O Guru dos Investimentos
Um artigo publicado pelo Wall Street Journal chama atenção
para os novos rumos na área de investimentos, que acontece no mercado
americano. Os Hedge Funds tradicionais,
considerados a linha de investimentos com gestores mais qualificados, vem
sofrendo resgates consideráveis nos últimos tempos. Seus retornos têm ficado a
desejar. Mas uma outra categoria de fundos nessa classe de ativos ganha
popularidade, os fundos quantitativos.
Diferentemente dos Hedge
Funds onde os investidores são levados a investir pelo histórico de seus
gestores no passado, os Quant Funds
são geridos por doutores graduados em matemática, física e psicologia, e com parco
conhecimento de finanças. O pré-requisito exigido é a especialidade em
algoritmos - Conjunto de regras que podem analisar dados e decidir
automaticamente o que comprar e vender.
Um exemplo desse perfil é o caso de Alexey Poyarkov,
ex-medalha de ouro da Olimpíada Internacional de Matemática para estudantes do
ensino médio. No ano passado, uma guerra para contratar Poyarkov, aconteceu
entre os pesos pesados dessa categoria: Renaissance Technologies, Citadel e
TGS. Decidiu-se por essa última para ganhar U$ 700.000 em seu primeiro ano.
O engenheiro de software russo, quase não teve experiência
financeira. O que a TGS queria era a sua magia na concepção de algoritmos,
conjuntos de regras usadas para calcular e resolver problemas, que no mundo do
investimento analisa dados rapidamente e decide o que comprar e vender, muitas
vezes com pouco envolvimento humano.
Empresa de Quant é
definida como um fundo de hedge. O gestor da empresa de investimento que utiliza
modelos matemáticos sofisticados como parte de sua estratégia de negociação.
Um sinal de seu poder é medido pelo volume de negociação em
ações. Agora são responsáveis por 27% de todos os negócios nos EUA, ante 14%
em 2013.
Ao final do primeiro trimestre, os fundos Quant possuíam US $ 932 bilhões em
investimentos, ou 30% superior a todos os ativos dos Hedge Funds. Essa categoria obteve uma entrada líquida de US $ 4,6
bilhões no primeiro trimestre, enquanto os Hedge
Funds sofreram retiradas de US $ 5,5 bilhões.
Os computadores estão superando os humanos na escolha dos
investimentos. Nos últimos cinco anos, os fundos Quant renderam cerca de 5,1% ao ano em média, enquanto os Hedge Funds subiram 4,3% ao ano no mesmo
período.
Operações com orientação quantitativa podem durar de alguns
minutos a alguns meses.
Vários Hedge Fund percebendo
essa transformação passaram a contratar profissionais da área quantitativa. Um
exemplo dessa mudança é o fundo Tudor, dirigido por Paul Tudor Jones, um dos
investidores mais conhecidos da história. Ele começou como um trader de algodão, que antecipou a queda
do mercado de ações em 1987. Fez lucros gigantescos com rápidos negócios
explosivos, gerando ganhos anuais de mais de 17%. Entretanto, utilmente
sua empresa mal fez algum dinheiro em 2014 e 2015.
Os seres humanos têm procurado implacavelmente maneiras de
obter alguma vantagem de informação. Segundo a lenda, o financista Baron
Rothschild construiu uma rede de agentes de campo em 1815, para obter uma
vantagem no resultado da Batalha de Waterloo. Os Quant de hoje esperam digerir - e agir sobre - informações
econômicas e corporativas mais rápidas do que os investidores tradicionais
Os fundos de hedge com estratégias focadas em Quant
focalizam por exemplo em pesquisas privadas de consumidores chineses e russos,
vendas de produtos farmacêuticos ilícitos na rede “paralela” - uma rede de
sites usados por hackers e outros para compartilhar anonimamente informações
- e reservas de hotéis por viajantes americanos.
No final dos anos 90, um algoritmo poderia buscar projetar o
preço de uma ação, comprando num determinado nível de preço e vendendo em um
momento predeterminado. Os algoritmos de hoje podem fazer previsões contínuas
com base na análise de dados passados e presentes, enquanto centenas de entradas
em tempo real bombardeiam os computadores com vários outros sinais.
