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Hoje e agora

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Desde o ano passado eu tenho frequentado alguns cursos de pós-graduação na FEA. Logo de início, ao me deparar com o Campus da Cidade Universitária, fiquei triste ao ver que a POLI – Escola de Engenharia da USP encontra-se exatamente igual, como há 45 anos. As instalações estão idênticas e sem muita manutenção. Dentro de minha vida acadêmica estive no exterior em duas oportunidades, na Stanford University, e na London School of Economics, que diferença! Ao iniciar as aulas, percebi que estava enferrujado. Embora eu tenha uma sólida formação matemática, os modelos evoluíram muito, o que era de se esperar. Mas consegui acompanhar, pois minha experiência profissional contrabalançou. As aulas foram e estão sendo ótimas. No semestre passado fiz um trabalho que ainda pretendo publicar sobre o IPO dos bancos brasileiros, ficou muito bom, obtive qualificação máxima! Um subproduto dessa minha ação é a convivência com os jovens. Isso para mim é altamente motivador, sempre goste

Depressão pós impeachment

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Depois da tão esperada votação do Senado para aprovação do afastamento da Presidente Dilma, seu pronunciamento possui os mesmos argumentos sustentados até agora. Para dizer a verdade é ainda pior, ao dar um tom “rebelde”, lembrando sua época de tortura na ditadura militar. Ex- Presidente, você deveria estar comandando uma nação! No que serve seu argumento que foi um golpe, ao negar as provas expostas pelo executivo, que por larga maioria comprovou seu crime de responsabilidade? Golpe seria, caso continuasse a governar sem nenhum apoio! Mas há de se dar um pequeno valor em seu discurso, quando assumiu que cometeu erros. Mas será que ela acha mesmo? Duvido! Vou encerrar as narrativas sobre a Dilma, pois daqui em diante, cada dia menos ela será ouvida. Rei morto, rei posto! Por outro lado, Temer sai da figura de ouvinte para a de protagonista, e seu relógio já está marcando. Ele terá dois anos e meio para mostrar serviço, caso a assombração não retorne. Sua equipe eco

O dia D

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Hoje é o dia D de Dilma. Michel Temer deve assumir a Presidência interina do Brasil. Já não era sem tempo, passados pouco mais de um ano que o país está sem rumo. Isso não significa que tinha antes. Os empresários estão de braços cruzados aguardando uma nova equipe para tomar as medidas certas. Não é só da figura da Presidente que vamos nos livrar, o seu partido, o PT, está totalmente desmantelado e com um apoio mínimo de outros partidos. Do ponto de vista político o erro foi ter um único nome, Lula. Como uma empresa que depende de um só cliente, mais dia menos dia, sucumbi. Seu ressurgimento só acontecerá se Lula puder de reerguer, o que eu duvido muito, o mais provável é que a partir de amanhã, Moro entra em cena novamente. Do ponto de vista de gestão, o PT não estava alinhado com os objetivos do país. Com uma ganância e arrogância ímpar, acreditou que poderia assaltar todas as empresas para se perpetuar no poder. Agora fica claro, por exemplo, porque Guido Mantega per

Suicídio Político

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Talvez todos sentimos vergonha pela atitude intempestiva do Presidente interino da Câmera de deputados, Waldir Maranhão, afinal foi notícia em todo o mundo. Mas honestamente consigo entender sua atitude, lógico isso não significa que faria o mesmo. A primeira pergunta a ser feita é, como ele pode se eleger? Um Congresso é o espelho da população do país. Assim, a resposta à essa pergunta pode ser porque o eleitor brasileiro é despreparado na escolha seus representantes, ou eu que penso de forma muito diferente da maioria da população. Acho que ambas são corretas. O outro é um fator emocional, se vocês lembrarem quando Eduardo Cunha foi removido de seu cargo, a grande maioria dos deputados disse que Maranhão não tinha condições nem competência para assumir a Presidência da Câmera. “Magoei! ” deve ter pensado. Numa atitude emocional, quis mostrar para todos que ele não era tão incompetente assim e por outro lado, sabia que tinha muito poder nas mãos. O JEC, José Eduardo C

Polarização: Uma tendência Global

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Um relatório elaborado pelo estrategista do Citibank, Matt King, tem como título uma colocação perturbadora: “Quando a sabedoria das multidões se torna um rebanho descontrolado”. Nesse documento deixa de lamentar o fracasso do planejamento centralizado, e em vez disso, passa a destacar algumas das consequências diretas da vida, num mundo em que os eventos extremos estão se tornando cada vez mais comuns, em tudo, nos mercados, economia e eleições – no qual Trump é extremante grato. Ele demonstra suas ideias com uma série de gráficos, dos quais eu escolhi alguns para não tornar este post muito extenso. Incialmente seus argumentos concentram-se nas polarizações. O gráfico a seguir mostra como as grandes empresas estão dominando as pequenas. A polarização pode ser vista também nos salários – não somente nos USA, mas na maioria dos países desenvolvidos. E nos mercados com a medida das correlações vistas nas ações. Em seguida mostra como é sem sentido qualquer

Choque de Cultura

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É verdade que a criação de empregos nos USA vem registrando resultados positivos, com 200 mil vagas mensais é suficiente para não criar um problema de desemprego. Por outro lado, uma grande proporção dos americanos saiu do mercado de trabalho, ocasionando uma queda no participation rate.  O que estão fazendo estes americanos, ainda é um mistério. Mas se tem algo que não se pode ter dúvidas, é a crescente substituição de postos de trabalho humanos por robôs. O Bank of América elaborou um relatório onde aponta que a evolução tecnológica é negativa para os trabalhadores: Tentativas em resolver a desigualdade via aumento do salário mínimo, fará com que, provavelmente, acelere a automação. Vejam no gráfico a seguir, o elevado crescimento do uso de robôs na indústria esta década, e a estagnação no emprego das fábricas; o aumento do uso de robôs e AI – inteligência artificial, pode também estar reduzindo as expectativas de salários, ajudando a explicar porque a taxa de poupança c

Sem confiança

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Certa vez quando eu era responsável pela gestão da carteira de renda fixa da Planibanc, tomamos uma decisão que custou caro. Naquele momento, por razões que não me recordo, as taxas de juros pré fixadas começaram a cair significativamente. Nós acreditávamos nesse movimento e resolvemos comprar títulos com esse indexador, dado que nem existia mercado futuro. Depois de consultar vários bancos, o único que se dispunha a captar nesta modalidade era o Bamerindus. Existiam alguns rumores na época que ele não estava bem das pernas. Mas nós acreditávamos que ganharíamos com a queda dos juros, e resolvemos apostar. As taxas realmente caíram, porém passadas algumas semanas, o boato se intensificou, e ficamos preocupados com o crédito. Decidiu-se vender a posição, mas o único comprador era o próprio banco que buscava dar liquidez ao mercado. A taxa oferecida nessa situação foi “salgada” levava o lucro que havíamos feito com a posição e mais um pouco. Vendemos mesmo assim. A lição f