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Mosca sub judice

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Hoje vou dedicar o post para tratar de uma tendência que venho observando. Com certa frequência, ao encontrar com assíduos leitores do Mosca, eles fazem comentários do tipo: ... "você não tem indicado uma direção, pois diz que, caso não suba devera cair"...; ... "está com medo de botar na reta?"... Fiquei preocupado, pois percebi que não devo estar me comunicando corretamente. Mas se é assim que estou sendo percebido, a falha é minha. É difícil explicar análise técnica de uma forma simples, primeiro porque a grande maioria das pessoas tem desconfiança desse método, e segundo que não é um modelo fechado, depende da interpretação do analista. Em todo caso vou tentar. Eu uso basicamente dois modelos, se é assim que posso chamar: Elliott Waves e Momentum. Elliott Wave  - Esta técnica parte do principio que os movimentos acontecem segundo cinco ondas de alta ou baixa, intercalo por três ondas de correção. As ondas guardam proporções segundo  múltiplos baseados na

Excesso de pessimismo?

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O ambiente está tão ruim por aqui que só se esperam notícias ruins, e olha que não têm faltado. Mas como tudo na vida, são ciclos que tendem a se alternar. Ontem passou desapercebida a publicação do IPCA, índice de inflação de agosto, 0,22%. Não que esse número indique uma reversão do processo inflacionário, mas pela trajetória do dólar, é esperado que exerça pressão nos preços. A taxa anual ainda está num nível totalmente fora do limite superior estabelecido pelas metas do Banco Central, recuando marginalmente para 9,5%. O recuo deveu-se especialmente a descompressão no grupo de alimentos, habitação e transportes com uma forte queda em passagens aéreas, também quem pensa, ou melhor, pode viajar nos dias de hoje? Outro fator importante é o índice de difusão que permaneceu estável em 65,1%. Os preços livres tiveram descompressão no mês passando para 0,18% e a taxa anual permaneceu estável em 7,7%, nível ainda muito elevado e que merece acompanhamento, pois é onde poderá haver con

Reprovado!

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Finalmente a tão esperada perda de grau de investimento aconteceu. Ainda faltam as outras duas agências, mas não se pode esperar que tenham uma reação diferente da Standard & Poor´s. Um recado que foi dado por essa agência foi a de colocar o Brasil em perspectiva negativa, o que quer dizer claramente, mãos a obra rápido. Primeiro é importante que se entenda como são as classificações de risco e o que elas implicam. Como podem notar é quase um abecedário! Hahahaha... Com o rebaixamento o Brasil voltou para o lugar em que sempre esteve antes 2008. A maior implicação é que, vários fundos de investimento em seus regulamentos não permitem investir em títulos sem grau de investimento. Isso não necessariamente significa que hoje uma batelada de papéis de empresas brasileiras serão liquidados, pois, uma coisa é a classificação de risco soberano do país outra coisa é a classificação de risco das empresas brasileiras. Um estudo do JP Morgan calcula que entre todos os títulos brasile

A Europa está na "moita"

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As notícias recentes tem deixado a Europa de lado, depois que a Grécia deixou de ser um problema. A China tomou a dianteira das manchetes como o grande problema da vez. Esta noite a bolsa de Tókio subiu a bagatela de 7,71%. Vocês podem se perguntar qual o motivo, sempre tem que ter um. FED, o mercado espera que não haja aumento de juros em setembro. Uma outra interpretação que simpatizo mais, é dada por um Banco de Investimentos, que apontam o fato de vários fundos estarem vendidos na bolsa, esperando que a Bolsa Chinesa continuasse caindo, o que acabou não acontecendo nos últimos dois dias. Voltando a Europa, embora o mercado dê como certo que a Grécia irá renegociar sua dívida com o BCE e FMI, ainda existem alguns pontos que são necessitam ser acordados, inclusive quem será o novo Primeiro-Ministro. Os dados do PIB mostrados a seguir, não são suficientes para que se fique eufórico, mas longe de serem depressivos, como pintava o quadro no ano passado. Numa análise individual de

Dinheiro não recebe ordens

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Hoje foi noticiado que a China perdeu US$ 94 bilhões de suas reservas no mês de agosto para segurar as cotações da sua moeda o Yuan. Depois da trapalhada no meio do mês de agosto, onde algum burocrata, notando que os dólares estavam saindo que nem água, resolveu tentar a via natural para estancar esse movimento, liberando as cotações. Alguma autoridade mais graduada ao constatar o "frissom" que essa ação causou, mandou dar meia volta e retornar ao que era antes. O recado dado é que o Yuan não estava ainda preparado para ser uma moeda livre. Observando-se o gráfico, fica claro que o movimento de perda de reservas não é algo novo, já vem acontecendo desde o final de 2014. De uma forma errônea a imprensa tem dito que, seriam os estrangeiros que estão por trás destes saques. Porém não é o que vem acontecendo, pelo menos em grande parte desse movimento. Na formação destas reservas acumuladas pela China, durante muitos anos, a maior parte foi obtida através do superávit ger

Empresa S.Ó.

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- David, tem um erro no título de hoje, você escreveu S.Ó., ao invés de S.A. Depois do Mosca completar quatro anos de existência, acho que é a primeira vez que você começa o post. A conclusão que posso tirar é que continua bem atento, mas as vezes muito afoito. Sua observação parece não estar errada, mas vou explicar mais a frente. Relaxa! Foram publicados os dados de emprego nos USA, com a criação de 173 mil novas vagas, abaixo da expectativa do mercado que era de 217 mil. Com o relatório mensal é informado a revisão dos meses anteriores, que nesse caso, adicionou 44 mil vagas. A taxa de desemprego caiu de 5,3% para 5,1%, nível mais baixo desde a recessão de 2009 e muito próximo do que se considera pleno emprego. Outro dado importante é o relativo aos salários, que subiram 0,3%, acima da expectativa do mercado que era de 0,2%. A média anual elevou-se para 2,5%, o melhor nível desde fevereiro deste ano. A primeira vista existe uma inconsistência nos dados, como uma criação

Política econômica por default

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A reunião da Rosenberg foi como vocês podem imaginar, os slides sobre as informações econômicas dos USA e Europa não tinham muitas novidades, pairando somente a dúvida se o FED subiria os juros em setembro. Mas mesmo que houvesse algum membro do FED participando da nossa reunião, a dúvida iria permanecer. Sobre a China também sem muitas novidades, uma vez que, existem dúvidas se os dados oficiais estão corretos ou são manipulados. Quando os dados de Brasil, e de todo o imbróglio político, uma alto grau de ceticismo tomou conta da sala, embora isso também não seja nenhuma novidade, pois basta ver a nossa volta o ambiente que vivemos. Ao analisar as contas públicas, item a item, ficou claro que no lado das despesas existe pouco a se fazer, pois 90% delas, são não discricionárias e estão vinculadas a reajustes da inflação passada ou às receitas. O gráfico a seguir coloca de maneira clara este problema, vejam que as receitas vem decrescendo desde 2012, quando a economia passou por cr