Nesse novo Universo financeiro onde o julgamento humano dá
lugar para análises menos dependentes da emoção em detrimento dos fatos, vai
tornando obsoleto os tidos gurus em finanças, dando lugar aos gênios em
matemática. Não tenho condições de julgar se no futuro a experiência de anos
vividos nos mercados financeiros será substituída por jovens brilhantes. Se a
comparação é válida, esses jovens atualmente já comandam empresas como o
Facebook e outras no ramo da tecnologia, sem a necessidade de CEOs de cabelos
brancos.
Só fica uma dúvida: se os robôs também substituirão os
humanos na corrupção? Aqui no Brasil teria uma demanda enorme! Hahaha ...
Na última sexta-feira disse que explicaria o conceito
denominado de slippage risk. Vocês já
se acostumaram com minha sistemática de sempre associar um stoploss a qualquer
trade sugerido. Espero que também usem em seus investimentos. O objetivo
principal é evitar perdas descontroladas caso a expectativa não se
concretize. Mas o stoploss depende de outra situação fora do nosso controle.
Com exceção do mercado de câmbio internacional, os outros ficam fechados
durante a noite, em acordo com o local que é transacionado. Nesse meio
tempo, algumas situações podem acarretar movimentos mais intensos. Assim, seu
stoploss poderá acontecer em níveis piores dos que foi estabelecido.
Isso acabou acontecendo com nossa posição de USDBRL que
tinha um stoploss de R$ 3,16 e o mesmo foi efetuado a R$ 3,35. O risco inicial
era de uma perda de 2%, porém a revelação das fitas da JBS, ocasionou uma perda
de 7,31%. Essa diferença denomina-se de slippage
risk. Normalmente esse diferencial é muito inferior, porém nesse caso foi
impactado pela gravidade do acontecido. Esse risco sempre existe e é bom que
fiquem conscientes.
No post se-moda-pega, eu tinha uma expectativa que
o dólar fosse atingir uma mínima ao redor de R$ 2,90, para em seguida começar um movimento
de alta. Antes de me referir ao momento atual, quero trazer à tona as previsões
de longo prazo feitas no final de 2016, no post real-quando-o-acerto-pode-gerar-uma perda. Naquele momento vislumbrei dois cenários de longo prazo:
... “In god we trust” – Este é o
cenário que acredito mais provável, e onde possuímos uma posição comprada em
dólar. Entretanto, venho frisando que é necessário o dólar ultrapassar a
barreira dos R$ 3,65 e depois R$ 3,75; antes disso ainda é incerto” ...
...” “Zen” – Nesta situação o dólar ainda permaneceria “zen”
por mais um tempo e poderia atingir o nível de R$ 2,80, para em seguida iniciar
seu movimento de alta” ...
A opção “Zen” foi se materializando durante os meses, mesmo
tendo como cenário básico de longo prazo a alta do dólar. Depois da explosão da
última quarta-feira, ainda não sei se já é o momento de comprar dólares, embora
pareça ser o mais provável que aconteça.
O gráfico acima, contem minha expectativa para os próximos
movimento do dólar. A área demarcada entre R$ 3,25 – R$ 3,21 deveria conter
qualquer queda do dólar nos próximos dias. Não tenho a segurança para sugerir
nenhum trade no momento, pois mesmo a opção colocada está sujeita a erros. Por
exemplo, existe ainda uma possibilidade remota de queda do dólar.
Pela teoria de Elliot Wave, a violência do movimento da
última quarta-feira, pode sugerir duas alternativas, ou uma onda 3 em
formação, ou a maldita onda B conhecida como a destruidora de lucros. Vamos
aguardar os próximos dias para que fique mais claro.
Vou ajustar o stoploss do euro para € 1,11 e liquidar a
posição caso atinja € 1,1280. Assim se não houver nenhum imprevisto estamos
próximos de liquidar esse trade. Minha ideia e refazer a posição em níveis mais
baixos.
O SP500 fechou a 2.394, com alta de 0,52%; o USDBRL a R$
3,2684, com alta de 0,48%; o EURUSD a 1,1249, com alta de 0,32%; e o ouro a US$
1.259, com alta de 0,38%.
Fique ligado!
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