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Não basta ser rico

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Recentemente tenho observado um aumento no número de artigos alertando para uma eminente correção, ou queda mais expressiva, na bolsa americana. Vários argumentos são expostos, mas no meu entender, existe uma distorção que me incomoda a cada vez que me deparo com nova informações, é a enorme concentração de renda. Talvez, parte de minha reação, poderia ser encarada como uma certa inveja de não estar neste grupo, ou mesmo de quem escreve estes artigos, porém os números são tão extremados, que merecem o destaque. Dois economistas, um da Universidade de Berkley, Emmanuel Saez, e outro da London School of Economics, Gabriel Zucman, publicaram uma nova série de dados sobre a inequalidade da riqueza americana. Riqueza é definida como o valor daquilo que alguém possui, ativos como: residências; ações, títulos, subtraído de suas dívidas, caso haja. O movimento "ocupe Wall Street" que ocorreu em 2011, já segregou os americanos, porém os estudos destes economistas, mostram que ao s

HFT - A evolução de Wall Street

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Você deve estar se perguntando o que significa HFT, é High Frequency Trade, uma forma de operar em Wall Street, que vêm gerando muita polêmica atualmente. Negociações em altíssima velocidade se utilizam de computadores poderosos para identificar ordens assim que surgem e executar antes delas, esperando ganhar variações mínimas em cada operação. Eles usam algoritmos complexos para despejar milhares de ordens, em vários mercados na fração de segundos. E se eles conseguem executar em números elevados, a recompensa pode ser bem elevada. Esta é a opinião de um analista que, ao considerar que os mercados são um jogo de soma zero, está sendo vencido por eles com os melhores computadores, mais inteligentes modelos quantitativos e aceso aos melhores algorítimos, em detrimento dos restantes. É uma função que não agrega nenhum valor a sociedade, amplifica os movimentos, aumenta a fragilidade dos mercados, infla os preços dos ativos, e naturalmente, aprofunda as quedas expressivas do mercado,

Champanhe volta para a geladeira

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Saiu o tão esperado número de março sobre os empregos nos USA, não foi um desastre mas também não foi aquele estrondo esperado por alguns economistas. Criaram-se 192.000 postos novos e a taxa de desemprego manteve-se estável em 6,7%. Só para lembrar, no mês passado foram criados 175.000. Então, o fator clima tempo teve um impacto nos números anteriores? Esta dúvida será levantada dentro em breve e sob este ponto de vista o resultado de hoje não foi bom, pois com uma postura conservadora, deveria-se considerar que a economia não desacelerou tanto como se esperava, ou seja, daqui para frente, são estes números que deve-se esperar. Sem dúvida, a champanhe volta para a geladeira. Hoje os meus comentários serão mais curtos, talvez eu complemente no final de semana. Eu recebi um gráfico interessante que analisa os fatores que estão contribuindo para o índice PCE  de inflação nos USA. As cores indicam os setores e o tamanho dos círculos a intensidade, veja a seguir: Fica evidente que

Onde está o gato?

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Ontem o BC elevou a taxa Selic em 0,25%, exatamente como era esperado pelo mercado, porém o que não era esperado, foi uma pequena mudança no teor do comunicado. Veja a sutileza: ...  "O Copom decidiu, por unanimidade, neste momento , elevar a taxa Selic em 0,25 p.p., para 11,00% a.a., sem viés. O Comitê irá monitorar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária" ... O destaque é meu, mas esta frase deixa aberto a qualquer interpretação, ou seja, se já parou, ou ainda terá mais uma, ou mais? Antes de entrar nas expectativas e números do mercado, sabemos que a inflação está, e vai continuar elevada por mais algum tempo, ainda mais se considerararmos o recente impulso que terá por conta dos preços agrícolas, depois a mesma se encontra acima da meta traçada de 4,5% e mais próxima do seu teto, conforme pode-se ver abaixo. Até ontem o mercado precificava ainda, vários aumentos

Preparando-se para a prova

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Na sexta-feira será anunciado os números referente ao emprego dos USA, como já é sabido de longa data e com reforço dado pela Yellen nesta semana este dado a ser publicado será de extrema importância, uma vez que os últimos foram mais fracos, e espera-se, foram causados pelo mal tempo. Hoje foi publicado o ADP  elaborado pela empresa de mesmo nome, que visa antecipar o dado de criação de empregos, a ser publicado pelo governo, e o resultado veio em linha com o esperado, veja a seguir. A Bloomberg realiza uma pesquisa mensal, com vários economistas, onde é coletado a expectativa media. O que chama atenção neste mês, é a previsão fornecida pelo Deutsche Bank, através de seu economista chefe Joe Lavorgna, que prevê a criação de 275.000 novas vagas, contrastando muito com a média do mercado, se ele estiver certo, vai ser uma festa generalizada. Já David Rosenberg acredita que o mercado de trabalho americano não têm tanta folga como Yellen apontou em seu discurso, seus argum

Um toque feminino no FED

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As mulheres estão ganhando posições de destaque em vários setores no mundo dos negócios, a reivindicação por igualdade é antiga, diz-se que houve 3 "ondas". A primeira teria ocorrido no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira teria ido da década de 1990 até a atualidade. Dentre estas, acredito que a segunda foi a de maior repercussão, onde Betty Friedman teve a maior influência na inclusão das mulheres no trabalho, através da publicação do livro " The Feminine Mystique", um best-seller que fomentou a segunda onda do feminismo, abordando o papel das mulheres na indústria e na função de dona de casa. Nos dias de hoje, notamos sua presença em vários postos de comando, de Presidente de empresas, Ministra das Finanças, FMI, Presidenta da República e mais recentemente no FED, um dos postos mais poderosos do planeta, e é desta mulher que vou comentar hoje, Janet Yellen. Quando ela participou da primeira reunião do FED, eu fi

Abandonando o barco

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O mundo das finanças é uma guerra, o principal motivo, é que é um jogo de soma zero, ou seja, para alguém ganhar um outro tem que perder. Não tem acordos, nem benevolência, enganos podem custar caro. Aprendi que os acertos e erros precisam análises baseadas em fatos, não em pensamentos. Antes de revelar, segundo meu entendimento, qual foi a razão da queda do dólar, vou contar uma situação vivida por 2 titãs no segmento mais sofisticado da área de investimentos, os hedge funds. Antes do estouro da bolha da internet, em março de 2000, de um lado estava George Soros e seu fundo Quantum, e do outro lado Julian Roberts com o Tiger Fund, feras! Muito bem, Soros acreditava que a alta da bolsa de valores tinha mais mais folego e por isso, mantinha uma posição comprada em ações do NASDAQ. Do outro lado Roberts, acreditava que os múltiplos das ações de tecnologia eram absurdos, e que em algum momento o NASDAQ iria cair, era uma bolha, assim mantinha uma posição vendida nestas ações. O que