Real : O fluxo mudou

Como fiz em algumas ocasiões vou começar hoje pelo futebol, o Santos foi eliminado da Libertadores, mas o que aconteceu com a máquina de fazer gols? Desde o início o Santos adotou uma estratégia arriscada quando decidiu manter o brilhante Neymar, ao fazer isto colocou todas suas fichas num único jogador, para que ele não fosse jogar no exterior. A vida social deste atleta, virou um inferno, não tem nenhum dia que ele não apareça na TV em alguma propaganda, e para um garoto de 19 anos este glamour, acrescido de seus ganhos financeiros, ocasionou um desvio de seu objetivo principal que é jogar futebol. Enquanto ele fazia gols, todos santistas ficavam felizes, mas agora que o menino está esgotado, o Santos virou um time desfalcado. Diferentemente o Corinthians tem um técnico excelente para comandar grupos, além de uma boa equipe, deu no que deu.

 Daqui para frente, durante a Libertadores, vou torcer pelo Coringão, acho que diferente da maioria dos torcedores, não tenho rivalidades com ninguém, quero futebol bonito, afinal aqui também vale o compromisso com o bolso, que neste caso é ser brasileiro!

Voltando ao nosso dia a dia, hoje chamou  minha atenção nossas contas cambiais. Nos gráficos a seguir, os dados estão expressos em média móvel de 20 dias, para evitar distorções pontuais, o período compreendido é desde o início de 2011.


O primeiro gráfico é do saldo comercial com o exterior, até meados de agosto o mesmo vinha num movimento crescente, embora a cotação do real não ajudasse mas os preços das commodities no exterior vinham numa escalada de alta, à partir dai houve uma piora marcante até o início deste ano, onde apresentou um movimento mais errático, porém positivo, impulsionado provavelmente pela depreciação do real.

No segundo gráfico parece claro que desde agosto do ano passado, a tendência de saldos positivos se reverteu, tornando-se negativa. Este movimento pode ser consequência das varias medidas que o governo tomou, no intuito de estancar a valorização do real. Com exceção do espasmo do começo deste ano, onde uma marola de otimismo tomou conta dos investidores estrangeiros, vem-se apresentado continuamente negativo.

Olhando à frente, pelo lado comercial dependemos bastante das commodities e com a desaceleração econômica que se vislumbra na Europa e arredores, não deveremos contar com muita contribuição,no financeiro devemos esperar uma sangria constante, embora até o momento nada de grave aconteceu. Entretanto, se ao invés de uma desaceleração o mundo passar por uma forte contração, o nosso BC vai ter que vender muitos dólares para que a cotação não dispare, tudo isso combina bastante com minha expectativa para o real elaborada no post Freud-explica.

Os mercados pensaram melhor sobre as considerações da reunião do FED e não gostaram, todos os ativos de risco tiveram uma performance bem negativa, e infelizmente nossas recomendações de venda sugeridas no post pacote-de-trades não foram executadas, em todo caso a direção estava correta. Vou manter por enquanto e caso haja alguma mudança eu informo.

O SP500 fechou a 1.325 com baixa de 2,23%; o real a R$ 2,0538 com alta de 1,42%; o euro a 1,2544 com baixa de 1,23% e o ouro a U$ 1.567 com baixa  de 2,36%. Nada bom!
Fique ligado!

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