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Mostrando postagens de agosto, 2017

Desafiando o livro texto

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Por mais que a curva de Phillips tão comentada recentemente não esteja funcionando - “Segundo esta teoria, desenvolvida pelo economista neozelandês William Phillips, uma menor taxa de desemprego leva a um aumento da inflação, e uma maior taxa de desemprego a uma menor inflação” – e se os dados econômicos continuarem dispares, o FED terá um enorme dilema dentro em breve. Como de costume, nesta sexta-feira será anunciada a taxa de desemprego nos EUA. Embora os dados publicados pelo ADP não tenham se mostrado um bom indicador do dado oficial, não custa observar. O resultado publicado ontem apontou a criação de 236,6 mil empregos. Se os dados de emprego anunciados amanhã confirmarem esse patamar, não restara dúvida que o mercado de trabalho está caminhando para um nível perigoso de aquecimento, e pela teoria conhecida, é um indicador de alta da inflação futura. Para completar nesse front, altista de juros, o PIB americano do 2º trimestre foi republicado com alterações em r

Inflação sem inflação!

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Hoje pela manhã foi publicado o IGPM do mês de agosto cuja taxa mensal ficou em 0,10%, enquanto a taxa anual segue no campo da deflação em -1,72%. Vários contratos são reajustados por esse indicador inclusive os de aluguel. Outro dia foi noticiado no Jornal Nacional que os locatários tinham dificuldade em praticar a diminuição dos valores pagos na data do reajuste. É verdade que esse é um fato raro, as pessoas estão acostumadas a reajustar para mais e não para menos. Se eu fosse um desses inquilinos aplicaria a redução, afinal as NTNB’s descontam do rendimento esse percentual, por que não os alugueis? A sua composição é feita através de três componentes: preços no atacado (IPA) com peso de 60%; preços ao consumidor (IPC) com peso de 30%; e preços da construção civil (INCC) peso de 10%. Não bastasse isso, o IPA é composto por três outros subitens: Bens Finais, Bens intermediários e Matérias-Primas Brutas. Notem no gráfico a seguir a volatilidade desses últimos componentes.

Jogo arriscado

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Hoje fomos surpreendidos com uma nova ação por parte da Coréia do Norte a lançar um míssil balístico cruzando os céus do Japão. A reação do primeiro-ministro japonês foi imediata “ essa ação chocante ao lançar um míssil sobre nosso país é algo improcedente, grave e uma ameaça séria que causa danos a paz e segurança da região”. Já o Presidente Trump, que recentemente trocou farpas com Kim Jong Un, disse que a Coréia do Norte desprezou seus vizinhos e que todas as opções estão na mesa. Refleti quais poderiam ser os objetivos da Coréia do Norte. A primeira hipótese, e de difícil julgamento, é que o cara é louco e toma medidas inconsequentes, se esse for o caso poderemos ter um cenário imprevisível daqui em diante; o segundo, e mais maquiavélico, é que essas ações estariam sendo coordenadas em conjunto com a China. Todos sabemos da dependência desse país com a China, com as restrições impostas pelo mundo Ocidental, a Coréia depende dos chineses para tudo, desde alimentos, be

Trajetória inquietante

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Quando a riqueza é mal distribuída num país, o populismo tende a ganhar força causando a ruptura em algum momento.  Um trabalho feito pelo Deutsche Bank mostra que a desigualdade é uma razão importante do populismo recente, e esse fator vem crescendo ao redor do mundo sem nenhum sinal de mudança no horizonte. A ilustração a seguir apresenta quais são os pontos que vem ocasionado essas desigualdades: Tecnologia, globalização de mercadorias e financeira, mercado de trabalho, política de impostos e educação. Para medir a distribuição de riqueza utiliza-se um parâmetro denominado de índice de Gini que consiste num número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade (no caso do rendimento, toda a população recebe o mesmo salário) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e as demais nada recebem). O gráfico a seguir apresenta a evolução desse índice em vários países desenvolvidos. Nota-se que em todos eles houve uma pior

