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A falta de um visionário

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Os leitores mais antigos sabem que meu smart phone não é da Apple. Anos atrás, fiz algumas análises técnicas sobre essa companhia que acabaram não acontecendo, é verdade também que parei de acompanhar suas ações. Hoje saiu uma matéria no Wall Street Journal que acredito ser de interesse dos leitores.  Na matéria econômica, nada está acontecendo. Além do mais, está próximo o início do período de férias no hemisfério Norte, onde existe uma desaceleração natural. A grande “tacada” da Apple foi inventar o smart phone através do lançamento do iPhone em 2007, revolucionando a maneira como as pessoas trabalham e se socializam. Também transformou a companhia de tal forma que nem seu fundador, Steve Jobs, poderia imaginar. Depois de 10 anos, o iPhone é um dos produtos que mais venderam na história, com um total de 1,2 bilhões de vendas, gerando uma receita de aproximadamente US$ 740 bilhões. Isso levou a Apple para estratosfera, abrindo novos mercados e gerando grandes negóc

Final imprevisível

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Assim como eu, vocês devem estar surpresos com a quantidade de acusações que se tornam públicas a respeito da corrupção generalizada vivida no Brasil nas últimas décadas. Desde a revelação da gravação de conversa entre Joesley e Temer, o rumo dos acontecimentos ganhou uma nova dimensão. Através de meios não convencionais, o dono da JBS vem surpreendendo dia após dia. Até o momento, quem se prestou a uma delação premida fazia suas confissões que logo se tornavam públicas. Em seguida, esses participantes, via de regra, saiam de cena e se limitavam a comunicar por meio de seus advogados que estavam colaborando com a justiça. Mas Joesley inovou, veio a público com novas acusações periodicamente, acirrando novas dúvidas. Também vem gerando especulações disseminadas, que estaria em combinado com o Procurador Janot, com objetivo de desestabilizar o atual governo. Dentro dessa linha, também causa estranheza o fato de poupar Lula. Em todo caso, não confio em nenhuma palavra desse e

O FED está desacreditado?

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Depois da última reunião do FED, onde a autoridade monetária reafirmou sua intenção de normalizar a política monetária, poucos foram os movimentos no mercado neste sentido. Em economia existe uma teoria muito conhecida com Taylor rule . Sua lógica diz que, quando o mercado de trabalho fica apertado, a inflação tende a subir. Esse modelo estima qual deveria ser os juros para evitar a alta da inflação. O gráfico a seguir assinala que os juros deveriam estar próximos de 4% a.a. ao invés de 1% a.a., uma diferença de mais de 3% a.a!   A professora Yellen, na secção de perguntas e respostas, disse que o FED acompanha e utiliza essa ferramenta no estabelecimento da política monetária. Disse também, que a inflação mais baixa observada recentemente é consequência de fatores idiossincráticos existentes na redução de custo das linhas dos celulares e dos remédios. O gráfico abaixo compara a inflação excluindo esses itens com a publicada. O mercado de trabalho está realmente

FED: double down

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Hoje foi publicado dois dados econômicos que não estavam de acordo com as perspectivas do FED. A inflação medida pelo CPI foi anunciada em 1,9% a.a., apontando uma queda em relação ao mês anterior de 2,2% a.a. Não bastasse só isso, as vendas ao varejo apontaram para uma queda de 0,3% em maio, só superada pela de janeiro de 2016. De uma maneira geral os últimos dados apontam na mesma direção de queda. A pouco tempo o problema maior era o soft data , porém o hard data agora acompanha a queda do primeiro, como o gráfico mostra a seguir.   Pela manhã, o mercado imaginou que o FED poderia dar um tom mais ameno em suas projeções futuras. Naturalmente, ninguém esperava que não fosse subir os juros. Para exemplificar essa afirmação, o gráfico a seguir mostrava as chances de mais uma alta de juros até o final do ano de 50%. Mas não foi o que aconteceu, e como no jogo de Black Jack, o FED resolveu fazer a jogada que se denomina double down – Essa é uma possib

Quando qualquer coisa é melhor que dinheiro

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Minha carreira profissional foi muito rica em termos de vivencias econômicas. Nos anos 80, o Brasil vivia um descontrole monetário ímpar, a inflação atingia níveis que beirava a hiperinflação, se é que não estava. Pouco antes de Fernando Collor ser eleito Presidente da República em 1990, a inflação estava em 80% a.m., o equivalente a 123.000% a.a.! As pessoas comuns perdiam um valor incrível de seu poder de compra, o salário pago no primeiro dia do mês, se não usado imediatamente, comprava muito menos produtos com o passar o tempo. Para quem possuía recursos já não era tão grande a perda, pois a existência de títulos indexados à inflação protegia parcialmente. Só para terem uma ideia, a BTN da época rendia inflação + 80% a.a. Uma dúvida surge de imediato para quem não viveu naquela época, qual o motivo de juros tão elevados nesses títulos? A razão era que parte desses juros servia para compensar a defasagem da inflação. Esses títulos, que se chamavam NTNS, pagavam a inflaç

O impacto do retorno

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O post traz hoje um artigo publicado no site The Irrelavant Investor que versa sobre o comportamento humano em investimentos. O autor fez a comparação entre dois investimentos após a crise de 1929, e como seria o comportamento do investidor para essas duas aplicações que obtiveram o mesmo retorno após 25 anos. Levaram vinte e cinco anos antes do Dow Jones recuperar o seu pico de 1929. Neste tempo, os Estados Unidos tiveram quatro presidentes diferentes e construiu-se a Barragem de Hoover, o Empire State Building e a Golden Gate Bridge. O Hindenburg explodiu, o F.B.I foi estabelecido, a bomba atômica foi abandonada, Jackie Robinson quebrou a barreira de cores, e o mundo experimentou sua segunda grande guerra. Só tarda um minuto a procurar esses assuntos, mas esses eventos realmente aconteceram em mais de treze milhões de minutos. É por isso que se diz que a história se perde nos gráficos. Todos nós jogamos no mesmo campo, mas cada um percorre rotas diferentes. Meir Statm

Theresa Mayday ou Maydie?

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Mais uma vez o mercado foi enganado pelas pesquisas. Desta vez foi novamente na Inglaterra, onde a Primeira Ministra Britânica perdeu sua maioria no Parlamento. Tudo se deve a uma jogada arriscada que Teresa May tentou, ao anunciar inesperadamente que estava dissolvendo o Parlamento e convocando eleições legislativas.  Sua aposta era vencedora: na época, ela tinha maioria no Parlamento, uma maioria pequena. Mas para enfrentar o Brexit queria uma maioria forte, por isso tentou esmagar o partido trabalhista e conquistar uma grande superioridade. Mas essa vantagem que a Primeira Ministra imaginou não se materializou e acabou com uma quantidade de assentos inferior ao que tinha antes da votação.   Em situações como essa o sistema parlamentarista tem uma desvantagem em relação ao Presidencialista, pois sem uma maioria, o Primeiro Ministro fica de mãos amarradas, sendo obrigado a negociar qualquer assunto. O esperado era que ela renunciasse, mas pelo que indicou, vai p