Emergentes de mãos dadas


Um estudo do banco Goldman Sachs comprova que, em situações passadas onde a dispersão de crescimento entre os países dos mercados emergentes foi pequena, a recuperação permanece por mais tempo. Para provar esse sincronismo o gráfico a seguir mostra a dispersão em relação ao PIB – azul escuro, e a dispersão em relação ao índice atual de atividade – azul claro, nos últimos vinte anos.


Em seguida, para tornar seus resultados mais confiáveis, realizou várias simulações para evitar algum viés que por ventura exista. Desde a década de 1990, as recuperações dos mercados emergentes tendem a durar mais. A baixa dispersão atual ou o alto grau de sincronicidade representam uma expansão econômica mais longa para a região, semelhante ao que ocorreu na metade dos anos 2000.


Fui buscar um quadro onde mostrasse a posição do Brasil em relação aos seus pares. Na ilustração abaixo, a posição do país é bem interessante, onde o crescimento é baixo, porém as perspectivas são de melhora.

 
Já em relação a política monetária e fiscal, nos encontramos em dois extremos. Enquanto a política monetária está numa fase de afrouxamento a política fiscal está numa etapa de aperto. Em todo caso, prefiro isso que ao contrário.

 
Os últimos dados econômicos publicados no Brasil oferecem uma certa esperança. A publicação do IBC –Br (Índice de Atividade Econômica do BC) subiu 0,5%, as vendas ao varejo cresceram 3%, ficando acima da previsão dos analistas.


O grande problema no momento é político, mas como os dados vem mostrando, ainda não foram suficientes para abortar essa melhora. Se não tivesse existido o caso Joesley, provavelmente estaríamos num ambiente mais favorável.

Como comentei no post o-ultimo-bonde-para-lapa, a eleição de 2018 passa a ser fundamental para nosso futuro, ou elegemos um presidente disposto a enfrentar os lobbies, aprovando uma reforma da Previdência decente, ou entra um populista que empurrará com mais força o país no buraco.  Se esse estudo da Goldman se mostrar efetivo, o fator positivo seria uma economia em recuperação em 2018, ficando mais fácil eleger um presidente no primeiro caso. Ainda existe esperança!

A figura abaixo contabiliza os ganhos das várias classes de ativos desde a crise de 2008. Notem que a maioria obteve valorizações muito positivas, principalmente os títulos de renda fixa – Europe HY, EM Soverigns, EM Corportaes ..., e poucos negativos, onde as commodities se destacam, principalmente pela queda do petróleo.


No post a-china-entra-em-ação, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” conforme traçado no gráfico abaixo, entre 2,15 % - 2,40% considero como terra de ninguém, tudo pode acontecer” ... ...” quem são os gurus de Wall Street: “Olhe o que os bonds traders estão fazendo e esqueça os traders de bolsa”. Nesse caso, o mercado de juros não estaria levando a sério as ameaças de Trump” ...


Em relação aos comentários acima teria duas observações: a “terra de ninguém” está próxima de ser ameaçada pelos baixistas de juros; e os gurus de Wall Street não estavam preocupados com o Trump, mas sim, com os dados econômicos, principalmente de inflação, que podem fazer o FED mudar de ideia.


Para o pessoal altista de juros, onde o Mosca se inclui, sobrou somente a última trincheira, que corresponde ao intervalo de 2,10% - 2,17%. Se essa barreira não for suficiente para segurar os baixistas, os juros irão para 2,0%, e se mesmo assim não aguentar depois para 1,82%.

Eu não tenho a menor ideia dos motivos que fariam os juros cair a níveis tão baixos, pode ser tanta coisa que de nada vale a especulação sobre o assunto. Como fundamentalista eu estaria agora buscando entender como podem os juros estarem tão baixos, não faz o menor sentido. Mas como analista técnico não é problema meu ter que justificar. O stoploss é o maior dos motivos para brecar seus erros. Por outro lado, esse mecanismo preserva o tão valioso capital e não as suas previsões.

Estamos entrincheirados para batalhar com todas as armas, se perdemos mudamos de lado. Qual o problema? O objetivo é o bolso e não de que lado estamos! Hahaha ....

 
O SP500 fechou a 2.425, com queda de 0,18%, estou alterando o stoploss para 2.175; o USDBRL a R$ 3,1442, com baixa de 0,94%; o EURUSD a € 1,1762, com alta de 0,34%; e o ouro a U$ 1.286, sem alteração

Fique ligado

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