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Século XXI

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Tenho uma sensação que o mundo que vivemos não é tão bom quanto o que eu vivi em minha juventude. Consigo comparar deteriorações marcantes no Brasil, enquanto eu me movimentava livremente, sem receio com 14 anos pela cidade, hoje isto não é mais recomendável, a violência subiu de forma assustadora. Mas será que as coisas só pioraram? Será que o que sinto é consequência da minha idade? Acho que a resposta é não e sim. Falar sobre um novo século para justificar mudanças importantes é bobagem, tudo muda sempre, independente se a centena se altera. Mas estas épocas propiciam motivos para comparações, então vamos nessa! Tive acesso a um trabalho que enumera várias diferenças entre o século anterior e o atual que, embora frisando a realidade americana, se aplica bem a nós brasileiros. Sobrecarga de Informações O século XX foi essencialmente sobre escassez. Hoje tem tanta informação que faz nos sentirmos inadequados. Como um buffet interminável, onde você não resiste a dar mais uma mo

Sonho e realidade

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Todos nós, em determinados momentos, temos um sonho ou uma sensação que algo importante está para acontecer. Assim, ficamos em dúvida se isto é um sinal e devemos estar preparados para tal acontecimento. Numa das secções de terapia, onde uma situação destas aconteceu, perguntei a minha analista, como eu poderia saber se aquilo era uma premonição. Sua reposta foi que deveria observar a realidade e comparar com aqueles pensamentos, e só assim saberia se foi um wish full thinking , como se diz em inglês, ou não. Desde a crise de 2008, o mercado "sonha" com uma mudança na China, a de que o foco por parte dos Chineses, seria em aumentar o consumo interno em detrimento de suas exportações, criando um equilíbrio melhor. Assim, os países desenvolvidos poderiam ajustar seu nível de dívidas, diminuindo a demanda interna, sem que houvesse queda de preços forçada pelos produtos Chineses exportados. Tudo muito lindo, parece fazer muito sentido, pois com o nível de poupança elevadíssim

Hiper Mário

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Quem não conhece o Super Mario, figura dos videogames que foi lançado pela Nintendo alguns anos atrás? O velhinho simpático de bigode conquistou o gosto das crianças e adultos por muito tempo. Em 2012 o Presidente do BCE, Mario Draghi ao ver ameaçada a existência da moeda única, lançou uma frase que mudou a percepção eminente de ruptura do mercado: "Faremos o que for preciso para preservar o euro". Em função disso ganhou o apelido de Super Mário, merecido. Acontece que as economias da zona do euro, depois de uma período de estabilização, estão novamente ameaçadas de mergulhar numa recessão, ou talvez pior ainda, numa deflação. Os dados publicados pela Itália à colocam tecnicamente em recessão, uma vez que, por 2 trimestres seguidos houve contração de seu PIB. Já na Alemanha, a mola propulsora da Europa, também apresentou uma queda inesperada nas ordens de produção, com uma estimativa inicial de crescimento apontada pelos analistas de 1,2%, acabou publicando meros 0,3

A vaca ficou sem leite

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No início dos anos 90 fui convidado pela Merrill Lynch. Fiz o que se chama de um bate volta, peguei um avião para Nova York num dia e voltei no outro. Eram outros tempos, ou melhor outra idade! Hahahah ... Ao chegar em Manhattan fui direto aos escritórios desta empresa e conheci sua mesa de operações. Era um espaço com pé direito de uns 10 metros ou mais, e lá trabalhavam 1.000 traders, Fiquei abismado, nunca tinha visto nada parecido. Na época, a mesa de operações que eu comandava tinha 20 operadores, e pensei como o chefe daquela empresa fazia para controlar este batalhão de pessoas. Coisas de americano! Ontem estava caminhando e veio a memória aquela cena, em seguida pensei: Será que ainda existe espaços como este? Bem, na Merrill Lynch com certeza não, pois na crise de 2008 foi "vendida" para o Bank of America. Tenho observado diariamente a oscilação dos vários mercados que acompanho e estão muito baixas, tão baixas que eu não sei como este pessoal pode agregar result

Onde está Obama?

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No front econômico nada de muito interessante para acontecer esta semana, após a publicação dos dados de desemprego, resta os PMI de serviços, onde o único que mereceu destaque foi, a queda deste indicador na China, atingindo o mínimo de 50 que ainda é considerado como expansão. Já na área geopolítica, mais uma tentativa de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que acredito agora, ter boas chances de se concretizar, uma vez que Israel disse que destruiu todos os tuneis subterrâneos que avançavam em seu território. Um outro assunto que se destacou nos últimos meses, tem sido a disputa que vem ocorrendo nos mares do Sul na China. Parece que a retórica imperialista Chinesa está crescendo mais uma vez. Uma matéria da Reuteurs reportou que um representante sênior Chinês, rejeitou as propostas feitas, em antecipação, à uma reunião regional que estava programada acontecer, cujo objetivo seria congelar as tensões nestas águas tão disputadas. ... "O que a China faz ou não faz, é uma decisã

Quanto mais velho melhor

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Certa vez  me encontrei com um jovem produtor de vinhos da casa Fourrier, que tinha um projeto novo e buscava investidores. Este espanhol, um egresso executivo da área financeira, resolveu se dedicar a produzir vinhos e conseguiu se destacar neste mercado extremamente competitivo, mesmo tendo taxas de crescimento expressivas ao redor do mundo. Aprendi muito, e uma frase que disse ficou marcada, o seu motivo da entrada neste mercado: " O vinho existe a milhares de anos e não tem obsolescência". Nunca havia pensado nisso, basta plantar algumas uvas, engarrafar, colocar uma marca, e saluté! Hahahah... Mesmo para quem não é um grande conhecedor de vinhos, sabe que quanto mais velho o vinho, melhor. Acho que o mesmo vem acontecendo no mercado de trabalho americano. Na publicação dos dados de emprego da última sexta-feira, o BLS, departamento encarregado pelas estatísticas, forneceu outros detalhes. Embora houve a criação de 209.000 novas vagas, estas não foram iguais nas vária

Quando o bom não é tão bom

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Quem já tem uma certa idade, já passou muitas frustrações na vida, expectativas de promoções que não aconteceram, ver seu time perder um campeonato na decisão, ou esperar que os filhos fossem aquilo que idealizamos. Talvez este último seja uma das maiores lições que aprendemos na vida, e quem não aceita esta verdade, vai sofrer muito. Quando a expectativa é muito grande, a tendência é que, mesmo um resultado muito bom, passa a ser uma derrota. Isto me leva ao assunto mais importante de hoje que foi a publicação dos dados de desemprego, foram criados 209.000 vagas e a taxa de desemprego subiu para 6,2%, antes da publicação dos dados falavam-se em 270.000 vagas novas e desemprego em 6%. Os mercados reagiram imediatamente como o esperado, queda do dólar e melhora das bolsas. Tenho que confessar um certo desconforto com a reação deste último, pois raciocinemos juntos: Se a economia está crescendo, criando empregos, é natural que os juros subam dos níveis tão baixos, uma alta que eu cha