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Atlanta X Nova York

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Se você acha que o título de hoje é consequência de um jogo de futebol americano ou beisebol, não é o que aparenta. A batalha neste caso se refere aos FED regionais. O sistema de funcionamento do FED é bem diferente de todos os outros bancos centrais. Enquanto nesse país cada estado tem o seu próprio organismo de gestão, com equipe de economistas e levantamento de dados, nos outros países a autoridade monetária é centralizada num único órgão. É por esta razão que se observa estatísticas publicadas pelo FED de Atlanta, Nova York e etc ... O FOMC, comitê que decide sobre os juros, é formado pelos membros dos diversos FED, que são escolhidos para um mandato num sistema de rodízio. Assim, num determinado momento, nem todos os FED regionais tem membros votante no comitê. Os trabalhos publicados por cada um dos FED regionais são levados a sério pelo mercado, embora alguns tenham mais credibilidade que os outros. Agora, em quem acreditar quando na projeção de um mesmo indicador o

Deu "Y" de novo!

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Aos 45 minutos do segundo tempo, o comitê reunido do FED recebeu as informações sobre a inflação medida pelo CPI no mês de fevereiro. Embora a taxa mensal ficou em 0,1 % no índice cheio e 0,2% no que exclui gasolina e alimentos, as taxas anuais ficaram em 2,7% a.a. (a maior desde 2012) e 2,2%, respectivamente. Sob a ótica do FED, e considerando esse indicador, embora não seja o que a autoridade monetária usa para suas decisões, pode-se dizer que a inflação já se encontra no nível desejado. Contudo, recentemente surgiu um complicador adicional na empreitada declarada de aumento de juros; em curto prazo, a economia deu indicações de ter retraído. O gráfico a seguir, onde se plota o índice de inflação em conjunto com a expectativa do PIB publicado pelo FED de Atlanta, sugere um cenário nada benigno, o que se denomina em economia estagflação. Isso não é conclusivo no momento, apenas uma reflexão de um cenário possível, mesmo ainda considerado pouco provável. Os sal

FED: Estilo "X" ou "Y"

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Amanhã saberemos o resultado da tão esperada reunião do FED. Na verdade , todo mundo espera uma alta de 25 pontos na taxa de juros, o que não se sabe é o que os membros esperam para o futuro. Os últimos dados da economia apontam para uma recuperação e com taxas de juros tão baixas é de se supor uma normalização desse nível. O mandato do FED tem como objetivo uma inflação de 2% a.a. e o pleno emprego. Em ambos os requisitos, seu objetivo já está próximo. Porém, o mercado ainda não está totalmente convencido que essa recuperação é consistente. Isso se pode notar nas projeções de crescimento para os próximos anos e, como consequência, a taxa de juros que está implícita nos contratos futuros. Para o ano de 2017, hoje a probabilidade maior é de 3 altas de 25 pontos até o final do ano. O gráfico abaixo aponta como 60%. Isso já se modificou bastante se comparado com o que se esperava a 6 meses atrás. Outra forma de observar essa nova perspectiva é através dos juros rea

Estratégia Chinesa

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Enquanto o mundo ocidental se vê envolvido com embates entre o radicalismo de direita e a democracia, discussões entre qual política monetária a se adotar, riscos geopolíticos, ataques terroristas no varejo ao redor do universo, nada se ouve falar da China. Com a segunda maior economia do mundo, apresentando crescimento de botar inveja em qualquer político que almeja o poder, continua em seu caminho de crescimento e desenvolvimento, andando a largos passos para se tornar a número 1. Um país para se tornar uma potência são necessários 3 pré-requisitos:  extensão territorial, economia forte e um grande poderio militar. A China se enquadra em todos de forma não igual entre eles. Ela vem trabalhando para que sua moeda o Yuan se torne negociável nos mercados internacionais, abrindo mais uma porta importante, para demonstrar que possui uma economia robusta e fianças equilibradas, dando segurança aos investidores que desejam alocar seus recursos nesse país. Nem as provocações d

Mr. Trump: We have a (big) problem

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Logo que eu assumi o comando da tesouraria no Banco Francês e brasileiro, não entendia nada sobre como funcionava a liquidez do banco. Na verdade, eu era responsável pelo banco comercial, de investimento, leasing, e duas distribuidoras. Hoje tenho certeza que a direção do banco fez uma aposta de risco, um garoto de 28 anos para tocar tudo isso. Eu tinha uma mesa de operações com mais de 20 traders que, nos inícios dos anos 80, fechavam as operações por telefone. A maioria eram operações de over night, muito popular naquela época. A cada operação fechada, um boleto, se é que se poderia chamar aquele pedacinho de papel deste jeito, era passado para um controler que fica numa das bordas da mesa. O controle do lastro, uma vez que todas essas operações de trocas de reservas eram feitas através de lastro de títulos públicos com garantia, estava nas mãos desse rapaz que controlava o caixa e as posições de papéis. Naquela época já existia as LTNs e outro bastante conhecido era as NTN

Juros americanos a 6% a.a.!

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Pois é, não foi somente o Mosca que fez essas previsões em relação aos juros americanos. Recomendo aos leitores a releitura do post inflação-revanche , tema principal para 2017. Destaco alguns pontos desse material: ...”o primeiro, que eu só anotei porque faz parte do script, embora eu praticamente não utilize, é de 5% a.a.; o segundo, que indicaria uma correção "leve" 7% a.a. e o terceiro, mais provável, 8,5% a.a. Para dizer a verdade, teria que apontar também o de 10,5% a.a.” ... Jeffrey Gundlach, o guru do mercado de bonds americano, apresentou a seus investidores suas visões no último dia 07 de março. Vou separar aqui os principais pontos. Comentou que as economias atravessam o período mais sincronizado de melhoria dos últimos 7 anos. O índice de surpresas levantado pelo Citibank, que observa indicadores econômicos, está atuando conforme as expectativas. Vem subindo de forma estável nos EUA, na zona do Euro, nos mercados emergentes e em outras economi