A China desafia a lógica


Vou fazer um breve comentário sobre a decisão do FED. Vai ser tão breve que não tenho quase o que acrescentar, tudo foi como o esperado, nenhuma alteração nos juros e sem o anunciar quando começa a redução de seu balanço. Somente uma palavra deixou o mercado desconfiado, e com razão. Ao usar a palavra “brevemente” para definir a data, e como o esperado era setembro, suscitou uma certa insegurança no mercado. Como resultado, o dólar-dólar estendeu a queda atingindo o menor nível desde 2016. Daqui até setembro, data da próxima reunião, todo foco ficará em cima dos pronunciamentos dos membros do FED.

Hoje o assunto é China. Quantas não foram as vezes que os economistas anunciaram a derrocada da economia chinesa. E não foram só discursos, os investidores fizeram apostas importantes contra a moeda, o yuan. Na bolsa também recordo o ano de 2015 onde depois de atingir sua cotação máxima desabou em queda livre. O nível de sua dívida é outro parâmetro que deixa os analistas muito preocupados, levando alguns a indicar que uma quebradeira geral se deve esperar.

Mas o governo vem sabendo administrar as crises com bastante eficiência, é verdade que U$ 3,0 trilhões de reservas é uma munição de respeito. Os chineses diferentemente dos ocidentais realizam suas mudanças estruturais de maneira bastante lenta e talvez essa seja a chave do seu sucesso. Passaram de uma taxa de crescimento do PIB de 8% a.a. para algo em torno de 6,4%, despacito. E, enquanto os economistas ocidentais achavam que seria perigoso, os chineses implementaram de forma lenta.

Faz algum tempo que não encontramos previsões catastróficas para a China, é bem verdade que o resto do mundo vem colaborando com crescimento por toda parte – menos por aqui!

Vou apresentar os ativos mais importantes chineses, inicialmente o yuan. No gráfico abaixo notem que o intervalo tecnicamente importante entre 6,75 – 6,90, que ameaçou romper no final do ano passado, foi respeitado. Nos últimos dias recebi alguns relatórios de bancos que haviam indicado uma aposta contra o yuan meses atrás, sugerem agora sua liquidação, usando o argumento do dólar-dólar como razão principal. Seria melhor assumir que errou e ponto!


Já a Bolsa de Valores vem recuperando o terreno perdido durante esse período mais conturbado citado acima, porém não performou da mesma forma que a bolsa americana.


No front político, Donald Trump, que anunciava sansões pesadíssimas a serem aplicadas à China antes de ser eleito, recuou muito, afinou em termos mais coloquiais. Ao contrário, agora depende da boa vontade dos chineses convencerem os norte-coreanos a não fazerem nenhuma loucura.

Em resumo, para quem esperava uma catástrofe eminente, a mesma foi postergada na pior das hipóteses. E talvez fique algumas lições: eles são diferentes; reservas de U$ 3,0 trilhões garante muitos desaforos; crescimentos em níveis elevados acima de 6% por várias décadas não é para qualquer um!

Mas não é só a China que vem apresentando melhoras, os emergentes também de uma maneira geral. Os países asiáticos, vem surfando essa nova onda de crescimento. Isso pode ser notado pela alta nos preços das commodities mais recentemente com a confirmação dos dados da Europa e Japão.

As moedas emergentes consideradas de uma maneira ampla, através do índice criado pelo JP Morgan, também vêm valorizando desde o final de 2016.


Além disso, o fenômeno de queda de volatilidade também acontece nos ativos de bolsa dessa categoria.


Todos os elementos apontados acima aliados ao fato que os países desenvolvidos estão crescendo a níveis mais modestos, e com expectativa de juros muito inferiores aos padrões do passado, criam um cenário bastante animador para os países emergentes. E nós aqui, discutindo se o Presidente deve ficar ou não, se Lula deve ser preso ou não, os políticos preocupados em se livrar das garras do Sérgio Moro, e etc ... estamos perdendo de novo essa oportunidade.

A única posição que o Mosca detém é no mercado de juros de 10 anos. No post a-moleza-esta-acabando, fiz os seguintes comentários: ...” sugerem que o cenário 1 acima poderá estar em curso. Desta forma, vou sugerir um trade de alta de juros no nível atual de 2,27%, com um stoploss a 2,10%” ...


...”quero enfatizar que acima de 2,45% reforça minha tese, em seguida 2,50%, e, se ultrapassado, 2,65% acontece a grande batalha. Acima disso, caminhamos para 2,90% - 3%”...

Durante minha ausência o mercado ficou bem animado, no começo de julho a taxa atingiu 2,40% um pouco abaixo do primeiro nível apontado acima. Depois disso recou, atingindo o nível de entrada no trade a 2,27%.

O intervalo de 2,4% – 2,45% passa a ser de vital importância, em ultrapassando vou ficar bem confiante que os objetivos acima deveriam ser alcançados. Até lá nada ainda pode ser confirmado, e a possibilidade de novas baixas existem, principalmente abaixo de 2,10%.


Na reunião da Rosenberg ontem, alguns participantes tentaram elencar fatos para que esse e outros mercados possam alcançar as previsões feitas. Eu ironicamente respondi: não me interessa o que o Mario Draghi vai fazer com os juros; o que a Yellen vai falar; nem tampouco se a reforma da previdência vai passar no Brasil ou se Michel Temer fica até 2018. Meu foco são os preços, o resto é especulação! Hahaha ....

O SP500 fechou a 2.475, com queda de 0,10%; o USDBRL a R$ 3,1524, com alta de 0,56%; o EURUSD a 1,1676, com queda de 0,48%; e o ouro a U$ 1.258, sem variação.
Fique ligado!

Comentários

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