A inflação está aparecendo
Ontem foram publicados os dados de inflação nos EUA medido
pelo CPI. A taxa ficou em 0,1% no mês e 2% a.a. em 12 meses, o índice excluindo
alimentos e energia registrou uma taxa de 0,2% e 1,8% a.a. em 12 meses.
Uma observação simples do gráfico acima não parece muito
animador, a elevação que ocorreu no começo do ano foi fruto de preço mais
elevado dos combustíveis. Mas também não parece que o risco de queda da
inflação seja uma ameaça, ao contrário, uma medição feita com a inflação core –extraindo os alimentos e energia, de
forma trimestral anualizada, mostra uma recuperação de preços mais consistente.
Enfatizo aos leitores que essa forma de calcular coloca maior volatilidade no
índice, e deve ser vista com uma certa cautela.
Agora até os
Corintianos, que estão felizes da vida pela conquista do Campeonato Brasileiro,
apostam que a taxa de juros subirá na próxima reunião de dezembro. Sobre o
campeonato brasileiro eu já contava há alguns meses que seria muito difícil do
Corinthians não se tornar campeão. Cometei com meu filho, corintiano roxo, que
se isso acontecesse – não fosse campeão, que ele não deveria ficar triste, pois
o time ganharia uma outra taça, por conseguir perder um campeonato tão ganho.
Ele não gostou muito! Hahaha ....
Os salários em termos reais nos EUA estão diminuindo. Em
termos nominais a figura é um pouco diferente, o mesmo tem mantido uma alta em
torno de 2% - 2,5% a.a. Acontece que a inflação entre 2015 e 2016 estava muito
baixa, em alguns momentos quase beirando zero. Essa é a razão de sua queda em
termos reais. Isso significa que os salários não estão sendo reajustados de
acordo com a inflação.
As estimativas do PIB acompanhadas pelo FED de Atlanta, que
tem se mostrado muito eficaz, aponta para um crescimento neste trimestre de
3,2% a.a., acima das previsões dos analistas. Embora seja muito cedo para
cantar vitória, pois esse indicador levou em consideração somente os dados de
outubro.
Outra comparação interessante aponta para a diferença dos ciclos
entre os EUA e dos principais países desenvolvidos. Através do gráfico a seguir,
que analisa o retorno das ações nos principais países, mostram que no passado
tinham um retorno mais ou menos sincronizados. Porém depois da crise de 2008,
os EUA se descolou desse grupo. Mais recentemente, a bolsa europeia e a
japonesa, tem performado melhor que a americana, mais ainda tem muito chão a
percorrer.
Sobre bolsa de valores, a ilustração a seguir mostra que
para quem pretende comprar ações para seus netos, de companhias que são ícones
hoje em dia, nem sempre é uma boa ideia. A história mostra que de 50 em 50
anos, as 10 principais ações de um período para o outro são completamente
diferentes, tanto as empresas como os setores.
No post na-velocidade-da-luz eu estava com uma visão de
queda para a moeda única, até sugeri um trade nesse sentido. Nesse post
expressei meus pontos de vista e frisei que essa aposta era contra a tendência
de médio prazo, onde acredito na alta da moeda única.
Na última segunda-feira, no post a-Europa-esta-de-vento-em-popa, resolvi liquidar essa posição: ...” estou
liquidando a posição vendida de euros a € 1,1660. O motivo é que se trata de um
trade especulativo contra a tendência principal de alta, além de sua evolução
nos últimos dias ter deixado a desejar. Prefiro esperar como observador” ...
Depois disso, o euro subiu de maneira mais forte atingindo
ontem a cotação de € 1,1845. Em função desses últimos acontecimentos, vou
sugerir um trade de compra a € 1,1750, com um stoploss a € 1,1650. O meu objetivo
é algo em torno de € 1,1880 a € 1,20, pelo menos. O gráfico a seguir exibe qual
é minha ideia.
Como aponto em vermelho, um primeiro movimento até algo
compreendido no intervalo expresso acima e depois duas hipóteses: ou rompe o
nível máximo recente de € 1,208; ou o euro volta a cair. Essa é a razão de um
stoploss tão apertado de 0,85%.
- David, porque você
não espera as coisas se definirem melhor, e caso o euro suba, possa comprar no
rompimento do nível € 1,208?
Nossa, que evolução, estou gostando de ver. Você está
correto, de uma maneira mais conservadora isso é o que se deveria fazer. Agora
o movimento de curo prazo que mostro a seguir parece que a opção de alta é um pouco
mais provável.
O que apontei em verde parece ser uma onda 3 sob a ótica de
Elliot Wave, e se isso se mostrar correto, ou seja nossa estratégia for
bem-sucedida, a chance de rompimento se eleva bastante.
Esse pode ser um caso instrutivo sobre operar contra a
tendência original. Nessas situações todo cuidado é pouco, e as vezes se deve agir
rápido para não se “apaixonar” com a ideia de curto prazo. Não sou contrafazer
isso – operar contra a tendência de longo prazo, mas esteja consciente que pode
dar errado. Lembrem sempre que correções não são previsíveis, e ao contrário,
muito difíceis de traçar planos.
O SP500 fechou a 2.585, com alta de 0,82%; o USDBRL a R$
3,2729, com queda de 1,19%; o EURUSD a € 1,1769, com queda de 0,19%; o ouro a
U$ 1.278, sem variação.
Fique ligado!
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