Férias coletivas


Os resultados de emprego nos EUA deixaram a desejar, com a criação de 156 mil vagas quando o esperado era de 180 mil. A taxa de desemprego subiu para 4,4% propiciando ao FED mais tempo para agir.


O que realmente decepcionou foram os salários que subiram 0,1% no mês, mantendo a taxa anual em 2,5%. Também, os robôs, concorrentes do trabalho humano, além de não pedir aumento trabalham 24 horas por dia sete dias por semana! Hahaha ...


Mas os analistas não consideraram esse resultado suficiente para demover o FED de elevar os juros em dezembro, embora nos mercados futuros, a probabilidade de alta se encontra ao redor de 30%. 

O mês de agosto naturalmente é um período fraco de contratações por ser verão no hemisfério Norte, equivale a nosso mês de janeiro. Provavelmente o departamento de RH tira férias coletivas!

Os dados publicados hoje não foram afetados pelo Furacão Harvey, que terá impacto em vários indicadores econômicos nos próximos meses. O preço da gasolina já subiu bastante em virtude dessa catástrofe. O banco Credit Suisse publicou, para efeitos de comparação, o impacto que houve na inflação quando do Furacão Katrina em 2005. Se guardar alguma semelhança os dados de inflação dos próximos meses ficaram distorcidos.



O emprego também será afetado como aconteceu no caso Katrina onde houve uma queda de 20% após aquele evento.

 
Em termos de PIB o Credit Suisse refez suas projeções de crescimento considerando os efeitos do Furacão. A queda para o trimestre em curso aparenta ser de 1%, um resultado significativo colocando o PIB abaixo de 2%.


Já não bastasse as dúvidas existentes, os dados ficarão razoavelmente alterados nos próximos meses, dificultando o FED na sua tomada de decisão. Para outubro tinha se comprometido a anunciar como será a retirada de recursos do sistema, e em dezembro a decisão de elevação da taxa de juros. Ambas decisões serão influenciadas por esse evento, pode ser que, a autoridade monetária use essa escusa para postergar suas ações. Vamos acompanhar as declarações dos diretores do FED durante este mês.

As bolsas da Europa, e com menor intensidade a do Japão, foram as escolhidas pelos investidores para alocar seus recursos. O motivo é a recuperação econômica que se observa nesses países. Porém, uma análise feita nos últimos meses aponta para uma estagnação de preços quando esses índices são medidos em moeda local. Por outro lado, para o investidor cuja moeda base é o dólar, não é essa sua conclusão, basta verificar o gráfico abaixo.


O ganho obtido foi por conta da desvalorização do dólar e não pela alta das bolsas. Em outras palavras teria sido melhor só comprar o euro e não correr o risco da bolsa!

Alguns analistas acreditam que a alta do euro poderá afetar os lucros das empresas europeias, por terem suas margens comprimidas nos produtos que exporta ou mesmo em suas filias no exterior.

No post fim-de-feira, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” para o pessoal altista de juros, onde o Mosca se inclui, sobrou somente a última trincheira, que corresponde ao intervalo de 2,10% - 2,17%. Se essa barreira não for suficiente para segurar os baixistas, os juros irão para 2,0%, e se mesmo assim não aguentar depois para 1,82%” ...


E essa última trincheira foi rompida essa semana, sem, entretanto, tocar em nosso stoploss a 2,10%. Mas esse movimento foi suficiente para que eu mudasse de posição, agora projeto uma queda dos juros para o nível de 2,00 % - verde, e se rompido para 1,85% - rosa. O que mudou? A violação dessa área implica que a correção esperada já tivesse terminado. Mas deverá prevalecer por mais alguns meses, e só depois disso uma nova alta de juros deveria acontecer, conforme detalhado no gráfico abaixo.


- David, não seria mais correto abandonar a posição agora, já que não acredita mais na alta?
Você está certo no seu raciocínio. Porém, parece que uma pequena correção deve acontecer nos próximos dias (alta). Vou aproveitar para sair da posição nesse momento, evitando um prejuízo. Se atingir 2,27%, pode considerar encerrada a posição. Meu argumento é pragmático, agora o mercado está a 2,14%, se eu estiver errado, e o mercado cair deixo de ganhar 0,04 pontos, equivalente a 0,30% na posição. Se eu estiver certo, posso ganhar – ou deixar de perder – 0,13 pontos, o que corresponde na posição 1,01%. Assim me parece um bom risco retorno, considerando a posição existente.

Agora fique de olho no Mosca, pois posso decidir sair a qualquer momento. Esse trade passou a ter uma administração de curtíssimo prazo.

O SP500 fechou a 2.476, com alta de 0,20%; o USDBRL a R$ 3,1445, sem variação; e o EURUSD a € 1,1861, com queda de 0,39%; e o ouro a U$ 1.325, com alta de 0,30%.

Fique ligado!

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