Se a moda pega ...


Os bancos centrais têm sido os maiores compradores mundiais de títulos do governo, mas podem parar em breve - uma mudança de tendência para os mercados globais. No entanto, os investidores divergem sobre o que essa mudança vai significar.

Muitos esperam que os rendimentos dos títulos possam subir e as ações caírem, alguns veem pouco efeito, enquanto outros sugerem que os investimentos mais arriscados, como títulos corporativos ou a dívida do governo italiano, vão suportar a pressão. Mas recentemente, os rendimentos das obrigações europeias de alto rendimento atingiram o nível mais baixo desde antes da crise financeira, num sinal potencial de que a ameaça de afrouxamento ainda não afetou os mercados.

Quando a redução começar, os investidores poderão estar despreparados, e os mercados poderiam mover-se rapidamente. Em junho de 2013, o mercado foi surpreendido com a retirada de estímulo pelo FED, levando a uma venda rápida de títulos, que elevou em mais de 1 % os rendimentos do Tesouro americano de 10 anos.

Dados recentes mostraram que o Banco Central Europeu possui ativos totais de US $ 4,5 trilhões, mais do que qualquer outro banco central. O FED e o Banco do Japão têm cada um US $ 4,4 trilhões, embora o BOJ não se espera acabar com QE em breve.


Com a recuperação da economia mundial, os investidores acreditam que as participações do FED e do BCE atingiram um pico. Autoridades dos EUA estão discutindo como acabar com sua carteira, que mantiveram constante desde 2014. E segundo as últimas declarações de seus diretores parece que a dúvida não é mais se vai acontecer, mas quando começará a redução.

Uma série de pesquisas de analistas e bancos centrais estima que essas políticas reduziram os rendimentos das obrigações soberanas de 10 anos em cerca de 1 % nos EUA e no Reino Unido e em 0,5% na zona do euro.

Mas não está claro por quê.

Tradicionalmente, os economistas pensavam que é somente o que os bancos centrais fazem com as taxas de juros que realmente importa. Os rendimentos dos títulos caíram porque as taxas de juros foram mais baixas e mesmo negativas. Se os investidores acreditam que os BCs vão fixar as taxas de curto prazo em zero para os próximos 10 anos, eles vão comprar um título soberana de 10 anos rendendo mais do que zero. Não deve ser importante o volume de títulos no mercado.

Alguns investidores dizem que se QE funciona, age como uma mensagem dos banqueiros centrais para os mercados que, eles estão comprometidos com taxas baixas. Se isso é correto, então as autoridades monetárias podem proteger os mercados de uma venda desenfreada de títulos, contanto que estejam fortemente empenhados em manter as taxas de juros baixas.

No entanto, a pesquisa sugere que nem todo o impacto do QE tem sido retórico.

Grande parte disso pode ser um "estoque" ou efeito carteira, o que acontece quando os títulos soberanos se tornam escassos. Muitos investidores sempre querem comprar títulos do governo, dado que eles são seguros e líquidos. Assim, sempre que os bancos centrais retiram esta dívida para fora do mercado, os gestores têm que buscar títulos remanescentes, empurrando para baixo seus rendimentos.

Qualquer venda dos bancos centrais aumentaria o estoque, elevando os rendimentos.

Esse efeito de fluxo é muito mais forte na zona do euro do que nos EUA, de acordo com pesquisas recentes do BIS e do BCE.

Nos 30 dias após os anúncios do QE, o impacto foi maior para ativos menos líquidos como títulos de empresas ou a dívida de economias mais fracas, como Itália e Espanha. Os títulos públicos mais seguros foram geralmente menos afetados, com exceção da primeira rodada de compras pelo FED em 2008.



Assim, se o BCE suspender as suas compras mensais de € 60 bilhões, a dívida pública dos países mais fracos, e os títulos de empresas, deverão ser os mais afetados.

Ninguém tem uma reposta conclusiva de qual serão os feitos nos mercados quando os BCs resolverem colocar fora de seus balanços os ativos comprados durante a fase de estimulo. Na opinião do Mosca deverá ter um impacto nos juros, haja visto que os montantes são enormes. O que é difícil mesurar é qual magnitude pois dependerá do volume e prazo desse desmonte. Uma coisa eu não tenho dúvida, os pilotos dos helicópteros ficaram sem emprego!

Vou comentar sobre o dólar hoje e gostaria de acrescentar dois gráficos antes. Tenho comentado que nossas contas cambias estão indo de vento em popa. Na rubrica de investimento direto os estrangeiros não estão nem um pouco preocupados com o que acontecerá com o Lula e sua turma, ou se o Palocci vai fazer delação premiada, eles continuam fazendo investimentos no Brasil, cujo valor em 12 meses atingiu US$ 85 bilhões. A balança comercial e outra sigla que vem ganhando destaque no último ano, espera-se para esse ano um saldo de US$ 60 bilhões. Veja a seguir o fluxo cambial mensal. Que beleza!


Outra informação importante referente a posição dos bancos encontra-se abaixo. Depois de ter atingindo a marca de US$ 37 bilhões em 2016 vem reduzindo sistematicamente encontrando-se atualmente em US$ 11 bilhões. Essa informação agregada a queda do volume de swaps cambiais abrem espaço para a queda do dólar, que só poderia ser estancada com uma atuação do BC na compra de moeda, uma vez que, a demanda para envio de recursos ao exterior pelos brasileiros tem diminuído.


No post robôs-processando-humano, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” O quadro se modificou pouco desde essa última postagem, apenas o dólar encontra-se mais próximo das máximas alcançadas ultimamente a R$ 3,20” .... Comentei também que existiria duas formas de executar um trade ...” primeiro projeta-se um nível de preço, que se atingido, o trade é executado; o outro aguarda sinais de reversão para implementar o trade, naturalmente inferior (no caso de uma venda) ao primeiro caso” ...


Eu pretendia usar a primeira sistemática, porém o mercado deu indicações de queda do dólar nos últimos dias, então vamos a segunda opção. A sugestão é de venda de dólar a R$ 3,1050 com stoploss a R$ 3,16. Uma das razões dessa mudança de tática é o rompimento da reta anotada baixo em azul.


Se realmente o dólar cair da maneira que estou esperando existem alguns objetivos que prefiro explicitar conforme a premissa se concretize. No curto prazo o rompimento de R$ 3, 087, aumentam nossa chance de estarmos no caminho certo. Depois disso, R$ 3,038 abriria a porta para novas quedas.

O SP500 fechou a 2.402, com alta de 0,48%; o USDBRL a R$ 3,1105, com queda de 0,42%; o EURUSD a 1,0973, com alta de 0,43%; e o ouro a US$ 1.230, com alta de 0,15%.
Fique ligado!

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