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Calar é ouro

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Meus pais passaram os horrores da II Guerra Mundial. Minha mãe principalmente só conseguiu sobreviver por sua força. Depois de terminada a guerra vieram para o Brasil buscando reconstruir suas vidas. Eu era uma criança quando aconteceu o golpe de 1963, percebia muita agitação em casa, mas não entendia direito o que estava acontecido. Depois o clima no país ficou muito tenso com perseguições e mortes de pessoas que se opunham ao golpe militar. Lembro bem das recomendações que meu pai fazia durante os jantares, quando algum assunto sobre o tema era comentado.  “ Não fale alto alguém pode estar escutando”. Eu pensava, quem poderia estar escutando? Veja, estou falando de situações que ocorreram nos anos 60, sem computador, celular, escutas, esses equipamentos faziam parte dos filmes de aventuras. Com o passar do tempo pude entender a razão da recomendação do meu pai. Para quem passou a beira da morte por qualquer palavra errada dita à um soldado alemão, ou entre conversas com am

Confusão no meio campo

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Ultimamente , algumas informações sobre a saúde da economia americana vêm apresentando informações dispares. As baixas temperaturas no EUA no começo do ano foi o principal argumento dos analistas para justificarem essas diferenças – hard data x soft data . Porém , passado esse período , ainda não se conseguiu chegar a uma conclusão se a recuperação em andamento está ganhando tração. A fim de justificar minha premissa, começaremos pelas duas pesquisas de PIB efetuadas pelo FED de Atlanta e New York. Relembremos que no trimestre anterior aquele apontava para um resultado de 0,5%; este para 3%. A primeira publicação oficial do PIB foi de 0,9%. O GDP agora calculado pelo FED de Atlanta, que apresenta um elevado grau de acerto, está indicando 4,1% para o PIB no trimestre em curso; muito acima da mais elevada projeção dos analistas de 3,5%. Já o seu “concorrente”, o FED de NY, aponta para um PIB de 1,9%. Parece que essas pesquisas não são do mesmo país!

A Alemanha entrou no vácuo da França

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Quem ainda tem dúvida sobre o impacto da economia na política, os acontecimentos recentes na Europa servem de exemplo.  Primeiro foi a eleição na França com uma vitória folgada de Macron, agora as eleições de um estado importante na Alemanha resultaram numa vitória, não esperada, do partido de Angela Merkel (CDU), o que parecia muito improvável há alguns meses. Como consequência, as chances de vitória da Chanceler Alemã nas eleições de 2017 aumentaram muito. Seu impacto não foi sentido somente nesse país o suporte para os partidos de extrema direita na região do euro vem declinando, diminuindo o receio do mercado quanto as eleições na Itália, onde uma mudança radical de governo parecia provável. O gráfico acima mostra uma divisão interessante quanto ao nível de suporte aos populistas, e boa parte se deve as diferenças no desemprego, principalmente entre os países da periferia e a Alemanha. A ilustração abaixo sobre o subemprego não deixa dúvidas sobre a supremacia

Se a moda pega ...

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Os bancos centrais têm sido os maiores compradores mundiais de títulos do governo, mas podem parar em breve - uma mudança de tendência para os mercados globais. No entanto, os investidores divergem sobre o que essa mudança vai significar. Muitos esperam que os rendimentos dos títulos possam subir e as ações caírem, alguns veem pouco efeito, enquanto outros sugerem que os investimentos mais arriscados, como títulos corporativos ou a dívida do governo italiano, vão suportar a pressão. Mas recentemente, os rendimentos das obrigações europeias de alto rendimento atingiram o nível mais baixo desde antes da crise financeira, num sinal potencial de que a ameaça de afrouxamento ainda não afetou os mercados. Quando a redução começar, os investidores poderão estar despreparados, e os mercados poderiam mover-se rapidamente. Em junho de 2013, o mercado foi surpreendido com a retirada de estímulo pelo FED, levando a uma venda rápida de títulos, que elevou em mais de 1 % os rendimentos

Pelo bom ou pelo mal motivo?

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O post de ontem é esclarecedor para quem quer entender melhor a alta do bitcoin o-dolar-black-dos-chineses . Ficou faltando uma boa dica para quem pretende viajar para a China. Recomendo levar um caixa adicional para ganhar um extra. Imagine que você tem US$ 5.000 para esse fim, ao chegar naquele país troque esses dólares por yuan, a moeda local, num banco. Pela cotação oficial vai receber 34.450 CNY. Com esses yuanes, troque por bitcoins, recebendo 3,2701. Essa quantidade de bitcoins trocada por dólares equivalem a US$ 5,807, 61, um lucro nada desprezível de 16%. Detalhe, pode se tornar um moto continuo, caso não haja restrição de valor para troca de dólares oficialmente. Está aí um bom negócio com baixo risco financeiro, se fizer uns 20 giros o resultado será superior a US$ 16.000, se ficar um ano, vai ficar rico! Hahaha ... Já comentei no passado minha nomenclatura quando um banco central inicia um processo de alta de juros. De uma forma simplista descrevo que pode ser pe

Bitcoin: O dólar black dos Chineses

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À primeira vista, as cenas do depoimento de lula ao Delegado Sergio Moro despertam raiva para uma pessoa minimamente informada. Aprendi junto a minha saudosa Terapeuta, que 80% das vezes que uma pessoa sente raiva da outra pelas suas atitudes, na verdade está sentindo raiva de si mesma. A razão é que inconscientemente espera-se que essa pessoa agirá diferentemente de seu padrão, mas ela não vai. O que assistimos ontem é mais do mesmo. O Lula é um sujeito sem caráter, característica dominante em psicopatas, além de covarde. Para defender sua pele, colocou toda responsabilidade em cima de sua esposa recentemente falecida. Não sentiu nenhum remorso, nenhuma lágrima durante o interrogatório. Isso só aconteceu quando meia dúzia de gatos pingados assistiram seu depoimento depois de terminado o interrogatório, onde aí sim chorou. Chorou por ter medo de ser preso! Pouco importa o que ele falou, na verdade não disse nada, afinal uma pessoa na sua posição não deve saber de nada, seg

Cuidado para não queimar a língua

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No post tropa-de-elite-3 , comentei sobre a baixa volatilidade que reina nos mercados financeiros, também frisei os motivos levantados pelo Deutsche Bank. Como a cada dia os recordes se sucedem resolvi parar de ouvir as justificativas dos analistas e considerar o que o mercado está nos dizendo. Ontem o nível do VIX, índice que mede a volatilidade da bolsa americana, fechou abaixo de 10%. Vou me deter um pouco neste conceito, pois acredito que os leitores possam ter dúvidas do que ele representa. Por exemplo, se esse indicador está em 10%, é esperado que a bolsa americana oscile entre a alta e a baixa dentro desse intervalo com 68% de probabilidade, no período de um ano. Para calcular em bases mensais divide-se 10 pela √12, resultando em 2,88%. Assim, a bolsa deveria ficar nesse intervalo durante o mês, também com 68% de probabilidade. No post acima comentei que uma das operações mais rentáveis nos últimos anos e a venda futura do VIX. O gráfico abaixo mostra o porquê d