Fim de feira

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O assunto sobre a saúde da economia americana continua em voga entre os comentários dos analistas. Um artigo publicado pela Bloomberg exterioriza a opinião de alguns bancos sobre em que ponto se encontra a economia, bem como o seu impacto na bolsa de valores. Extrai os principais argumentos da referida publicação. O HSBC, Citigroup e Morgan Stanley veem evidências crescentes de que os mercados globais estão na última etapa de expansão antes de uma desaceleração do ciclo econômico. Os analistas de Wall Street citam sinais sobre a baixa correlação de longo prazo entre ações, títulos e commodities, bem como o fato dos investidores estarem ignorando os fundamentos. Tudo significa que os mercados de ações e de crédito correm o risco de uma queda dolorosa. "As ações tornaram-se menos correlacionadas com o câmbio, este por sua vez tornou-se menos correlacionado com os juros, e tudo se tornou menos sensível ao petróleo", escreveu Andrew Sheets, o principal estrateg

Almoço indigesto

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Certa vez fui convidado pelo diretor de open market do banco central para almoçar nas instalações do Rio de Janeiro. Inicialmente fiquei surpreso com o convite, mas depois soube que todos os tesoureiros de bancos estrangeiros receberam o mesmo convite. Naquela época o Hedging do capital próprio do banco era feito através de títulos com rendimento indexado ao dólar, o que seria equivalente a NTNB atual com correção cambial mais juros, que na época eram de 6% a.a. Bons tempos! Assim, nós éramos os grandes players do mercado nesses papeis. Naturalmente, o volume que tínhamos em carteira era superior ao necessário para tal fim – Hedge –. O tesoureiro do banco London Multiplic, que era conhecido como Tatá, tem um grande senso de humor. No meio do almoço, o diretor do banco central fez a seguinte pergunta “ O que vocês acham da ideia de emitir um título cambial de dois anos? ” Um silencio profundo na sala, afinal todos ali estavam carregados de papéis de cinco anos, e se o BC d

SELIC 6%: Uma miragem?

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Eu venho enfatizando que a inflação no Brasil está apresentando sinais de notável estabilidade. Isso seria suficiente para projetar juros nominais e reais mais baixos. O mercado trabalha com a taxa Selic entre 7% a 7,5% a.a. para o final de 2017. Essa taxa compreenderia uma inflação de 4% a.a. e um juro real de 3% a 3,5% a.a., podendo um compensar o outro. Podem notar que ninguém prevê uma taxa de 7,25% e a razão é a mais esdruxula possível, o motivo é que seria igual a taxa mínima durante o governo da Dilma. Sendo assim, pode dar azar! Come on ! Seu governo foi tão ruim que ninguém mais lembra, até sugiro que seja excluído do livro de história brasileira, talvez um parágrafo. Hoje foi publicado o IPCA-15 correspondente a metade do mês de agosto, a variação ficou em 0,35%, abaixo de todas as expectativas do mercado, em 12 meses a taxa caiu mais um pouco para 2,68% a.a. É verdade que os alimentos estão em queda livre, com taxas negativas, não fosse a elevação dos impostos n

Disputa de pênaltis

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Para quem gosta de futebol já viveu a situação que vou descrever. Me refiro aquele jogo onde seu time está disputando uma final e é notória a superioridade do adversário. O placar indica uma disputa de pênaltis quando ainda falta todo o segundo tempo para terminar, e parece que o tempo não passa. O time adversário tenta definir o jogo, mas o goleiro faz milagres, a bola bate na trave, zagueiro tira em cima da linha do gol, só resta rezar para o jogo terminar e tentar uma vitória na disputa de pênaltis. Essa é a situação que o Brasil vive atualmente, com a recusa e manobras usadas por Temer para permanecer no cargo, aliado à sua absurdamente elevada taxa de rejeição, uma ilha se criou em sua volta, não como a ilha da Fantasia da série dos anos 70, e sim mais parecida com a prisão de Alcatraz. Comentei recentemente sobre a necessidade da aprovação da reforma da previdência, que enquanto isso, vem sangrado os cofres públicos de maneira sistemática e implacável. No post o-úl