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Dois Brasis

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Participei hoje da reunião mensal de conjuntura na Rosenberg. Tanto no setor externo como no setor interno as coisas caminham de forma tranquila. Os mercados desenvolvidos continuam melhorando de forma sistemática, em conjunto, os EUA e a Europa, o que é raro acontecer. Essas economias crescem, não de forma pujante, mas suficiente para animar os investidores. No Brasil parece que existem dois países, quando o assunto é político muitas dúvidas pairam no ar, não se o Temer vai ficar até o fim ou não, afinal quem gostaria de substitui-lo por um prazo tão curto, mas quem serão os protagonistas em 2018. Queria enfatizar algo que vem fugindo a mídia sobre as eleições de 2018, pois além da escolha de presidente, essa eleição irá englobar a escolha de governadores, deputados (totalidade da casa) e boa parte dos senadores, portanto, muita coisa poderá mudar no futuro. Já no campo econômico, tudo que não depende do legislativo diretamente – reforma da previdência – parece que estamos

Arrumado a casa

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Como de costume, a China permanece rumo aos seus objetivos sem grandes (nenhum!) questionamento político ou social. Fiquei pensando porque esse país não se ofereceu para abrigar os refugiados Sírios? Talvez com uma população de 1,4 bilhões de indivíduos é melhor fingir de morto. Também, se o sistema político deveria ser mais a direta ou a esquerda não faz parte de sua agenda, nem interessa. Não saberia dizer se a população tem este tipo de demanda, pois quem se atreve a contestar, as sanções são grandes. Por outro lado, um país que caminha firmemente a ultrapassar em tamanho a economia americana em alguns anos, crescendo de forma interrupta por décadas com níveis invejáveis, sucinta a dúvida se que os chineses não são felizes mesmo assim. Nesse conceito é importante considerar de onde vieram e aonde estão, e não uma comparação direta com um país desenvolvido. Mas muito se tem falado sobre a robustez desse crescimento, de tempos em tempos, ou melhor, quase interruptamente,

Pagamento por quilo

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Os analistas externaram opiniões positivas sobre o emprego americano publicado na sexta-feira. Entretanto, isso não foi suficiente para gerar uma onda de entusiasmo que fizesse o dólar subir de forma mais acentuada, ou projetar juros mais elevados. O gráfico a seguir aponta a probabilidade de alta na reunião do FED em dezembro. Outro dado que vem deixando os analistas bastante confusos é qual seria a razão na queda do participation rate, depois da crise de 2008. A ilustração a seguir apresenta a decomposição dessa variável em subgrupos. Como se nota a maior parcela se encontra em outros! Ainda sobre emprego, um estudo feito pelo banco Goldman Sachs mostra a correlação entre os dados publicados pela ADP e o divulgado pelo governo. Para minha surpresa, a correlação é zero! A estatística parece sólida, pois existem uma boa quantidade de observações, e mesmo na metodologia antiga, chega-se à conclusão que, não se deve considerar esse dado para uma estimativa do resulta

Copo ½ cheio ou esvaziando

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Alguns dados publicados sobre a economia brasileira mostram o distanciamento em relação ao resto do mundo. A ilustração a seguir mostra o nível de poupança comparado com outras regiões ou segmentos. Péssimo! Em seguida, e até mais importante que o dado anterior, o nível de investimento em relação ao PIB. Horrível! Embora os indicadores econômicos estejam contaminados pela pior recessão vivida no Brasil, tenho dúvidas se a recuperação esperada pelos economistas será alcançada. Ontem participei de um seminário organizado pelo banco Goldman Sachs, com palestrantes de expressivo peso na política nacional como, Geraldo Alkmin e Rodrigo Maia, além de autoridades governamentais como o Ministro da Fazenda Henrique Meireles e o Presidente do banco central do brasil, Ilan Goldfjan. Sai com impressão que muita incerteza paira no ar. No campo político, fiquei impressionado com a naturalidade que o Governador de São Paulo prevê a ida de Lula ao segundo turno, caso possa se

Vende-se helicópteros

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Um breve comentário se faz necessário sobre a votação de ontem no Congresso Nacional, onde os políticos decidiram barrar a denúncia em que a Procuradoria-Geral da República acusa o presidente Temer de ter cometido crime de corrupção. Com um placar levemente favorável ao presidente os deputados foram contrários à autorização para o Supremo analisar o caso. Os governistas querendo dar um ar de força, já começam essa quinta-feira buscando apoio para aprovar as reformas, que se encontravam paradas, principalmente a da Previdência. Mas será que existe chance de sucesso? Acho muito difícil. Com a decisão de ontem, fica praticamente acertado que Temer terminará o mandato em 2018, mas muito pouco poderá fazer. No meu entendimento a vitória obtida ontem tem um caráter mais pessoal que institucional, ao garantir que não corre risco jurídico até o final da missão. Por outro lado, o mercado financeiro deve encarar como positiva essa decisão, pois se não fosse assim, um novo períod

Contando os dias

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Como já mencionado anteriormente o mandato do Presidente do FED, Janet Yellen, termina no início de 2018. Muito se tem especulado sobre a intenção de Trump em mantê-la no cargo, porém esqueceram de perguntar se ela gostaria de ficar. Não tenho nenhuma informação sobre esse assunto mas presumo que não deveria continuar. Primeiro, ter um “chefe” ou promoter como Trump não parece ser algo motivador, basta ver o que ele anda fazendo com as pessoas que escolheu nesses primeiros 6 meses de governo, acredita que ainda está no programa The Apprentice. Segundo que, os próximos anos não serão nada fácil, uma vez que, a retirada da liquidez do sistema bancário, é algo inédito. Assim como os esportistas tem que saber a hora de parar e não ficar até o último minuto, um executivo do FED na posição de comando deve fazer o mesmo, sair como vencedor. Sua carreira profissional depois pode ser promissora, basta ver Alan Greenspan, que até hoje é consultado para palestras. Se minha especulaç

A macroeconomia está "démodé"

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O agregado monetário mais acompanhado pelos economistas é o M2 - anexei um link para quem quiser mais detalhes sobre todos Base_monetária . A definição de M2 é a representação do estoque de moeda, constituído pelo papel-moeda em poder do público, mais os depósitos a vista no sistema bancário, mais os depósitos a prazo neste mesmo sistema. Fui pesquisar em posts antigos a quantidade de vezes que fiz comentários sobre a queda do M2, posso dizer que foram muitas, desde 2013 já chamava minha atenção. O gráfico a seguir, contendo informações dos últimos 60 anos, não deixa dúvida de sua queda continua a partir da virada do século. Na academia se aprende que uma economia em expansão o M2 deve crescer afinal, os bancos tem mais demanda por crédito necessitando assim de recursos. Se pode questionar que a emissão de títulos privados substitui parte dessa demanda, porém as pequenas e médias empresas, bem como as pessoas físicas, não tem acesso a esse mercado. Até hoje não t