Prisão globalizada



O Juiz Sergio Moro foi mais rápido do que se podia imaginar, em menos de 24 horas expediu mandato de prisão para o Lula. Nas próximas horas saberemos como se dará essa prisão.

A menção do descontrolado Ministro do STF, Gilmar Mendes, dizendo que seria muito ruim para a imagem do país ter que levar um ex-presidente para a cadeia, queria lembra-lo que na América do Sul já existem vários deles presos, em sua maioria, pelas mesmas razões que o Lula, ou seja, corrupção incentivada por ele, e executada por seu braço de negócios escusos a Odebrecht. Mas se isso não fosse ainda suficiente, A ex-presidente da Coreia do Sul foi sentenciada culpada por abuso de poder e coerção, levando a uma pena de 24 anos. Tudo isso foi televisado para todo o país.

Parece que o Lula vai resistir a prisão pela “força”. Pediu para todos os movimentos sociais irem para frente do sindicato formando uma barreira humana. Imagino que essa decisão foi contra a sugestão de seus advogados. A partir de agora vai para o campo da batalha física. Não seguiu sua própria identificação com Tiradentes que se entregou sem lutar. Uma decisão burra, pois se queria se postar com vítima, agora nem isso terá a seu favor. 

Tenho uma sugestão para o Gilmar Mendes, seja mais inteligente da próxima vez, se é que isso é possível, e busque argumentos mais convincentes! Do jeito que a coisa nada, talvez se pudesse criar uma prisão especializada para ex-presidentes e políticos, uma globalizada. Olha aí uma boa ideia para um start up! Hahahaha ....

Os dados de empregos não foram muito satisfatórios, criaram-se 103 mil vagas quando o esperado era de 185 mil, um resultado bem abaixo como se pode notar na figura abaixo. Como argumentação nesse sentido, as baixas temperaturas em março podem ter impactado negativamente.


Esse resultado já teve um impacto imediato nas apostas de elevação de juros pelo FED. No gráfico a seguir, que espelha a probabilidade de mais três altas de juros esse ano, agora encontra-se em 25%, contra 35% há alguns dias.


Porém algumas outras informações não parecem indicar qualquer fraqueza no mercado de trabalho. A taxa de desemprego manteve-se em 4,1%. O participation rate recuou para 62.9%, justificando a estabilidade da taxa de desemprego. Porém de maior importância é a evolução do custo da mão de obra, que subiu 0,3% no mês atingindo 2,7% em bases anuais. Relembrando, esse fator é importante pois indica uma elevação na inflação futura.



Esse resultado global causou um pequeno impacto inicial nos mercados de maneira geral, sendo que, o maior afetado foi a bolsa americana que abriu em queda pelas declarações de Trump, sobre um novo aumento na taxação de produtos de U$ 100 bilhões. Notem que essa guerra comercial está contida entre americanos e chineses, imagino que a Europa irá se juntar aos asiáticos logo, logo, basta ser literalmente cutucada.

Uma pressão que se observa nos mercados cambias com a queda do dólar, tem um fator estrutural mais importante que a lógica na diferença de juros entre a moeda americana e as outras pertencentes ao grupo denominado de G7. Os bancos centrais detêm volumes importantes de reservas, que foram acumuladas nos últimos anos, em função dos balanços de pagamentos. Em passado recente, com a desvalorização do euro, boa parte dessas reservas migrou para o dólar, porém a partir de 2017, isso começou a mudar, tomando uma direção inversa. Como se pode notar a seguir, esse movimento ainda é pequeno, porém, o que conta nos mercados e a derivada do fluxo e não o estoque, e os montantes são enormes.


As bolsas de valores estão sendo bastante impactadas pelas maluquices do Trump. Essas quedas recentes, colocaram a bolsa americana a níveis interessantes, quando o parâmetro de avaliação é o P/L. Vejam a seguir que, sobre essa ótica, já não se encontram caras. Vários analistas estão chamando a atenção para isso.


Na área de análise técnica não tem muito o que acrescentar das últimas publicações. Com exceção da bolsa americana que apresenta mais volatilidade, os outros mercados continuam sem definição, isso se chama correção.

Resolvi postar alguns gráficos, que faz um bom tempo que não público, onde se compara o real com as moedas de países de características semelhantes as nossas, em termos de exportações. Essas moedas são o dólar australiano, o dólar canadense, o peso mexicano, e o rand sul africano. Só para lembrar os critérios, a linha em preto representa a moeda do país e a vermelha a cotação relativa entre essa moeda e o real. Se a linha vermelha cai, significa que o real se desvaloriza, e caso contrário, se sobe, o real se valoriza.

O primeiro gráfico é do dólar australiano. Notem que entre 1998 a 2003, o real sofreu grande desvalorização, oriundo da liberalização do câmbio aliado a eleição do Lula em seu primeiro mandato –olha ele ai de novo.  Daí em diante, se pode notar claramente uma tendência constante de queda intercalada por períodos de pequena valorização. Do pico de alta, essa relação caiu 75%! Mesmo em relação a 2009, onde o real estava bem valorizado, a queda desse ponto é de 50%.


Em relação ao dólar canadense, as figuras e as conclusões são muito semelhantes, inclusive as oscilações, uma vez que, a relação entre o dólar canadense e o dólar australiano mantem uma estabilidade entre si no tempo.


Em analogia ao peso mexicano, o resultado é bem diferente. Em relação ao pico o real se desvalorizou 37%. Vejam que depois de 2002, limite mínimo dessas relações, o real continuou se valorizando até 2012, chegando bem próximo as máximas anteriores. Desde momento até hoje o real caiu 30%, mesmo com todo as restrições que o Trump está impondo a seu vizinho.

Essa relação se mostra com características mais próximas ao peso mexicano. Por exemplo, do pico atingido em 1998 até o momento, o real se desvalorizou 35%. Entretanto, da melhor cotação do real ocorrida mais recentemente em 2009, o rand se valorizou 25%.


Eu elencaria duas principais conclusões sobre esses dados: primeiro que, emergente é emergente, pois relativamente ao australiano e canadense, o real perdeu muito valor nesses últimos 20 anos, isso também vale para o mexicano e a moeda sul africana, porem em menor magnitude; segundo que mesmo dentre os pares mais próximos o real foi uma moeda com pior desempenho, principalmente depois de 2009, esse é devido ao grande mérito da gestão PT. Não se pode esquecer que, nesse período os juros locais foram estratosféricos, assim uma conta de resultado financeiro pode alterar essas conclusões. Porém, o objetivo de minha comparação é no conceito de paridade de compra, como se define em economia.


O SP500 fechou a 2.604, com queda de 2,19%; o USDBRL a R$ 3,365, com alta de 0,63%; o EURUSD a 1,2281, com alta de 0,36%; e o ouro a U$ 1.333, com alta de 0,55%.

Fique ligado!

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