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O real visto com uma lupa

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Os últimos dados de inflação tem preocupado muito o Governo, na semana passada foi publicado o IPCA do mês de fevereiro, e a “gambiarra” nas contas de luz não foi suficiente para retroceder os índices, registrando uma taxa anual de 6,31%. Mais que rapidamente nossa Presidenta resolveu agir e no final de semana anunciou a desoneração dos itens da cesta básica, que poderá ter um impacto de 0,5% na inflação. Os agentes econômicos já estão perdendo a esperança e projetam a inflação para o final deste ano a 5,82%, próxima a banda superior. Quanto aos juros já se formou um consenso, que terá que subir e estes mesmos analistas apontam para um nível de 8% no final de 2013. A política ficou clara, postergam-se os aumentos que derem (gasolina, transporte urbano..), diminuem-se os impostos onde tem um bom impacto no índice (contas de luz, desoneração da cesta básica) e rezam, porque o problema está na escassez de mão de obra e aí não tem manobra. A estratégia adotada de querer c

O céu é o limite

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Os dados relativos ao desemprego nos USA foram melhores do que o esperado, criou-se 236.000 empregos e a taxa de desemprego caiu para 7,7%. Além destes dados outras medições também foram positivas. Abaixo os dois gráficos relativos a estes números.  Não é necessário ser nenhum grande economista para concluir que está havendo uma recuperação mais consistente. A reação do mercado foi, "agora vai", e como ultimamente já estava positiva, reforçou a tendência de alta das bolsas. Os analistas que estavam pessimistas, onde eu me incluo, tiveram que sair correndo para justificar suas recomendações: ..." Deixe o mínimo possível em ações, pois esta alta é semelhante a do último crash " ..." Quanto mais a bolsa sobe, pior será o crash "..." As vezes as pessoas esquecem que o mercado de ações não é a economia"... e por aí vai. Quando eu trabalhava na Planibanc um dos sócios, e ex-ministro, tinha uma frase que se encaixa bem a situação.

BCB behind the curve

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Ontem foi realizada a reunião do COPOM, e como já era esperado pelo mercado não houve alteração na taxa SELIC, mas houveram mudanças importantes no comunicado. A ideia de dar uma de FED, fixando os juros por um longo período foi abandonada, ao contrário deixou a porta aberta para eventuais elevações dos juros no futuro, sem dar nenhuma pista do quando. O nosso BC recuou! Mas quem não erra? É normal avaliar as ações tomadas e mudar caso necessário. Mas eu ainda não estou tão convencido assim, pois será que nossa autoridade recuperou sua autonomia se desvencilhando das pressões políticas? A razão de meu ceticismo é função dos motivos que motivaram a queda abrupta de juros nos últimos tempos, se vocês se lembram a nossa Presidenta preanunciou a queda, justificando-a por conta de uma economia que crescia pouco, e pegou uma carona no ambiente externo ruim daquele momento. Mas a elevação da inflação deve-se a uma situação de pleno emprego que vivemos, adicionada da melhora do consumo

Você confia no Bernanke?

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Sem dúvida que se pode confiar no Bernanke, ele transmite muita confiança, mas até aí dizer que os juros não vão subir até o final de 2015 é outra coisa, não depende só dele. Eu comentei no post  dissidência-no-fed  as divergências que afloraram na última reunião do FED, e daqui em diante uma certa disputa de egos é esperada, afinal economistas tem este perfil. Os dados publicados recentemente tem sido positivos, e parece que as áreas de construção de casas e investimentos em equipamentos tem melhorado, se vai se sustentar é outro caso. Por um instante vamos assumir que a economia consiga crescer algo em torno de 2% a 3%, o que isto pode mudar nos mercados? Muita coisa, o FED teria que iniciar um movimento de retirada dos estímulos, pois se nada for feito é só uma questão de tempo para a inflação ganhar força, e isto ninguém quer. Um analista do Banco Société Générale publicou um relatório cujo título é:  "O retorno do rendimento: Preparando para alta das taxas de long

SP500: Por enquanto só ameaças

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Ao ver o índice Dow Jones atingir sua máxima histórica hoje, uma série de relatórios mostrando preocupação são emitidos. Isto é normal acontecer, pois depois de decorridos aproximadamente seis anos muito difíceis, um certo receio vem a tona. Como em qualquer situação na vida, o desconhecido é sempre incerto e esta situação não foge à regra. Mas isto deve ser  motivo de preocupação? Não! Ele só tem um fator psicológico, e se os fundamentos e gráficos são sólidos, é só uma questão de tempo para passar ao esquecimento e novos pontos de máximo serão atingidos no futuro. Vamos avaliar alguns fundamentos, o mercado está preocupado com o excesso de estímulo dado pelos Governos à suas economias, no caso da americana, houveram uma serie de benefícios, além da liquidez, que impactaram em seus resultados. Porém uma avaliação da tendência destes lucros ao invés do nível, não se mostram tão sólidos. O gráfico a seguir mostra as vendas juntamente com os lucros operacionais. Nos dois últimos

China: Continua um quebra cabeças

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Todas as manhãs minha rotina passa por uma varredura nas bolsas da Ásia e Europa, e hoje levei um susto ao me deparar com uma queda da bolsa Chinesa de 4,61%. O motivo associado, foi que o Governo, ordenou mais medidas, para desaquecer o mercado Imobiliário. O gabinete Chinês disse que nas cidades com “ preços excessivos”, os lucros apurados nas vendas deste imóveis deverão pagar um imposto de 20%. Como as taxas de juros são baixas, uma parte destes recursos estão fluindo para construção de residências, mas mesmo aí existem disparidades enormes, pois dado a ação do Governo citada acima seria de se esperar que os preços dos imóveis estivessem subindo fortemente em todo país, porém não é o que acontece, pois neste final de semana um documentário exibido pelo programa 60 minutes,  sobre as cidades fantasmas. O executivo de uma construtora comentou que os incorporadores estão muito endividados e abandonaram os projetos no meio, por falta de crédito. Ele alertou que se a bolha estou

O euro não "veste" no Club Med

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Não faz nem 24 horas que eu disse, que não adianta analisar os dados da Europa, e o que  importa é acompanhar os gráficos. Do ponto de vista de lucros é a mais pura verdade, mas não com uma visão analítica.  Nos últimos meses uma "calmaria" se implantou na região, os bancos Espanhóis, Italianos e Franceses ficaram saudáveis do dia para noite, como num passe de mágica, as manifestações de ruas cessaram, sem a criação de milhares de empregos e os saques das praças mais fracas em direção a Alemanha estacaram. Tudo tranquilo.... Hoje foram publicados os dados mensais da pesquisa feita com os Gerentes de Indústrias, e basta bater os olhos para entender porque a União Europeia não pode dar certo. Os  resultados abaixo da Itália não demonstram o menor esboço de reação, estão praticamente estável desde 2.011. Este a seguir é ainda melhor, pois compara a França comanda por um Presidente que não disse a que veio e provavelmente não vai conseguir fazer nada a não s