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Jogando a Toalha

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Nos meus últimos posts o assunto foi China, desde a oscilação nas cotações da bolsa de valores, a estabilidade do Yuan frente ao dólar, a enorme venda de seu estoque de títulos americanos (US$ 180 bilhões) para manter a cotação de sua moeda, e ontem as preocupações sobre a real situação da economia naquele país. Parece que o governo está lendo o Mosca e resolveu agir, levando o Yuan a se desvalorizar 1,86% num único dia. Outra mudança importante é que o governo está mantendo a banda de oscilação diária em +/- 2%, porém o ponto de partida para fixar o meio da banda no dia seguinte, é o fechamento do dia anterior. Para bom entendedor meia palavra basta, o câmbio agora naquele país é flutuante, com uma oscilação máxima de 2% num mesmo dia. Quais são os potenciais efeitos? 1 - Outras moedas Asiáticas vão começar a se desvalorizar perante ao dólar - o que alguns referem-se como "guerra cambial". Título criado pelo ex- Ministro Mantega, mas de direção exatamente inversa, um

China: O Teste de múltipla escolha

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Cada vez mais analistas começam a desconfiar dos dados vindos da China. Neste final de semana foram publicadas as importações e exportações do mês de julho. As importações caíram - 8,1%, enquanto as exportações tiveram uma queda de - 8,3%. Como o gráfico a seguir mostra, o crescimento das operações de comércio exterior vem perdendo a dinâmica dos últimos anos, sendo que, as importações vêm sofrendo as maiores quedas. Em função destes dados, os analistas estão trabalhando com um intervalo para o PIB Chinês entre 4% a 7%. Este diferencial não é uma pequena diferença, e o dado real importa muito para a China, Ásia e outros. Uma das medidas favoritas que os analistas do Bank of America usam, é o Li Keqiang Index (LKI). Em 2007, o criador deste índice disse ao Embaixador dos USA que ele acompanha a economia através de 3 seguimentos: produção de eletricidade; tráfico ferroviário e empréstimos. A seguir veja como eles se encontram. Os empréstimos estão subindo, a produção de elet

some # same

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A informação mais esperado da semana acabou de ser publicada, e se você acha que é a carta de demissão da Dilma, ainda não é! Hahahaha.... O que eu me refiro são os dados de emprego nos USA. Foram criados 215.000 novas vagas e a taxa de desemprego ficou em 5,3% (estável). Já os salários tiveram um aumento de 0,2% no mês e 2,1% em bases anuais, quando o esperado era 2,3% a.a. No último comunicado do FED, o comitê frisou que estava esperando "some" melhoras no mercado de trabalho e este relatório, na melhor das hipóteses, aponta para  "same". Já no campo da inflação, terão dificuldade em acreditar que a taxa caminha para seu objetivo de 2% a.a. Com as commodities caindo sem parar, é razoável esperar índices negativos de inflação nos próximos meses . O gráfico a seguir dá uma boa ideia a velocidade da queda em 2015, comparada com 2014. Mas tudo bem, a Yellen e sua turma podem continuar suas férias, pois a próxima reunião do FED será no final de setemb

No escuro

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Como de costume, ontem tivemos a reunião mensal na Rosenberg. De casa nova e lotada, passaram-se os slides contendo informações sobre a economia americana, europeia, chinesa e por último a brasileira. Nesta sequência, nos USA parece consenso que é setembro a data que o FED vai aumentar os juros, mas é muito duvidoso se esse será o início de um ciclo de altas até que os juros se normalizem ou de repente terão que reverter o processo. Em outras palavras, a recuperação americana não convence e existe a desconfiança de uma deflação no ar. Já a Europa está melhor do que se imaginava há seis meses, e um destaque especial à Espanha. Sobre a China, desconfiança total nos números oficiais e ficou-se com a dúvida do que estaria acontecendo por lá. Sobre o Brasil a impressão é de um doente na UTI sem esperança nenhuma de recuperação, em coma! Talvez estamos chegando ao fundo do poço, e depois disso, pode-se esperar uma recuperação anêmica, tostões! Naturalmente o assunto político foi discutid

Medo de crescer

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O que eu vou relatar hoje, também era opinião do meu pai. Quando somos jovens é normal criticar nossos pais, argumentando que os tempos mudaram e que eles não entendem a "nova" geração, são quadrados! Não poderia ser diferente com meus filhos e acredito com a maioria de vocês, que têm filhos com idade acima da adolescência. Mas agora é diferente, os jovens ficaram muito dependentes de seus pais, o que não aconteceu na minha geração. Eu credito este fato a duas mudanças sociais que provavelmente são as causas principais: o grande número de casais separados e as mulheres fazendo parte da força de trabalho. O subproduto de ambos levou a um sentimento de culpa dos pais, que para compensar tendem a exagerar sua proteção aos filhos. Isso faz com que eles não cresçam e, portanto ficam despreparados para enfrentar situações mais difíceis da vida. Eu enxergo isso como um grande problema, e não sei como eles vão se virar quando da ausência de seus pais. - David, sempre achei qu

Futuro muito incerto

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Que o futuro é incerto todos nós sabemos, mas quando a incerteza é grande a tal ponto de não se arriscar uma previsão, todo cuidado é pouco, como diz o ditado popular. Logo após as eleições eu publiquei um post  Dilma-melhor-opção-para-o-momento , com uma avaliação de como seria o "novo" governo. Vejam alguns trechos:  ... No campo político, nem pensar em reforma fiscal, apoio no Congresso e principalmente no Senado... ... Para piorar a vida da Presidenta, ela terá uma espada em sua cabeça por muito tempo, e o assunto é sobre a possibilidade de ter recebido recursos provenientes do esquema Petrobrás...  ... Quais são os riscos? Acredito que sejam basicamente dois: 1) Uma piora no exterior - É razoável, não tenho nenhuma opinião se vai melhorar ou piorar, ao contrário, os gráficos não me deixam otimista. E se isto acontecer, a Dilma pode esquecer de usar como argumento, os "beneficiários" não querem nem saber. 2) Radicalização - Não tem cacife para tanto,

Replay!

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Assistir um jogo de futebol no estádio é muito melhor que pela televisão, quem está acostumado sabe bem essa diferença. Somente numa situação, é melhor em casa, quando um lance duvidoso ocorre. No estádio não existe o "replay" , fica-se com a opinião do radialista ou assiste-se este lance quando do retorno a sua casa. Em todo caso, nada vai alterar o curso do jogo, uma vez que, mesmo que o juiz tenha errado, vale a sua decisão. E quando se têm dúvidas de um mesmo dado econômico, publicado por duas fontes distintas? Neste caso, o mercado decide qual julga mais correto. Hoje foram publicados os dados de PMI da China, e vejam os resultados segundo duas óticas. Inicialmente os oficiais no nível de 50, um número que indica neutralidade, nem expansão nem retração. Agora o mesmo índice publicado por outra fonte independente. Neste, claramente a economia Chinesa encontra-se em retração, já alguns meses. Qual deles está correto? Embora as diferenças não sejam tão grandes,