Otimização
Avaliem quanto dos seus bens ficam ociosos a maior parte do
tempo. Eu sempre digo que o custo mais baixo por hora de uso é dos meus óculos,
custam caro, mas uso durante 16 horas/dia 7 dias por semana. Por curiosidade
vamos calcular esse custo. Suponha que eu fique 3 anos com os mesmos óculos,
seriam 17.520 horas de uso. Pago caro, mais dependo dele para tudo, imaginem se
vocês recebessem o Mosca escrito sem
óculos? Muito bem, isso daria R$
0,22/hora, de graça!
E o seu carro, quanto tempo fica na garagem? A coleção de
malas que é sempre um problema onde guardar. Aqui em casa, esse estoque tende
ao infinito, minha esposa sempre compra uma nova por viagem, os motivos são
óbvios! O armário de roupas, principalmente de festa, e muitos outros itens.
Até alguns anos nem se poderia pensar em otimizar essa
ociosidade, como conectar quem precisasse desses itens? Mas com o avanço da
tecnologia tudo isso foi possível. Acredito que o Uber foi um dos pioneiros
nessa área, transformou a locomoção numa forma barata. Questiona a necessidade
de tantos carros por família.
Um princípio básico de economia diz que quando a oferta é
maior que a demanda os preços tendem a cair, e é o que estamos presenciados em
várias áreas.
Vou citar alguns exemplos que os analistas ficaram surpresos
com os dados, mas eu não. O gráfico a seguir aponta os índices de inflação para
carros novos. Como podem notar, depois da crise de 2008, onde sofreram uma
queda importante em virtude da situação econômica, passaram por uma recuperação
nos anos seguintes, até que mais recentemente entraram no campo da deflação.
Minha explicação: Efeito Uber, a necessidade de um carro diminuiu com a oferta
desse serviço. Por que deixar seu carro depreciar na garagem?
Outra categoria quem vem sofrendo queda de preços é o grupo
de comunicações. Façam uma estatística de qual a proporção entre mensagens e
ligações telefônicas, e como tem evoluindo no tempo. Se você é jovem então nem
se fala, com meus filhos praticamente não uso mais o telefone, no máximo uma
mensagem voz pelo WhatsApp. Aqui a capacidade ociosa é do tempo das pessoas, é
muito mais eficiente se comunicar pelo WhatsApp, onde a pessoas respondem
quando estiverem disponíveis.
O gasto com restaurantes também vem declinado
consistentemente nos últimos 17 meses. Como se pode verificar no gráfico, tanto
o tráfico quanto o faturamento. O analista que fez esse comentário buscou
justificar a queda pela diminuição nos ganhos dos trabalhadores americanos,
pode ser, mas acredito que o principal motivo é o aumento de empregos que são
executados a distância, bem como aqueles que os americanos denominam de Gig workers, que são as pessoas que
realizam trabalhos de forma individual como o Uber. No mínimo mudaram o local
que fazem suas refeições e a frequência.
E assim seremos surpreendidos por mais e mais setores que
serão afetados por essa tendência de otimizar os bens e serviços ociosos. Essa
tendência é deflacionária e destruidora de empresas. O movimento com efeito
secundário, não aparece de forma clara nas estatísticas, mas tem impacto no
PIB. Difícil ter uma ideia das repercussões no futuro, e nem que setores serão
mais ou menos impactados. Por outro lado, a direção é clara, bens de uma
maneira geral tenderão a perder valor, pois mais pessoas irão compartilhar do
mesmo bem.
No post pagamento-por-quilo, fiz os seguintes
comentário sobre o dólar: ...” minha
projeção de queda abaixo de R$ 3,10 ganha novamente força. Vou sugerir um trade
para venda de dólar conforme anotado abaixo” ... ...” Venda o dólar entre R$
3,20 e R$ 3,22 com um stoploss a R$ 3,26, meu objetivo calculado é ao redor de
R$ 3,00 – R$ 2,90, a ser melhor calculado” .... O dólar entrou na região de
venda do trade e foi completado.
Vou fazer um ajuste que raramente faço, mas que nesse caso
foi um erro na colocação do trade. O stoploss ao invés de R$ 3,26 passa a ser
R$ 3,30. O motivo principal é a reta verde traçada acima onde o dólar poderá se
aproximar.
Um fator que conta contra nosso trade é o volume de apostas
contra o dólar no mercado internacional. A linha preta condensa todas as
apostas, enquanto as barras identificam as moedas. Notem que o euro é o
principal posicionamento contra o dólar enquanto o yen encontra-se posicionado
de forma contrária – a favor do dólar.
O SP500 fechou a
2.464, sem variação; o USDBRL a R$ 3,1692, com queda de 0,86%; o EEURUSD a €
1,1733, com queda de 0,44%; e o ouro a U$ 1.271, com queda de 0,82%.
Fique ligado!
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