Detalhes!

Os bancos centrais do globo se empenharam para evitar um colapso financeiro, depois da derrocada do setor imobiliário americano. Através de injeções enormes depois de quase uma década, uma melhora se observa mais recentemente. Por todas as métricas que se pode avaliar essa recuperação é muito mais anêmica que as anteriores, mas o desastre foi evitado.


Por outro lado, os ativos de maneira geral passaram por fortes altas beneficiando seus detentores. Isso ocasionou distorções importantes que são apresentadas a seguir.   

Muitos louvam o Federal Reserve por suas ações para impedir uma possível depressão. As políticas da Reserva Federal certamente ajudaram a promover novos recordes de preços dos ativos financeiros em todo o espectro. Essas políticas resultaram em um ótimo aumento do patrimônio líquido dos americanos, porém criou o menor número de novos empregos de período integral e o menor aumento da renda real desde a Segunda Guerra Mundial. O gráfico abaixo mostra o patrimônio líquido doméstico (a avaliação é combinada de todos os investimentos em ações, propriedades, títulos, etc....) como uma porcentagem do rendimento disponível (o que resta depois de pagar impostos), e chama a atenção para a desaceleração da criação de emprego em tempo integral (em amarelo).


Ray Dalio, o proprietário do maior hedge fund global, notou que a recuperação é apenas para os ricos. Como mostra o gráfico do FED sobre Finanças do Consumidor, o crescimento do patrimônio líquido doméstico passou para os 20% de maiores salários, enquanto o restante viu seu patrimônio decrescer.


Um meio para detalhar o impacto desta recuperação desequilibrada é a baixa taxa de fertilidade dos EUA. Durante cada uma das crises anteriores na HHNW – Household Net Worth -  houve um aumento paralelo na taxa de fertilidade, pois os jovens adultos sentiram-se mais confiantes e capazes de formar ou cultivar uma família. No entanto, desde 2007, a queda da taxa de fertilidade nos EUA versus o aumento da HHNW coloca a verdade sobre quem está se recuperando, apontando um contraste gritante.


O Federal Reserve está protegendo, habilitando e recompensando um número reduzido de pessoas simplesmente por serem detentores de ativos (não por fazer alguma coisa com esses ativos). Por outro lado, pune a maioria por ter poucos ou nenhum ativo. Essa política garante que a grande maioria nunca serão proprietários de patrimônio, ao ver os preços dos ativos subirem versus salários estagnados.

Isso tudo porque um modelo econômico defeituoso baseia-se no crescimento da população (transformando-se no crescimento do consumo), agora saiu das premissas, haja visto que, o crescimento da classe consumidora está em colapso.

O gráfico abaixo mostra o crescimento da população anual discriminado por faixas etárias. Em verde escuro o crescimento entre 15-24 anos - azul claro, 25-54 anos – amarelo, 55-64 anos-vermelho, e o crescimento na faixa acima de 65 anos. No entanto, tanto a quantidade quanto a qualidade do crescimento da população, particularmente entre os quadros de 55-64 anos (em amarelo) é decrescente, isso está deixando todo o crescimento populacional vindo entre os segmentos de > 65 e > 75 anos idade. Os picos periódicos no gráfico são ajustes do recenseamento, não que a população verdadeira tenha sofrido picos de crescimento.


Por fim, o colapso do crescimento populacional da faixa etária entre 20-65 anos idade, está apenas acelerando e a maioria, se não todo o crescimento da população, estará entre os > 65 anos de idade.


Enquanto os presidentes e os partidos políticos entraram e saíram do "poder", o FED não mudou nada por décadas e sua política protege os 20% mais ricos das famílias (embora quem realmente aproveita os benefícios é o topo 1% a 2%), punindo os outros 80% que detém ativos mínimos ou nulos.

O envelhecimento da população americana não permitirá que a América cresça no caminho de sair fora desse buraco. Somente uma mudança definitiva, "revolucionária" dos paradigmas atuais salvarão os 80% para atingir o tão desejado sonho americano de ser um país de classe média.

No post bce-estilo-demode, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” existem algumas interpretações que poderiam levar o dólar a patamares mais elevados, esses patamares variam de R$ 3,25 a R$ 3,50. Não tenho uma opinião definida e abaixo mostro essas duas hipóteses” ... ...” no primeiro caso em vermelho, o triangulo apontado seria respeitado, e desta vez ao tingir o nível de R$ 3,25, o dólar mudaria de sentido iniciando um novo movimento de queda. No outro caso, em azul, o triangulo seria rompido para cima e as cotações poderiam até atingir R$ 3,50, não sendo necessariamente esse nível máximo, depois disso, uma queda do dólar” ...

 
Não foi nem uma coisa nem outra, na última sexta-feira, o dólar atingiu a máxima de R$ 3,30 e no próprio dia recuou para R$ 3,23. Os próximos passos estão indefinidos, entre um novo movimento de alta atingindo ao redor de R$ 3,50, ou a correção terminou e o dólar já se encontra em trajetória descendente.


- Puxa David, bem que você me avisou, passei um bom sufoco a semana passada, mas agora estou mais tranquilo.
Para rememorar os leitores, repito minhas escritas no post acima a meu “amigo”: ... “ até o momento não existe nenhuma indicação que o movimento do dólar se modificou de baixa para alta, mas se o dólar ultrapassar R$ 3,50, o gato subirá no telhado”. Agora se você está vendido em dólar e quer assistir esse movimento posicionado, boa sorte, eu prefiro ficar sem posição” ...

Para seu conforto de que a alta já terminou, o dólar deveria cair abaixo de R$ 3,20 nos próximos dias. Enquanto estiver entre R$ 3,20 – R$ 3,30, encontra-se no vulgo caixão, termo usado no jogo sete e meio (em desuso). Acima desse último, ainda vai sofrer um pouco, desde que não ultrapasse R$ 3,50, por último, se exceder esse nível, posso dizer que um “gatão” subiu no telhado! Hahaha ....

O SP500 fechou a 2.572, com queda de 0,32%; o USDBRL a R$ 3,2888, com alta de 1,61%; o EURUSD a € 1,1649, com alta de 0,35%; e o ouro a U$ 1.275, com alta de 0,24%.


Fique ligado!

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