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USexit

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Todos nós fomos surpreendidos pela vitória de Donald Trump. Como isso foi possível depois das pesquisas darem como certa a vitória de Hillary? A primeira reação é ficar p&*% da vida com os institutos de pesquisa. Pela terceira vez nos últimos meses eles erraram em 3 importantes ocasiões: Brexit, plebiscito na Colômbia, e agora a vitória do Trump denominada pelo Mosca como USexit. Primeiro, quero explicar o motivo que me fez associar esse evento ao da Grã-Bretanha. A meu ver, existe algo em comum nos casos citados acima: o mundo está clamando por mudanças em seu regime político; onde o liberalismo perde para o radicalismo de direita. Depois, como os resultados das pesquisas puderam estar tão errados? Lembrei-me de um caso que estudei quando estive na Stanford University. A Ford fez uma pesquisa antes do lançamento de um dos seus maiores sucessos de venda, o Mustang, onde levaram alguns potenciais compradores do carro a um evento em que se encontravam os modelos cupê

Desafiando o Mosca

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Quem acompanha o Mosca nesses últimos 5 anos sabe dos inúmeros posts que publiquei alertando para o excesso de liquidez que o mundo vive. Tudo começou com os helicópteros do Bernanke que foram copiados por outros bancos centrais ocidentais: Europa, Japão, Inglaterra, Suíça; entre outros. Embora boa parte desses programas tenha terminado, seus efeitos continuam, uma vez que, a liquidez injetada permanece no sistema. Esses excessos de recursos geram distorções e especulações em diversos mercados, sendo os mais intuitivos os mercados de bolsa e títulos. Já vi de tudo nos meus mais de 40 anos no ramo. Ou melhor, achava que havia visto até que uma matéria do Wall Street Journal chamou minha atenção. Seu título é, sui generis, “especuladores cheiram lucros no mercado Chinês de alho”. O gráfico abaixo não deixa dúvidas que o preço em yuans dobrou em um ano. Ao ler a matéria, conheci os argumentos para tamanha explosão nos preços, sendo o principal motivo a queda na ofe

China: circulo vicioso ou vituoso?

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O final de semana foi bom para a candidata Hillary. Os principais institutos de pesquisa lhe deram vantagem em relação ao seu opositor e o FBI, em suas investigações relativas a seus e-mails, disse não ter nada a comentar. Os mercados reagiram a contento, onde o trade mais claro de Trump ou ganha ou não ganha, como o peso mexicano, já apresentava boa valorização de 2% nas negociações da Ásia. Em situação normal de temperatura e pressão parece que a vitória de Hillary está próxima. Segundo o site Five Thirty Eight , esse favoritismo pode ser inferido a partir da figura abaixo. Espero que ele mantenha seu track record de nunca ter errado! Acredito que as atenções se voltarão para a China, onde uma série de dados econômicos será divulgada ainda nessa semana. O banco Goldman Sachs publicou através de um estudo realizado em junho que a dinâmica da moeda chinesa (yuan) está vinculada aos acontecimentos nos USA. A figura aponta para um FED mais Hawkish, indicando um círcul

Fim de semana sem fim

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Este será o último final de semana em que a dúvida ainda paira no ar: Trump ou Hillary? Não me lembro de nenhuma eleição presidencial mais confusa que a atual. Recordo-me que no ano 2000 a disputa entre Bush e Gore foi levada a corte Suprema dos EUA, em função de uma vitória apertada de Bush no estado da Flórida por uma pequena margem de votos. Essa disputa deslocou a decisão que seria anunciada em novembro para meados de fevereiro do ano seguinte. Mesmo com toda essa bagunça, a oscilação do índice SP500 ficou contida em meros 3%. Hoje, a situação é muito diferente. Enquanto no passado era um problema de cunho partidário, não envolvia candidatos malucos, no caso atual, uma vitória de Trump pode significar algo terrível para os mercados: o desconhecido. Eu até acredito que ele não vá cumprir metade do que promete, caso seja eleito; contudo, as decisões não dependem apenas dele. Um indivíduo com atributos narcisistas e psicopatas pode promover um grande estrago, vide o exemplo

Escravidão remunerada

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A vida dos economistas não está nada fácil . C onfesso que se min ha formação original fosse nessa área , teria grandes dificuldades de explicar as enormes distorções que ocorrem atualmente. Por exemplo: Por q ual razão , com essa enorme injeção de liquidez pelos maiores bancos centrais do planeta , não   estão conseguindo ativar a economia e , o que é pior , nem elevar a inflação que se encontra muito baixa .     Por que os baixos níveis de desemprego não estão criando escassez de mão de obra que   deveria resultar em salários mais elevados? A taxa de desemprego vem caindo na maioria dos países desenvolvidos como os EUA, Japão e mesmo em alguns países da Europa , como se pode verificar na Alemanha.   Sobre esse assunto, ontem foi publicado o ADP – proxy do resultado a ser publicado nessa sexta-feira relativo ao desemprego nos EUA.    Entretanto, será que esse dado é de importância para o FED no atual estágio, com uma t

de dedos cruzados

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Amanhã, o FOMC se reúne nos EUA para anunciar sua decisão se vai ou não elevar os juros. Eu sou capaz de apostar o que não devo que, na melhor das hipóteses, os membros do comitê indicarão que de dezembro não passa. Contudo, faltando apenas uma semana para as eleições americanas, ninguém é louco de propor qualquer mudança no momento.   Comentei ontem que as chances maiores de vitória era de Hillary Clinton (citando as previsões do site Five Thirty Eight ,, mas hoje pela manhã a agencia ABC/WaPo/Langer Research anunciou que a candidata perdeu sua enorme vantagem de 13% apontada na semana passada e o resultado se inverteu dando uma vantagem de 1% a Donald Trump. O gráfico a seguir tem um erro onde as percentagens mais recentes estão invertidas – enquanto o gráfico mostra Trump 45% e Hillary 46% , na realidade é o inverso. Até entendo o erro, pois o responsável por elaborar a figura não devia estar acreditando no que via! Hahaha ... Provavelmente, os membros do FED ao receber