Excesso de dívidas

Queria fazer uma retificação na informação postada ontem e-festa-continua, quando comentei sobre as reuniões do FOMC, eu disse que a próxima seria nos dias 15/16 de dezembro, quando na verdade será nos dias 29/30 de outubro, este fato não muda meu raciocínio, uma vez que não se espera nenhuma mudança no curto prazo, em função das paralisações de outubro.

Gostaria de aproveitar para comentar o relatório da Gavekal, empresa de pesquisa altamente conceituada, que têm uma visão diferente da minha, e de boa parte do mercado. Eles imaginam que o fato de o FED não ter retirado os helicópteros em setembro, foi por que o mercado interpretou erroneamente os sinais anteriores do FED, pois em sua visão, a autoridade americana sempre deixou claro que a retirada depende dos dados econômicos, e que Bernanke em setembro fez exatamente o que prometeu.

Usando esta premissa eles acreditam que é pouco provável que em dezembro haja qualquer mudança, mas não impossível, pois em sua leitura os dados de emprego publicados ontem não foram tão ruins, uma vez que a taxa de desemprego caiu para 7,2% e 600.000 empregados foram transferidos de trabalho parcial, para integral, além do fato, que as revisões estão sempre apontado para cima.


Acreditam também, que os políticos devem chegar a um acordo já em dezembro, virando o ano com este problema fora da agenda, assim Bernanke ao invés de deixar a batata quente para a Yelen, terminaria seu mandato com o reconhecimento que deixou tudo preparado para a retirada dos helicópteros.

Com exceção da costura política, que é imprevisível, o restante de seus argumentos faz sentido, vamos acompanhar os próximos capítulos desta novela, que está precisando de um Felix para imaginar soluções mirabolantes! Hahahahah....

Comenta-se que o processo de desalavancagem em várias regiões do planeta vem avançando nos últimos anos, diminuindo os riscos do sistema contra fatores exógenos. Entretanto na China, publicou-se hoje, que o Industrial & Commercial Bank of China, e seu quarto maior rival, baixaram nos seis meses deste ano, $ 3,65 bilhões de créditos em liquidação, uma cifra três vezes superior a do ano anterior. Isto foi suficiente para azedar o humor na região, fazendo com que as bolsas fechassem no negativo.

A dívida sobre o PIB, excluindo o governo e as financeiras, atingiu 207%, uma vez que o crescimento da mesma tem sido superior aos ganhos de produtividade, o que deixa os investidores preocupados com o crescimento de créditos ruins.

Outro local que o crédito vem crescendo continuamente é na bolsa de valores americana. Eu já comentei anteriormente que existe uma forma de comprar ações com crédito, a operação funciona da seguinte forma: o investidor, ou melhor, especulador ...Hahahah..., abre uma conta chamada de margin account, onde deposita $ 20(*) e isto lhe dá direito a comprar $ 100 em ações, se a bolsa sobe fica numa boa e sua alavancagem vai diminuindo, porém se cai, ou ele deposita mais dinheiro, ou suas ações vão ser vendidas para equalizar sua conta, daí em diante vocês podem imaginar. Veja a seguir, o gráfico onde compara o valor liquido da posição dos clientes e a evolução do SP500.
(*) - Os valores foram colocados para fins explicativos, não tendo relação com os dados reais.

É inegável que existe uma relação e notem que estamos no recorde histórico, isto não significa que a bolsa vai cair amanhã, mais está ficando muito perigoso, qualquer problema pode desencadear uma venda maciça que seria turbinada pela liquidação destas posições. Alguém falou onda C?

A situação está ficando complicada para o real, desde de o dia 07 de outubro ele está contido na região apontada abaixo.
No post inveja eu destaquei ...o que se considera um movimento terminal ...eu espero uma correção mais expressiva que a apontada antes, de R$ 2,27/R$ 2,29, por enquanto não dá para calcular. O que eu sugiro é uma operação muito especulativa que seria a compra de USDBRL, o nível não é muito claro, diria entre R$ 2,14/R$ 2,10. 

Do ponto de vista técnico é possível afirmar que esta primeira queda, de R$ 2,45 até R$ 2,15, está completa, seria mais "bonito" no intervalo apontado acima, mas nem sempre acontece do jeito que se imagina, além do que, alguns indicadores já apontam a esperada exaustão. Vocês poderiam me peguntar porque não me aventuro numa compra agora, afinal ainda teria um bom ganho se subir até R$ 2,34, a reposta é que eu odeio ondas B, elas são muito traiçoeiras, normalmente andam 2 passos à frente para repentinamente recuar 1 a 1,5.

Só vou entrar se o real chegar naqueles níveis de R$ 2,10/R$ 2,14, e se subir daqui em diante vou observar a tortura, para quem se aventurar boa sorte! Em todo caso, a definição não deve passar de 24/48 horas, a partir daí posso calcular melhor o intervalo que poderá ser atingido.

O SP500 fechou a 1.746, com queda de 0,47%; o USDBRL a R$ 2,1878, com alta de 0,73%; o EURUSD a 1,3778, sem alteração e o ouro a US$ 1.333, com queda de 0,51%.
Fique ligado!

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