Arrumado a casa
Como de costume, a China permanece rumo aos seus objetivos
sem grandes (nenhum!) questionamento político ou social. Fiquei pensando porque
esse país não se ofereceu para abrigar os refugiados Sírios? Talvez com uma
população de 1,4 bilhões de indivíduos é melhor fingir de morto. Também, se o
sistema político deveria ser mais a direta ou a esquerda não faz parte de sua
agenda, nem interessa. Não saberia dizer se a população tem este tipo de
demanda, pois quem se atreve a contestar, as sanções são grandes.
Por outro lado, um país que caminha firmemente a ultrapassar
em tamanho a economia americana em alguns anos, crescendo de forma interrupta
por décadas com níveis invejáveis, sucinta a dúvida se que os chineses não são
felizes mesmo assim. Nesse conceito é importante considerar de onde vieram e
aonde estão, e não uma comparação direta com um país desenvolvido.
Mas muito se tem falado sobre a robustez desse crescimento,
de tempos em tempos, ou melhor, quase interruptamente, surge uma analista que
alerta sobre uma crise eminente. Ao se deparar sobre esses argumentos, parecem
convincentes. Porém o que se observa até agora é uma administração governamental
muito boa. É de se levar em consideração a confiabilidade de seus indicadores
econômicos, que provocam dúvidas, por exemplo, a evolução do PIB parece um
relógio suíço, quase sem nenhuma volatilidade, será isso possível?
Há pouco tempo, esse país sofreu um grande teste ao confrontar
com perdas constantes de reservas, oriunda da retirada de investimentos por
parte dos estrangeiros. Em termos de magnitude foi expressivo, entre junho de
2014 até o final de 2017, uma redução de U$ 1,0 trilhão. Acontece que desde
então, as reservas vêm se recuperando de forma gradual, detendo atualmente U$
3,080 trilhões.
Uma economia sólida aliado a limitação em enviar recursos ao
exterior, ajudaram a recuperar a confiança na moeda, aliviando a pressão de
saída. Outro fator que contribuiu para esse fim foi a desvalorização do dólar.
Boa parte desse influxo recente se deve aos saldos da
balança comercial, uma vez que as saídas financeiras cessaram. Os investidores estrangeiros
acreditam não ser mais necessário uma desvalorização expressiva do yuan.
Alguns até acreditam que agora poderia se valorizar, como vem acontecendo
lentamente nos últimos meses.
Essa noite foram publicados os resultados de comércio
relativo ao mês de julho. Tanto as exportações como as importações ficaram
abaixo do esperado pelos analistas. O primeiro cresceu 7,2% enquanto o segundo
11 %. O saldo comercial foi de U$ 46,7 bilhões, superior ao anterior U$ 42,7
bilhões.
Fico surpreso como a mídia coloca um tom negativo a
resultados como esse, até parece que o fato de não atingir as previsões é um
sinal importante de alerta. Mas se esquecem de observar o resultado absoluto,
onde aí sim não teriam nada a comentar. Que país do mundo cresce a esses
níveis? Não se deve desconsiderar o volume total das exportações e importações.
O saldo da balança comercial deste mês é equivalente a 65% do saldo esperado no
Brasil para 2017, e veja, será um ano espetacular por aqui.
E desta forma que a China ruma aos objetivos, fazendo muito
e falando pouco. Quando o vento está contra joga na defesa, quando está a favor
arruma a casa. Para quem viaja ao exterior pode notar a diferença ocorrida nos últimos 10 anos. Hoje em dia, já estão por toda parte, e isso é uma
conquista proveniente do crescimento econômico. Os ocidentais criticam o seu
comportamento, por jogar lixo na rua, maus modos ao se alimentar. Mas isso eles irão aprender, e ao continuar
nesse ritmo, seguramente daqui a alguns anos serão recebidos como os japoneses
hoje nas lojas mais chiques!
No post taxa-real-obscena, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” O gráfico a seguir de mais longo prazo aponta para a importância
do momento. Notem que em outras duas ocasiões – azul – a tentativa foi em vão.
Porém nesse momento – verde – mostra um outro entusiasmo”...
Ao atingir a máxima de € 1,19, e depois da publicação
dos dados de emprego, uma pequena retração levou a moeda única ao redor de €
1,1750. Mas isso é suficiente para propor um trade no euro? Não acredito por
dois motivos: primeiro que é uma queda muito pequena vis-a-vis sua alta recente; e segundo que o stoploss teria que
estar muito distante desse ponto não oferecendo um bom risco retorno. No
gráfico abaixo tracei os níveis que sugerem alguma ação.
Se minha hipótese se mostrar correta, a moeda única estaria
entrando numa correção intermediaria. Vou propor dois níveis de compra colocando ½
em cada um. O primeiro seria a € 1,157 enquanto o segundo a € 1,1370, e o
stoploss colocado a € 1,10. Quero enfatizar que não tenho confirmação que essa
correção acontecerá da maneira que estou esperando, mas já queria deixar os
leitores preparados para a ação. Qualquer mudança de planos acompanhem o Mosca.
O SP500 fechou a 2.474, com queda de 0,24%; o USDBRL a R$
3,1200, com alta de 0,12%; o EURUSD a 1,1749, com queda de 0,37%; e o ouro a U$
1.261, com alta de 0,30%.
Fique ligado!
Could China Be Turning a Corner?
ResponderExcluirhttps://www.bloomberg.com/view/articles/2017-07-27/china-may-be-getting-a-handle-on-its-debt-woes