Rescrevendo o livro texto de economia
Como meus leitores sabem, minha formação acadêmica não é de
economista. Honestamente se pudesse voltar no tempo teria cursado essa especialidade,
pois teria me ajudado na minha vida profissional. To late! Mesmo assim fui um autodidata, aprendi com a experiência e
alguns cursos que fiz nessa área.
Com exceção dos modelos matemáticos complexos usados em
econometria, o básico me considero apto a interpretar, os principais dados
econômicos, afinal economia também tem a lógica de ciência exata.
Entretanto os dados de emprego publicados hoje nos EUA
desafiam o livro texto de economia. Nem é preciso ser um grande expert no
assunto para entender o porquê de minha intriga. Foram criadas 211 mil vagas um
resultado positivo considerando a expectativa de 190 mil. Esse resultado
compensou o resultado de março revisado para 79.000, inferior ao publicado
anteriormente.
A taxa de desemprego revela um mercado bastante apertado. A
mesma passou para 4,4%, beirando os melhores níveis desde o início da década. É
verdade que parte desse resultado se deve a queda do participation rate, que declinou para 62.9.
Independente dos motivos que levaram o desemprego a níveis
tão baixos, pode-se considerar que a economia americana está em pleno emprego.
Ora, se existe poucos empregados para completar as ofertas
de trabalho a teoria econômica diz que os salários tendem a ficar pressionados
ocasionando uma alta da inflação no futuro. Mas não foi isso que aconteceu, o
ganho por hora em bases anuais, vem declinando desde o início deste ano, e se
encontra agora no mesmo patamar de 2016.
Essa distorção foi parcialmente compensada pelo aumento no
número de horas trabalhadas, ocasionando um rendimento mais elevado para os
trabalhadores. Em outras palavras, aumentou o rendimento total com mais
trabalho ao invés de mais salário.
Como o FED irá interpretar esses dados, ficará receoso pela
escassez da mão de obra ou pelo fato de não gerar inflação? Acredito que usará
os princípios do livro texto indicando que em algum momento essa variável
afetará os salários e consequentemente a inflação. Porém não foi essa a leitura
que o mercado fez. Logo após a publicação, houve uma queda dos juros e do
dólar.
De uma forma empírica, minha explicação para esse fato leva
aos robôs. Imagino que a introdução desse novo elemento, que complica os
modelos econômicos clássicos, pode ser o motivo desse fenômeno. Como ele é
estrutural, deverá prevalecer por muito tempo. Quem sabe daqui alguns anos os
membros do FED serão substituídos robôs. Analisarão os dados melhor que os
humanos! Hahaha ...
Uma outra razão mais imediata seria pelo fato dos empregos
criados estarem na categoria de pequeno valor agregado. Existe uma evidência na
composição das vagas onde o setor de divertimento criou 55 mil; serviços de
restaurante 26 mil; e educação e saúde 41 mil. Mas será mesmo essa a razão?
Tenho minhas dúvidas.
Todos sabem que o Presidente americano usa o Twitter para se
comunicar com as pessoas de forma rápida e direta. A próxima ilustração mostra
a frequência dos assuntos postados em março. Acho de deveria mudar o tema, Jobs is sold out!
Eu iria comentar sobre a China, mas vou deixar para uma
próxima ocasião pois o post ficaria muito extenso. Antes de entrar na análise
técnica, achei importante o resultado do PMI brasileiro coletado pela Markit.
Parece que a recuperação está em curso.
Gráfico
No post allez-le-bleu, fiz os seguintes comentários sobre
o Ibovespa: ...”
no gráfico abaixo apontei duas possibilidades para os próximos meses:
1) Verde – Nesse
caso o Ibovespa permaneceria contido no intervalo entre 63.000 -69.000, para
depois buscar novas altas ultrapassando os 70.000. Esta situação é compatível
com a nossa posição.
2) Rosa – A
correção seria mais extensa e atingiria os níveis de 61.500 ou 58.500 (mais
provável). Também teria uma duração mais prolongada” ...
Na última terça-feira, o índice ensaiou uma alta deixando o
mercado animado, inclusive eu. Fechou nesse dia a 66.800 mais próximo dos
70.000. Para completar terminou o dia na máxima, um fator de alta em análise
técnica. Pensei, pode estar caminhado para romper os 70.000.
Mas no dia seguinte, parece que o mercado “lembrou-se” do meu
post pega-ladrão: ...” Acima do nível de 67.000 nós ganhamos mais alento, mas
mesmo assim não solte rojões é preciso ultrapassar os 70.000, pois a correção
pode ainda demorar mais tempo, e não ter terminado, como eu gostaria” ... O “desgraçado” do índice resolveu respeitar e
retornou ao intervalo apontado acima, entre 63.000 – 66.500.
Depois de me refazer da frustração, voltei à estaca zero,
mantendo as mesmas alternativas traçadas acima. Não sei qual o cenário que prevalecerá:
o 1 ou 2.
Todos estão acompanhando as negociações sobre a reforma da
Previdência. Nos últimos dias cresceu a dúvida se a mesma será aprovada e qual
o tamanho da concessão em relação ao projeto original. Acredito que enquanto
isso não ficar resolvido, o Ibovespa deverá trafegar num processo de correção
ao redor dos números que venho apontando.
O único fator positivo desses acontecimentos é a constatação
que a análise técnica cumpre seu papel de identificar níveis respeitados pelo
mercado. Assim, essa ferramenta reafirma sua grande utilidade.
O SP500 fechou a 2.399, com alta de 0,41%; o USDBRL a R$
3,1762, com queda de 0,15%; o EURUSD a 1,0994, com alta de 0,11%; e o ouro a US$
v1.227, sem variação.
Fique ligado!
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