A vida continua


Talvez a conhecida frase “ a vida continua” é cabível para a maioria dos brasileiros embora não deve ser assim que o Presidente Temer e seus assessores encarem esse momento. Tudo indica que esse governo, que já era interino, termine antes do prazo. Uma saída honrosa seria o TSE ser o carrasco cassando a chapa Dilma – Temer. Nos resta aguardar quem seria indicado para suceder. O nome ventilado de Tasso Jereissati é bem aceito pelo mercado, embora não acredito que será suficiente para passar a reforma da Previdência.

Ontem foi divulgado o resultado de nossas contas cambias e novamente foi um espetáculo. Com um superávit no mês de US$ 1,2 bilhão, o déficit acumulado em 12 meses situou-se em U$ 19,8 bilhões (1,06% do PIB). A entrada de Investimento Direto alcançou US$ 5,6 bilhões, acumulando US$ 84,7 bilhões nos últimos 12 meses, suficiente para financiar com folga o déficit.


Outro item que merece destaque é a Balança Comercial com um recorde de US$ 6,7 bilhões em abril, acumulando U$ 53,2 bilhões em 12 meses. Já a conta de serviços com despesas de U$ 31,6 bilhões em bases anuais, e a de Rendas com US$ 44,1 bilhões com déficit em 12 meses, ficaram dentro do observado recentemente.


Um outro resultado positivo foi a quebra de sucessivas nas saídas do Investimento em carteira, com entrada de U$ 4,4 bilhões, diminuindo o acumulado para U$ 14,0 bilhões. Dentro dessa categoria destaca-se a entrada em títulos de renda fixa com US$ 4,8 bilhões. As reservas mantem-se constante, há muitos meses, ao redor de U$ 375 bilhões.

Juntando os fatos políticos aos dados econômicos, acredito que ao se anunciar um substituo de Temer, uma certa estabilidade no país é esperada. Os estrangeiros deverão ser complacentes com a possibilidade de a aprovação da reforma de Previdência ficar para o próximo governo, ou mesmo ser aprovada com vários cortes.

Hoje foram anunciados alguns PMI pelo instituo Markit, que antecipa os dados oficias do início de cada mês. O resultado nos EUA foi marcado com uma disparidade entre os setores manufatura e o de serviços. Enquanto o primeiro apontou uma queda o segundo alta.


Como a quase totalidade do PIB depende dos serviços, o mercado continua apostando que o FED deve subir os juros na sua próxima reunião. O mesmo não é verdade para uma segunda alta na sequência.


Já na Europa os resultados são muito positivos. Segundo o Instituto de Pesquisa Markit, uma relação entre o PMI e o PIB aponta para um crescimento superior aos que os analistas projetam, conforme conteúdo abaixo. Quero lembrar que dia 06 de junho o ECB se reúne e será interessante observar se alguma mudança de política monetária será feita.


Para terminar esse assunto, o gráfico a seguir compara os PMIs entre o Japão, EUA e Europa. Nitidamente a Europa se descolou das principais economias mundiais.


No post rescrevendo-o-livro-texto-de-economia, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” no gráfico abaixo apontei duas possibilidades para os próximos meses:

1)      Verde – Nesse caso o Ibovespa permaneceria contido no intervalo entre 63.000 -69.000, para depois buscar novas altas ultrapassando os 70.000. Esta situação é compatível com a nossa posição.

2)      Rosa – A correção seria mais extensa e atingiria os níveis de 61.500 ou 58.500 (mais provável). Também teria uma duração mais prolongada” ...


Depois da queda expressiva de 10% na última quarta-feira, acionando nosso stoploss, fico agora numa situação neutra. O gráfico a seguir mostra como é absolutamente necessário que alguns pontos sejam respeitados na justificativa de uma tendência. Em fevereiro o Ibovespa atingiu uma máxima de 69.400, e na semana passada 68.700. Tudo fazia crer que o primeiro seria ultrapassado. Mas repentinamente mudou de direção. O fato de não ter ultrapassado coloca o cenário de uma correção mais profunda de volta.


Agora voltamos as premissas que havia levantado alguns meses e que se encontram marcadas no gráfico acima com os números 1,2,3. Cada uma delas tem um grau de retração. O primeiro nível apontado é de 57.000, o segundo 53.500 e por último 49.000. 

Muito pouco teria para acrescentar agora, mas duas observações se tornam necessárias: a primeira de que, entre a máxima de fevereiro até hoje, pode ter trasncorrido uma correção suficiente para o mercado começar a subir novamente (baixa probabilidade); a segunda que o rompimento dos 70.000 é condição necessária para que o mercado retome sua tendência de alta.

Não tenho nada a propor no momento, pois nem o preço nem o cenário é convidativo. Sempre que se é estopado de uma posição, uma sensação de querer buscar o prejuízo aflora. Muito importante conter esse pensamento, pois o mais provável é que se aumente o prejuízo. Lembre-se que essa não foi sua última operação da vida.

O SP500 fechou a 2.404, com alta de 0,25%; o USDBRL a R$ 3,2810, com alta de 0,34%; o EURUSD a 1,1217, com alta de 0,315: e o ouro a US$ 1.258, com alta de 0,59%.
Fique ligado!

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