acredito seja de alta. Embora reconheça que não tenha muita utilidade neste momento, não posso deixar de considerar; e segundo que estamos numa correção, assim todo cuidado é pouco. Talvez minha única falha foi, conforme comentei em agosto passado no post Salvador-Dali-aplicado-finanças, foi não seguir meus indicadores de momento, que não apontavam alta: ... deveríamos permanecer na posição. O que me fez mudar de ideia? Por um lado, meus indicadores de momento não sugerem alterar o rumo,  porém não gostei do que está observado no gráfico de curto prazo a seguir... Fui levado por percepções e não pela técnica, estou pagando com parte dos lucros que poderia ter faturado.

- E agora, o que dizem seus indicadores de momento? Hahahahah...
Você está muito engraçadinho hoje, respeito! Hahahah.... Respondendo sua pergunta, ainda continuam apontando para baixo, porém o de curto prazo atingiu um extremo,. Nem que você queira me empurrar para vender, não vou, dinheiro não é capim! Além do mais, no fechamento ficou acima de US$ 1.240, assim, do ponto de vista técnico, não rompeu.


Existe uma formação de triângulo não muito comum, que pode ser o caso em questão, me explico, ao invés do ouro ter reagido ao nível de US$ 1.260, pode ser que aconteça no intervalo atual entre US$ 1.190 e US$ 1.240, como desenhei em vermelho. Uma das razões de minha desconfiança para tal, é o shape anotado em verde, deveria ser mais "decisivo" e está sendo mais "cauteloso". Agora, se mesmo assim, o ouro resolver romper agora os U$ 1.190, lamento, mas não vamos participar deste movimento. That´s it!

O SP500 fechou a 1.997, sem variação; o USDBRL a R$ 2,2971, com alta de 0,78%; o EURUSD a 1,2917, sem alteração; e o ouro a US$ 1.241, com baixa de 0,55%.
Fique ligado!

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