Muitos furos na boia

Quando era criança, as câmaras dos pneus além de seu uso normal, serviam como boia, dependendo do tamanho, era até perigoso de se afogar ao invés de proteger. Nesta época os brinquedos custavam muito caro, e eu só ganhava nos aniversários, diferente de hoje em dia onde são mais baratos, mas também duram pouco tempo.

Como eram câmaras antigas facilmente furavam, quando isso acontecia buscava-se um corretivo, o problema é que se consertava uma e um outro furo aparecia em seguida e mais outro, até que perdia a paciência e jogava a boia no lixo. Bons tempos, pelo menos tinham muitas oportunidades de emprego!

-David, não entendi, o que o emprego tem a ver com o pneu?
Aguarde, você já vai entender.

Neste últimos dias, venho postando sobre a dificuldade na geração de empregos nos países desenvolvidos, estas dificuldades são oriundas de mudanças estruturais, tecnologias e sociais. Com frequência, são publicadas novas formas de produção e serviços, que têm como consequência a diminuição dos empregos. O Wall Street Journal publicou uma matéria onde um filho, daqui a duas décadas, pergunta a seu pai...Papai, o que era um motorista de caminhão?...Este artigo é sobre um novo equipamento comandado por computadores, que irão substituir os motoristas de caminhões nos próximos 20 anos, eliminando 5,7 milhões de empregos.

Outro fator que merece destaque é o demográfico que também tem impacto no emprego americano. No passado, esperava-se que um americano médio deveria estar se aposentando com 65 anos de idade. Alguns fatores estão retardando este momento, como o baixo valor poupado durante a vida profissional pela baixa dos rendimentos, maior expectativa de vida e a extensão do período em que os filhos permanecem morando com os pais. Este grupo aceita trabalhar por salários menores, o que vem dificultando a elevação dos ganhos médios dos trabalhadores.


O gráfico acima mostra claramente como esta mudança vem ocorrendo, dificultando a entrada no mercado de trabalho dos mais jovens.


E os salários se mantêm estáveis, com o mesmo valor, desde 2007.

Ben Bernanke deve sair do FED no final deste ano, e lutou com unhas e dentes para que a economia americana não entrasse em depressão, se olhado por este ângulo fez um bom trabalho, agora crescer a economia como antes e gerar empregos é muito difícil com todas estas restrições que eu venho expondo aqui. Parece a situação da boia que mencionei acima, a cada vez que uma é consertada, surge uma outra e outra, no meu caso eu trocava de boia, neste caso não dá para trocar, terá que ir consertando, ou a economia vai se afogar!
Como todo americano, o Bernanke terá que trabalhar para complementar sua aposentadoria e, talvez uma ideia é que ele faça um trabalho de salva vidas, de economia! Hahahah....

No post fim-de-férias, comentei que se o dólar ultrapassasse a cotação de R$ 2,28 (linha vermelha) deveria buscar o intervalo de R$2,35/R$ 2,40, conforme o gráfico abaixo.

Desde então, vem negociando perto da cotação de R$ 2,30 e preparando o "bote" para novas altas, veja a seguir.
 Neste gráfico, com uma visão de curto prazo, existem dois objetivos possíveis, primeiro no nível de R$ 2,345 e o outro  a R$ 2,38, depois disso espero uma retração do dólar, que vai depender do nível atingido. Como também comentei, não valeria a pena nenhuma aposta, pois estes são os níveis mais prováveis, mas é possível também um término ao redor de R$ 2,325.

O SP500 fechou a 1.690, com queda de 0,38%; o real a 2,3136, com alta de 0,77%; o euro a 1,3336, com alta de 0,22% e o ouro a US$ 1.284 sem variação.
Fique ligado!

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