O que fazer Yellen?
A minuta do FED divulgada ontem no final da tarde, não deixa
dúvidas como seus membros estão divididos em relação a alta de juros prevista
para acontecer em dezembro. O tema é o mesmo, se o mercado de trabalho está
próximo do pleno emprego, por que os salários não sobem de maneira a afetar a
inflação.
O Mosca, bem como
inúmeros analistas, tem se debruçado sobre essa questão, sem que haja uma
evidencia mais clara. Os membros da autoridade monetária que estão em dúvida,
levantam a hipótese de que mudanças na economia estariam causando essa
distorção – será que eles leram o post? otimização.
Como não haverá respostas no curto prazo, o FED será
conduzido por “voo visual” reagindo conforme os dados forem publicados, e como
já havia mencionado, até dezembro ainda tem um bom tempo. Então, mãos na massa!
O Citibank atualizou seu gráfico de surpresas econômicas apresentados aqui em diversas
ocasiões. Como se pode notar, houve uma melhora nos últimos meses sem que tenha
atingido o nível neutro.
O PIB projetado pelo FED de Atlanta se mantem em nível
elevado, próximo a 4%, e acima da projeção dos analistas.
Sabemos que a economia americana é fortemente dependente do
consumo – 70% do PIB -assim existe uma forte relação de causa efeito entre
essas variáveis. Desta forma, sem aumento do rendimento dos trabalhadores, o
PIB é afetado. O gráfico a seguir mostra essa relação, e parece que um novo
patamar foi estabelecido.
E o tão debatido juro real neutra, quando calculado pelo
modelo apresentado por Laubach-Williams - extraído de um estudo acadêmico
elaborado por esses dois economistas - encontra-se em -0,2%, muito próximo dos
resultados que se pode calcular da taxa de juros do mercado.
Existem situações na vida onde é necessário tomar uma
decisão mesmo que o melhor caminho não pareça claro. A reação mais comum nestes
casos e ficar parado, aguardando mais informações. É horrível esses momentos.
Ao se decidir por uma opção, o alívio é imediato. No caso da Yellen não é tão
angustiante pois a decisão será tomada por um colegiado, embora as
consequências se houveram, serão de sua responsabilidade.
As implicações poderão ser as seguintes; um aumento de juros
desnecessários pode abortar o crescimento tênue atual, uma postergação pode
gerar ações mais fortes no futuro, se realmente a inflação está se
materializando. Se eu estivesse em seu lugar tenderia a aumentar os juros. O
motivo é que o nível é tão baixo hoje que não deveria ter um impacto mais
importante na atividade, mesmo no primeiro caso. Mas tem risco, como tudo na
vida.
O gráfico a seguir ajuda a explicar porque o aumento de
consumo na China será muito demorado. Com atitudes diferentes da maioria dos
países, os chineses têm uma propensão maior em poupar, e como consequência,
menor em consumir. Isso não se altera do dia para noite, demora anos ou talvez
décadas.
No post arrumado-casa, fiz os seguintes
comentários sobre o euro: ...” vou propor
dois níveis de compra colocando ½ em cada um. O primeiro seria a € 1,157
enquanto o segundo a € 1,1370, e o stoploss colocado a € 1,10. Quero enfatizar
que não tenho confirmação que essa correção acontecerá da maneira que estou
esperando” ...
A correção parece estar em curso sem muito entusiasmo. Hoje
pela manhã a moeda única atingiu a cotação de € 1,1660, ainda acima dos
parâmetros que indiquei.
Assim como a Yellen, o Mosca
está parado aguardando pacientemente seus níveis serem alcançados. No meu caso,
comprar agora não seria uma boa decisão, pois teria que colocar o stoploss num
nível muito baixo. Porém é importante que o leitor saiba que acredito em novas
altas da moeda única mais à frente.
Os dados publicados da Europa sobre o PIB corroboram o
otimismo. O BCE terá que em algum momento alterar sua política monetária,
deixando de teimar com taxas de juros punitivas.
Até a França está saindo da letargia, agora com Neymar
defendendo o PSG, talvez possam disputar de igual para igual com os espanhóis! Eu
não acredito, mas quem sabe!
O SP500 fechou a 2.430, com queda de 1,54%; o USDBRL a R$
3,1741, com alta de 0,71%; o EURUSD a € 1,1723, com queda de 0,37%; e o ouro a
U$ 1,287, com alta de 0,38%.
Fique ligado!
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