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FED: Buscando palavras

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Em 2001, quando decidiu-se vender a área de Asset Mangement do Deutsche Bank para o Bradesco, fiquei encarregado do período de transição. Eu sabia que não iria continuar no cargo, uma vez que meu par na outra instituição já existia. Isso não me abalou, pois continuar com o negócio acarretaria numa morte lenta e gradual, até o dia que viria uma ordem da Alemanha para fechar. Era melhor salvar o que podia, além de receber um valor pela transação. O negócio foi fechado sob sigilo e nenhum dos meus subordinados sabia. Fiz questão que o acordo de compra e venda, incluísse o aproveitamento dos profissionais envolvidos, tanto do front office como back office. Como eu faria o anúncio? Fiquei alguns dias pensando no comunicado, meu objetivo era dar esperança à minha equipe que, na nova instituição,  todos os clientes seriam atendidos com o mesmo padrão Deustche Bank. Não foi nada fácil, mas acho que fui bem sucedido, inicialmente houve 90% de adesão e até hoje alguns ainda continuam.

Por traz da maquiagem

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O comentário de hoje pode não agradar as mulheres, mas é um fato. Acredito que todos os homens já devem ter passado por uma situação em que, ao observar uma mulher num evento, sentiram-se atraídos. Uma roupa escolhida a dedo, cabelos com corte moderno e impecável, e um rosto lindo. Depois de algumas doses de bebida alcoólica, você resolve aproximar-se. Papo vai, papo vem, terminada a noite, combinam um novo encontro. É aí que as coisas podem ficar mais complicadas, você ficou com a imagem impactada pela maquiagem e o efeito do álcool. Em vários destes casos, este novo encontro, pode ser uma decepção e tanto. A partir daí, vai querer voltar logo para casa! Na sexta-feira foram publicados dados excelentes do emprego nos USA. Porém, com uma análise mais detalhada, parecem não tão brilhantes assim. Inicialmente, estes foram afetados por cálculos de sazonalidade distorcidos, em função do fechamento do governo no ano passado. Isto fez com que, o dado publicado, aparente mais elevado que

Assunto serio

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Antes de comentar o assunto de real importância do dia, os dados de desemprego nos USA, vou contar uma passagem da minha vida profissional. Depois que eu sai da Linear, passei alguns meses pensando o que iria fazer, o conhecido ano sabático, que eu prefiro denominar "um descanso forçado longo". Depois de vários meses, fui convidado para assumir a área de gestão de recursos do Deutsche Bank, e resolvi aceitar. O presidente do banco, um colega e amigo do BFB, me incumbiu a missão de crescer essa área. Quando eu assumi, tinham 20 funcionários diretos e mais algumas dezenas indiretos, com um total de recursos administrados de R$ 1,0 bilhão. Fiz algumas mudanças de pessoal e contratei a Boss & Allen para me auxiliar em reposicionar o Deutsche como um grande player em Asset Management, nome dado em inglês para administração de recursos de terceiros. Lembro como se fosse hoje, o dia em que recebi o relatório da Consultoria. Depois de uma hora debruçado sobre os núme

China: Na Moita!

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Vocês já devem ter participado de reuniões de negócios, com muitos participantes. Existem aquelas pessoas que não opinam. Se você não os conhece, pode ser levado à alguns pré-julgamentos: não entendem nada; não querem se comprometer; ou estão na moita. Pior ainda, são aquelas onde um dos participantes não fala sua língua e precisa de um interprete. É um perigo, não dê uma de engraçadinho fazendo comentários, pode estar entendendo tudo! Desde que o assunto da queda do petróleo ganhou os noticiários, o que mais se relata, é o prejuízo da Rússia, o maior afetado no lado da oferta. É natural que assim seja, pois sua situação já estava bastante ruim, consequência dos arranca rabos com a União Europeia e USA. Mas pouco tem se falado dos ganhadores desta queda, e a China é um, com certeza.. O gráfico acima mostra qual o impacto no PIB, para uma variação de US$20 no preço do petróleo. Como pode-se constatar, praticamente é bom para todos os países. Para efeitos globais, o que importa

Sangue frio

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O título de hoje me fez pensar se eu tenho ou não sangue frio em situações de stress. Acho que não posso me considerar, uma pessoa que enfrenta sempre com calma esses momentos. Mas acredito que melhorei muito, e parte dessa melhora deve-se a minha analista. Recordei uma situação, da minha vida profissional, que pode dar uma ideia de como eu era estourado. No final dos anos 70, as operações de troca de reservas entre os bancos, ainda era muito rudimentar. Sem bloomberg, internet e celular, um "sofisticado" aparelho de telefonia fazia parte das mesas de operações, onde hoje, um mero PABX substituiria com vantagens. Os operadores, eram facilmente reconhecíveis, normalmente um carioca de terno beije com gravata solta, e um bom papo. Pela manhã os bancos e corretoras telefonavam entre si, para cotar a taxa de juros que estavam dispostas a tomar ou fornecer recursos. Abriam o spread, algo como ..."2 com 2,05".... Isso significava tomar recursos por um dia a uma taxa

Medo de fantasmas

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Quando eramos crianças, a hora de ir para cama era sempre uma luta, nós queríamos ficar mais só 5 minutinhos e nossa mãe dizendo que estava na hora. Em alguma dessas noites, sem uma razão clara, ficávamos com a sensação que tinham fantasmas em nosso quarto. Era uma batalha, cobria-se a cabeça, fechávamos os olhos, até que levantássemos da cama para chamar a mãe, afinal, ela estava lá para nos salvar de qualquer ameaça. Depois de nos convencer que fantasmas não existem e ficar ao nosso lado, pegávamos no sono tranquilos. 2014 está terminando, e é nessa época que as pessoas começam a fazer um balanço do ano, e projetar o próximo. Não tem jeito, embora eu não acredito nesta descontinuidade "forçada", todo mundo faz, inclusive eu! Vocês já devem ter se acostumado com o título do Mosca para 2014, e que se encontra na primeira linha do blog: "2014: Who knows?" Será que foi um bom ano? Daqui até o final de 2014, eu vou postando informações de resultados anuais assim

Tortura sem fim

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Final de mês é época da publicação dos Purchasing_Managers_Index (PMI) , já conhecidos de longa data dos leitores, espero! Hahahha ... O da China foi de 50.3, confirmando que encontra-se próxima de uma retração, que acontece quando este índice fica abaixo de 50. Os dados da Europa também não mostram nenhum alento. Com um resultado de 50.1, ficou na linha do pênalti. Acontece que nesse mês uma surpresa não agradável ocorreu, enquanto das três economias mais problemáticas, a Espanha foi melhor com elevação para 54.7, a Itália manteve-se nos 49 e a França em 48.5, a novidade veio da Alemanha que escorregou para 49.5, indicando retração. Pode-se ver o resultado final no gráfico a seguir, com um quadro bastante preocupante. Já nos USA, as vendas do Black Friday decepcionaram, com queda de 11%, confirmando o que todos já sabem: a classe média está  sendo obliterada. Uma parte do declínio pode ser explicada pelo aumento das compras online, que tem preços mais baixos, além das pesso