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A culpa foi dos rôbos

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A queda das bolsas ao redor do mundo dominou o noticiário hoje. Para quem acompanha os mercados pode presenciar durante a tarde de ontem, num determinado momento, as cotações pareciam estar em queda livre, muito diferente do que ocorria alguns dias antes. E isso tem um grande impacto no emocional nas pessoas envolvidas nestes mercados. Novamente Nietzsche entra em cena, quem foi o culpado por tamanha mudança de humor? Os fundamentalistas tentam de todas as formas justificar. Os principais argumentos que notei foram: medo de alta da inflação, bolsa muito cara em termos de Valuation , e outros mais. Porém, para esse grupo aprece em seguida um dilema, como pode as bolsas cairem num cenário tão positivo para as economias? E mais, os lucros estão batendo recordes. Cada um busca o argumento que lhe dá mais conforto e pensa “ Ah bom, se aconteceu ------ então é logico que a bolsa teria que cair”. Outros se baseiam em argumentos técnicos e ficam mais conformados com esse tipo de re

Fuja do CDI

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Eu fico impressionado como algumas tendências em finanças demoram a sair da moda. O CDI, depois de vários anos considerado o melhor indexador para as aplicações financeiras, deixou de ser atraente. Mesmo assim, noto que a maioria das aplicações e indexadores dos fundos mantem esse parâmetro. Eu praticamente não tenho mais nenhum investimento indexado ao CDI. Vejamos o que diz a matemática, bem como as expectativas para o futuro. A taxa SELIC alcançou sem maior nível em julho de 2015 ao atingir 14,25% a.a. – que saudades! Hahaha .... Esse nível prevaleceu até outubro de 2016, quando o COPOM voltou a reduzir os juros básicos da economia. Desde então o BCB deve terminar o ciclo de queda de juros nesta semana levando essa taxa para 6,75% a.a., a menor taxa da história recente no Brasil. Para quem não sabe, a taxa do CDI é uma “irmã” mais novo da taxa SELIC. Enquanto o primeiro mede a taxa de troca de reservas entre os bancos lastreadas em títulos privados, a segunda tem a

O PIB americano explodiu!

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Os leitores do Mosca sabem que o mundo vem crescendo consistentemente. Para verificar as previsões, fui dar uma olhada na projeção do PIB elaborado pelo FED de Atlanta, para o 1º trimestre do ano. O resultado é impressionante 5.4%! Uallll É verdade que esse resultado é relativo somente ao mês de janeiro podendo alterar bastante, mas é um ótimo começo e difere significativamente em relação a previsão dos analistas que se encontra em torno de 2,5%. Lembrem que até pouco tempo tudo acontecia ao reverso, a estimativa dos analistas era sempre bem superior ao FED de Atlanta. Vamos acompanhar, o track record deles é bom. Um indicador evidenciando que os americanos foram as compras pode ser constatado ao comparar os salários recebidos em relação a sua poupança. Uma melhora notada ultimamente é a diminuição dessa diferença, bastante influenciada pela elevação dos salários. O ISM publicado nesta semana mostra que a Indústria se encontra em pela recuperação, cujo

A bolha estourou?

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O bitcoin não começou o ano bem. Alguns governos tomaram mediadas contra o uso das cryptocurrencies, e hoje foi a vez da Índia. O governo desse país tornou-se o último a declarar sua oposição aos pagamentos com bitcoin, dizendo que faria tudo o que estiver ao seu alcance para eliminar o uso de criptografia. "O governo não considera criptografia legal, nem moeda, e tomará todas as medidas para eliminar o uso desses criptográficos no financiamento de atividades ilegítimas ou como parte do sistema de pagamento", disse o ministro das Finanças, Arun Jaitley. No entanto, enquanto explora o bitcoin, anunciaram que a Índia adotaria os blockchain. "O governo explorará o uso da tecnologia blockchain de forma proativa para adentrar a economia digital". A notícia foi mais um revés para a criptografia, com o Bitcoin agora bem abaixo do seu nível de suporte recente em torno de US $ 10.000. Curiosamente, Ethereum foi amplamente poupado da recente queda, e continua a

Até a França

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Meus leitores mais antigos conhecem minhas considerações sobre os franceses. Ao trabalhar diversos anos no Banco Francês e Brasileiro aprendi a conhecer melhor suas características. Logico que nem todos são iguais. Posso dizer que não é fácil chegar-se a uma conclusão sobre um assunto, com um francês. As discussões se perdem nos detalhes e fogem do foco. Quando tudo parece incerto, mas uma decisão é necessária, eles pronunciavam a famosa frase Je vais réfléchir, ficando mais um tempo sem decisão. A diferença entre os alemães e os franceses é enorme, embora a Alemanha é um país sem graça e a França é maravilhosa. Uma recuperação econômica na França, anteriormente um dos principais retardatários da Europa, ajudou a ressurgir a zona do euro produzindo o seu maior crescimento em uma década, ultrapassando os EUA, no ano passado. A agência de estatísticas da União Européia publicou o produto interno bruto dos 19 países membros da zona do euro. O resultado foi de 2,5%, a

Cumprimentos, ou mão a obra?

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Amanhã será a última reunião presidida por Jante Yellen no FED. A professora, segundo a maior parte dos analistas, fez um ótimo trabalho. Mas seu chefe não acha, teve a oportunidade de renovar seu mandato, mas decidiu substitui-la. Jerome Powell, assume a partir de amanhã enfrentando um período com particularidades muito diferente de sua antecessora. Recentemente o objetivo da autoridade monetária era evitar a deflação a qualquer custo, valia tudo, até inundar o mercado com liquidez. A era que denominei de “helicópteros”, me utilizando do termo inserido no trabalho acadêmico de Ben Bernanke. A partir de agora será diferente, a maestria consiste em implementar uma política monetária usada em condições normais, evitando acelerar muito a alta de juros, sob risco de gerar uma nova recessão ou demorar demais e permitir a volta da inflação em níveis indesejáveis. Jerome Powell, tem um histórico bastante diferente de boa parte dos membros do FED. Normalmente são acadêmicos com f

A exuberância das bolsas é racional ou irracional?

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O ano começou de forma marcante nos mercados. O que até pouco tempo eram mercados com volatilidade extremamente baixa, foi substituído por movimentos direcional na maior parte dos ativos, onde destaco: dólar em queda generalizada, juros em alta na maior parte dos países desenvolvidos, e bolsas em alta. Comecei este ano muito cauteloso, mesmo observando uma euforia generalizada. Na semana passada me concentrei nos bonds estrangeiros, onde descrevi minha desconfiança que os juros são para cima de forma imponente. Por enquanto pelo bom motivo - crescimento, mas de olho se não evoluirá para o mau motivo – inflação. Hoje chegou a vez das bolsas de valores. Eu já comentei um momento ocorrido há 20 anos, quando a bolsa americana estava subindo com um movimento semelhante ao atual. Num belo dia, Alan Greespan, Presidente do FED, concluiu que aquele era um movimento perigoso e resolveu dar um aviso. Expressou de forma não muito tranquila essa alta, como Irrational Excuberance” .