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Trump está caindo na real

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Fazia mais de 64 dias que a bolsa americana não experimentava uma queda de mais de 1%. Como se pode verificar no gráfico abaixo, um recorde. Acho incrível este tipo de estatística, para que serve e porque o nível de 1% foi o escolhido? A única informação útil é que isso mostra o baixíssimo nível de volatilidade das ações. Mas ontem esse recorde foi quebrado, o índice SP500 caiu 1,2%. Como sempre tem que ter um culpado, no caso de ontem foi o Congresso americano. Existe um entendimento que para o plano de redução dos impostos os políticos querem a revogação (ou troca) do plano de saúde denominado de Obamacare, que deverá ser votado nesta quinta-feira. Parece que o mercado se conscientizou que o Trumpcare pode não passar no Senado e na Câmera. Esse primeiro percalço deve estar mostrando a Trump que governar um país não é a mesma coisa que ser o CEO de uma empresa, no primeiro é necessária habilidade política de negociação para conseguir seus objetivos. O mercado fina

Influência do passado

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O ser humano consegue se adaptar ao meio ambiente desde que não sejam em condições extremas. O mundo vive há quase uma década com muitos dilemas, tanto sociais quanto políticos, sendo seguramente o baixo crescimento o fator predominante. Mas, como tudo na vida, as coisas mudam e é isso o que comenta a última reportagem da revista Economist. Seu título já diz tudo: A economia mundial vislumbra uma ascensão sincronizada. Segundo essa reportagem, desde um pequeno soluço em 2010, os motores da América, Europa, Ásia e os mercados emergentes, estão funcionando em conjunto. Entretanto, uma rebelião política, nutrida por baixos crescimentos econômicos está se espalhando. Globalização está fora da moda. Essa dissonância é perigosa. Se os políticos populistas ganham crédito, tal qual Trump, suas políticas ganharão credibilidade, com efeitos potenciais desatadores. Transcrevo a seguir alguns trechos do referido artigo. ...”A última década foi marcada por falsas alvoradas, nas

Moscacoin

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Depois da operação carne fraca deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, a mídia detonou as empresas mais conhecidas, principalmente a Friboi. Também, não teria como ser diferente: com relatos sobre alimentos estragados, conluio com fiscais para liberação de produtos fora da especificação e até a utilização de papelão junto da carne; o que se poderia esperar? Contudo, tenho que confessar que não fiquei surpreso, não pelo fato em si, mas pela forma. Atualmente, o Brasil é um país de ética questionável, onde a corrupção está enraizada nos principais partidos políticos. Desde que a operação lavajato começou a ganhar força pelo engajamento cada vez maior do público, pessoas que se vêem envolvidas em situações de corrupção em seu local de trabalho, sentem-se mais confiantes de denunciar à Polícia Federal, que hoje é o órgão com maior credibilidade no país. Tudo isso que vem acontecendo, encaro de forma muito positiva. Se por um lado causa um choque nas pessoas, por

Inacreditável

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Por motivos pessoais, o post hoje se resume a alguns gráficos de interesse geral, seguida da análise técnica do dia. Abaixo temos um mapa mundial que está marcado de azul em uma área extensa, com uma minúscula em vermelho. Quais das alternativas abaixo você acha que é a correta? A)      Em ambas se fala a mesma língua. B)       Azul tem um PIB superior ao de toda a área vermelha. C)       Azul tem o mesmo número de habitantes que a vermelha. D)      Ambas possuem a mesma religião predominante. - David, agora você vem com pegadinhas? Ah é, então qual a resposta certa? Por incrível que pareça, a resposta é a C: têm o mesmo número de habitantes. Isso demonstra como a população é má distribuída no planeta. Um monte de gente junta de um lado e áreas gigantescas com pouquíssimos habitantes do outro. O gráfico a seguir mostra como títulos de empresas passaram para a mão dos estrangeiros. Antes, os preços desses títulos eram menos vulneráveis às oscilações do

Atlanta X Nova York

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Se você acha que o título de hoje é consequência de um jogo de futebol americano ou beisebol, não é o que aparenta. A batalha neste caso se refere aos FED regionais. O sistema de funcionamento do FED é bem diferente de todos os outros bancos centrais. Enquanto nesse país cada estado tem o seu próprio organismo de gestão, com equipe de economistas e levantamento de dados, nos outros países a autoridade monetária é centralizada num único órgão. É por esta razão que se observa estatísticas publicadas pelo FED de Atlanta, Nova York e etc ... O FOMC, comitê que decide sobre os juros, é formado pelos membros dos diversos FED, que são escolhidos para um mandato num sistema de rodízio. Assim, num determinado momento, nem todos os FED regionais tem membros votante no comitê. Os trabalhos publicados por cada um dos FED regionais são levados a sério pelo mercado, embora alguns tenham mais credibilidade que os outros. Agora, em quem acreditar quando na projeção de um mesmo indicador o

Deu "Y" de novo!

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Aos 45 minutos do segundo tempo, o comitê reunido do FED recebeu as informações sobre a inflação medida pelo CPI no mês de fevereiro. Embora a taxa mensal ficou em 0,1 % no índice cheio e 0,2% no que exclui gasolina e alimentos, as taxas anuais ficaram em 2,7% a.a. (a maior desde 2012) e 2,2%, respectivamente. Sob a ótica do FED, e considerando esse indicador, embora não seja o que a autoridade monetária usa para suas decisões, pode-se dizer que a inflação já se encontra no nível desejado. Contudo, recentemente surgiu um complicador adicional na empreitada declarada de aumento de juros; em curto prazo, a economia deu indicações de ter retraído. O gráfico a seguir, onde se plota o índice de inflação em conjunto com a expectativa do PIB publicado pelo FED de Atlanta, sugere um cenário nada benigno, o que se denomina em economia estagflação. Isso não é conclusivo no momento, apenas uma reflexão de um cenário possível, mesmo ainda considerado pouco provável. Os sal

FED: Estilo "X" ou "Y"

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Amanhã saberemos o resultado da tão esperada reunião do FED. Na verdade , todo mundo espera uma alta de 25 pontos na taxa de juros, o que não se sabe é o que os membros esperam para o futuro. Os últimos dados da economia apontam para uma recuperação e com taxas de juros tão baixas é de se supor uma normalização desse nível. O mandato do FED tem como objetivo uma inflação de 2% a.a. e o pleno emprego. Em ambos os requisitos, seu objetivo já está próximo. Porém, o mercado ainda não está totalmente convencido que essa recuperação é consistente. Isso se pode notar nas projeções de crescimento para os próximos anos e, como consequência, a taxa de juros que está implícita nos contratos futuros. Para o ano de 2017, hoje a probabilidade maior é de 3 altas de 25 pontos até o final do ano. O gráfico abaixo aponta como 60%. Isso já se modificou bastante se comparado com o que se esperava a 6 meses atrás. Outra forma de observar essa nova perspectiva é através dos juros rea