A matemática das dívidas

Que sufoco, quase fomos eliminados da Copa, não fosse Júlio César eu teria uma péssima notícia para dar. Fiquei surpreso com as críticas à nossa seleção, honestamente não achei que jogou tão mal assim. Talvez a diferença é que eu estou com uma visão mais pragmática, venho dizendo que o Brasil tem uma ótima defesa e Neymar, o restante dos jogadores enquadram-se no padrão dos outros times, assim com a contusão deste último, nada de muito importante aconteceu em nosso ataque. É isto que temos para oferecer, não esperem mais, o resto é torcida e vocês sabem bem que torcida não ganha jogo nem dinheiro nos mercados.

Mas o que realmente me preocupou, foram as declarações da equipe técnica onde na visão deles estaria havendo um complô para não deixar o Brasil ser hexacampeão. Isto é a atitude clássica de cover the ass e de não aceitar a realidade, espero que mudem de discurso e recomendo que eles ouçam as declarações do técnico do México, sobre o resultado da partida contra a Holanda, sujeito cativante! Não sei porque, mas fiquei com uma impressão negativa da equipe da Holanda, acredito que seja pelas declarações de seu técnico, e de alguns jogadores, torci para o México. Agora reparem como a Holanda tem feito seus gols decisivos no 2º tempo, e até mais perto do final do jogo, controle emocional?

- David, qual seria a péssima notícia se o Brasil perdesse?
Repararam como não se tem noticiado desgraças nos últimos dias? Que delícia! Será que elas diminuíram ou os bandidos estão acompanhando a Copa?

O tema de hoje é sobre dívidas, atualmente qualquer produto anunciado é acompanhado de algum tipo de financiamento. Que mulher não é empurrada à comprar uma bolsa em 10 vezes no cartão? Eu sugeri uma bolsa, pois não conheço nenhuma que não seja viciada em bolsas, vale um estudo pelos psicólogos! Hahahah... As compras são na sua maioria levadas pelo impulso, afinal uma bolsa, por exemplo, que custa R$ 1.000, pode-se comprar com um pagamento de R$100 por mês.

É neste momento que o consumidor deveria parar para pensar, pois imagino 2 situações possíveis: A primeira ele tem os R$ 1.000 na poupança e vai se beneficiar de uma compra com juros de 0%, neste caso não têm nenhum problema; a segunda situação é que esta compra será incluída em suas despesas mensais, e aí poderá gerar um problema.Se já não sobra nada de seu salário e você não cortar alguma despesa, esta compra vai entrar em seu limite de crédito, e caso os juros pagos forem superiores ao potencial aumento de rendas, vai criar uma bola de neve para o futuro.

Assim, comprar a prazo significa antecipar seu consumo futuro e se ele não pode ser antecipado, ou porque sua geração de renda não permite ou porque os juros são muito elevados, não pode comprar, e ponto.

Um raciocínio similar pode-se fazer para as dívidas dos países, assim se um país se endivida porque não quer que sua economia entre numa recessão, e busca fazer investimentos ou mesmo subsidiar o consumo, só vai conseguir voltar a níveis mais saudáveis, se a economia voltar a crescer. E se ainda assim, tiver que pagar taxa de juros mais elevadas que seu crescimento, o buraco aumenta mais rápido. Alguma semelhança com o Brasil? Toda!

O BIS, Bank of International Setllments, publicou seu relatório anual ressaltando que a euforia encontra uma "enigmática desconexão" entre os mercados e a economia. Neste extenso trabalho que pode ser baixado a seguir BIS - 84th Annual Report, a sua principal crítica é na conduta pelos Bancos Centrais de lançar helicópteros por todas as partes, ocasionado uma elevação global das dívidas ao redor do mundo, como pode-se verificar no gráfico a seguir. No eixo da esquerda estão a soma de todas as dívidas dos indivíduos, empresas e governos dos países anotados no rodapé. Já no eixo da direita pode-se observar o total destas dívidas em relação ao PIB, notem que subiram 40% desde da eclosão da recessão de 2008, observem também que a participação das dívidas dos governos se elevou em relação ao total.



No término do trabalho dizem que ninguém vai se importar até ser muito tarde, por uma razão simples:

“As history reminds us, there is little appetite for taking the long-term view. Few are ready to curb financial booms that make everyone feel illusively richer.  Or to hold back on quick fixes for output slowdowns, even if such measures threaten to add fuel to unsustainable financial booms. On the other hand, to address balance sheet problems head-on during a bust when seemingly easier policies are on offer. The temptation to go for shortcuts is simply too strong, even if these shortcuts lead nowhere in the end.”

Além do real temos posição no mercado de ouro e no post noise, elenquei dois cenários o "P" e o "B", nomenclatura que vou usar daqui me diante. No cenário "P" eu disse: ...uma alta até US$ 1.340/1.350, e em seguida uma queda até US$ 1.100/1.050, para depois o céu é o limite, rumo aos US$ 2.000! ... Vejam a seguir o desempenho do ouro desde então.

Parece que existe uma boa chance de atingirmos nosso ponto de venda entre US$ 1.340/1.355, agora não seja guloso, venda neste intervalo e não espere o máximo. Depois disso, vou poder analisar se o cenário "P" vai continuar valendo.

O SP500 fechou a 1.960, sem variação; o USDBRL a R$ 2,2135, com alta de 0,92%; o EURUSD a 1,3691, com alta de 0,32%; e o ouro a U$ 1.326, com alta de 0,88%.
Fique ligado!

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