A macroeconomia está "démodé"


O agregado monetário mais acompanhado pelos economistas é o M2 - anexei um link para quem quiser mais detalhes sobre todos Base_monetária. A definição de M2 é a representação do estoque de moeda, constituído pelo papel-moeda em poder do público, mais os depósitos a vista no sistema bancário, mais os depósitos a prazo neste mesmo sistema.

Fui pesquisar em posts antigos a quantidade de vezes que fiz comentários sobre a queda do M2, posso dizer que foram muitas, desde 2013 já chamava minha atenção. O gráfico a seguir, contendo informações dos últimos 60 anos, não deixa dúvida de sua queda continua a partir da virada do século.


Na academia se aprende que uma economia em expansão o M2 deve crescer afinal, os bancos tem mais demanda por crédito necessitando assim de recursos. Se pode questionar que a emissão de títulos privados substitui parte dessa demanda, porém as pequenas e médias empresas, bem como as pessoas físicas, não tem acesso a esse mercado.

Até hoje não tive conhecimento de nenhuma boa explicação para esse fenômeno, ao contrário, os analistas tendem a ficar perplexos. Mas as distorções atuais não se limitam a esse indicador, aqui mesmo no Mosca tenho comentado inúmeros casos: desemprego a níveis muito baixos sem causar nenhuma pressão inflacionária nos países desenvolvidos; taxa de juros negativas; níveis de endividamentos governamentais muito acima do aceitável no passado sem que esse fator gerou uma crise financeira; e etc. ...

Minha perplexidade a esses fatos induz ao questionamento: Será que os conceitos de macroeconomia têm que ser reescritos, ficou démodé? Um argumento a favor desse pensamento, ou pelo menos uma reflexão, é a grande evolução tecnológica que estamos vivenciando. Por outro lado, a liquidação das operações é feita por meio de uma instituição financeira e se os negócios aumentam, como o M2 não se mexe, e pior, cai!

Não tenho a pretensão nem a competência para buscar explicações para essas anomalias, mas tenho que saber se esqueço tudo isso ou fico muito atento pois em algum momento vai funcionar como o esperado. Nenhuma dessas situações tem uma solução de imediata. Vamos continuar a “esquecer” enquanto não é divulgado uma nova atualização e coçar a cabeça a cada nova publicação.

No campo dos juros americanos a disparidade entre as taxas explicitas nos contratos futuros de juros e a expectativa do FED continua. Conforme se pode notar no gráfico a seguir, agora a probabilidade de mais uma alta este ano se encontra abaixo de 40%. Lembrando que, a próxima reunião é em setembro, porém a elevação esperada é para a reunião de dezembro.

 
Está semana serão publicados alguns dados importantes dos EUA, porém sem dúvida os de emprego na sexta-feira será acompanhado pelo mercado. A expectativa dos economistas indica uma criação entre 150 a 220 mil novas vagas com uma taxa de desemprego de 4,3%. Amanhã como de costume será publicado o ADP que é um indicativo dos dados da sexta-feira.

Há longínquos 45 dias, foi minha última postagem sobre a bolsa brasileira. Venho frisando que ações brasileiras se encontram numa correção mais longa. No post final-imprevisível, fiz as seguintes observações: ...” o Ibovespa está próximo a mínima atingida em maio de 60.300. Infelizmente, não tenho uma sugestão clara sobre o futuro próximo do índice. Como apontado abaixo, teria alguns níveis dos quais suspeitará sua trajetória”...


...” poderia na verdade definir um intervalo como terra de ninguém – 60.000 a 65.000. Na parte superior, as chances de uma alta se elevam, porém, tenho que frisar que somente acima de 70.000 fica mais seguro” .... O Ibovespa se encontra agora em 66.350, um pouco superior ao intervalo apontado acima.

O gráfico acima tem um viés de mais longo prazo. Os dados de momentum são positivos, porém mesmo assim não consigo propor uma sugestão de trade, no momento. No gráfico, tracei duas possibilidades: a primeira em azul seria um rompimento na sequência do nível de 70.000 o que levaria a bolsa a novas altas. Por outro lado, o cenário anotado em verde ainda contempla alguns meses em queda para em seguida buscar romper o limite acima.

Existem ainda outros detalhes que do ponto de vista estatístico classificaria a segunda hipótese - verde - como a mais provável. Isso não vai me inibir de sugerir compra caso aconteça a primeira hipótese, afinal em estatística sempre existe a situação menos provável cuja probabilidade não é zero. Agora, olhando de hoje, ir contra não parece ser uma boa ideia.

Se der tudo certo, e a bolsa cair a níveis interessantes vamos entrar sim, a expectativa é de alta no longo prazo. Esse nível interessante seria ao redor de 57.000.

A título de curiosidade vejam onde cada minuto da internet está conectado.


O SP500 fechou a 2.475, com alta de 0,20%; o USDBRL a R$ 3,1240, sem variação, o EURUSD a 1,1800, com baixa de 0,35%, e o ouro a U$ 1.269, sem variação.

Fique ligado!

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