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Mostrando postagens de maio, 2017

A última bala

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Tenho que confessar, a situação política parece calam demais. Com um Presidente que está se segurando a todo custo na sua cadeira, fico pensando quanto tempo isso pode durar. Hoje saiu uma pesquisa apontando que 80% da população o considera desonesto, além de seu índice de rejeição barrar nos 70%, como pode estar tudo calmo. Se ele quer ficar a todo custo existiria uma outra maneira dele sair da presidência? A resposta é sim: através do TSE, ou mesmo um processo de impeachment. No primeiro caso, caberia uma série de recursos caso a chapa Dilma – Temer seja cassada, além de ser difícil imaginar o TSE derrubando um Presidente; já no segundo caso, Rodrigo Maia, Presidente da Câmera dos deputados é seu aliado. Se para tirar a Dilma, onde naquele momento Eduardo Cunha tinha todo interesse em tira-la, demorou vários meses, imagino na situação atual. É verdade que existe uma outra forma que vislumbraria sua saída, um clamor incontestável das ruas. Mas será que isso vai acontecer?

O mercado desafia o FED

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Nunca se falou tanto em taxa de juros ao redor do mundo. Essa observação vale tanto para os EUA como aqui no Brasil, embora com direções opostas. No país americano, a autoridade monetária encontra-se imbuída em normalizar o nível da taxa de juros. O juro real ainda está negativo em – 1% a.a. Já aqui, depois do governo desastroso do PT, que culminou com elevado nível de inflação e total descontrole das contas públicas, a nova equipe econômica, empossada a menos de um ano, vem implementando mediadas que propiciaram uma queda expressiva dos preços. Entretanto, o juro real ainda se encontra acima de 5% a.a. Ambos bancos centrais estão agindo no intuito de normalizar sua política monetária. Nos EUA, o FED vem anunciando que pretende subir os juros atuais de 1% a.a., tanto na próxima reunião em junho, como na reunião seguinte em setembro, embora nessa última ainda não existe um consenso. Uma das razões dessa indefinição sobre a continuidade, são os últimos dados de inflação. Em

Eu fico!

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Parafraseando Dom Pedro I, o Presidente Temer montou uma estratégia para permanecer na presidência. O seu recém empossado Ministro da Justiça, Torquato Jardim, definiu seu plano no TSE para evitar a cassação da chapa Dilma-Temer. Enrolar! Através do mecanismo legal de pedir vistas, um juiz poderá alongar o processo o suficiente para que empurre a decisão num período onde esse órgão se concentrará na lei eleitoral. Segundo Torquato, se sua projeção se concretizar, o governo estará salvo. Talvez sua visão esteja voltada para dentro e não calcula o que poderá estar acontecendo nas ruas. Em outra entrevista, ao ser perguntado se pretendia mudar o comando da Polícia Federal, disse que estudaria com cuidado toda a estrutura desse órgão. Para bom entendedor, nenhuma palavra basta, o gato subiu no telhado! Não seria difícil imaginar um acordão entre os políticos no sentido de enfraquecer esse órgão. Uma desaceleração na operação lava jato parece ser de interesse de todos os cong

Exuberância Irracional

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Nos anos 80 as negociações na bolsa de valores brasileira eram bastante limitadas. Os estrangeiros praticamente inexistiam e as pessoas físicas queriam distância desse mercado, em função da queda ocorrida nos anos 70. As operações financeiras ligadas as ações também não eram comuns, haja visto a ideia que era um mercado arriscado. Nessas condições os especuladores tinham um prato cheio para suas apostas. O mais conhecido deles, Nagi Nahas era um grande player na época. Me recordo que, em seguida ao anuncio do Plano Cruzado, a ideia comum era que a bolsa de valores deveria subir. Com esse pano de fundo e a criação do mercado futuro do índice Ibovespa, Nagi Nahas entrou de cabeça comprando tudo que podia e usando o máximo de crédito. Esse instrumento, o futuro do Índice Bovespa atendia plenamente seus objetivos. Por exemplo, naquela época com R$ 100 poderia comprar o equivalente a R$ 2.000 de ativos acionários. Na verdade, nem precisava dos R$ 100, poderia depositar uma carta de

3 = 4

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Quando estava na escola, sempre vinha um colega com uma pegadinha desafiando a lógica. A que mais ficou marcada, usei como título do blog de hoje. Se vocês não se lembram ou não conheçam, começava assim: (1 -1) = (1-1)  Em seguida, multiplicava um lado por 3 e o outro lado por 4, uma vez que o resultado se mantinha em zero. 3* (1-1) = 4*(1-1) C orta-se em ambos os lados da equação (1-1), resultando em 3 = 4 CQD! - David, qual a pegadinha? Puxa, faz um bom tempo que você não se manifesta, até pensei que estava envolvido na lava jato! Hahaha... A respeitada empresa de Consultoria Econômica, Gavekal, publicou um relatório onde faz uma afirmação completamente contra a lógica dos analistas, inclusive a minha. Muitos investidores acreditam que as condições monetárias extremamente frouxas foram necessárias para manter a economia mundial expandindo, e as doses ainda maiores de injeções monetárias foram responsáveis pelas bolhas de ativos criadas pelos banco

A vida continua

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Talvez a conhecida frase “ a vida continua” é cabível para a maioria dos brasileiros embora não deve ser assim que o Presidente Temer e seus assessores encarem esse momento. Tudo indica que esse governo, que já era interino, termine antes do prazo. Uma saída honrosa seria o TSE ser o carrasco cassando a chapa Dilma – Temer. Nos resta aguardar quem seria indicado para suceder. O nome ventilado de Tasso Jereissati é bem aceito pelo mercado, embora não acredito que será suficiente para passar a reforma da Previdência. Ontem foi divulgado o resultado de nossas contas cambias e novamente foi um espetáculo. Com um superávit no mês de US$ 1,2 bilhão, o déficit acumulado em 12 meses situou-se em U$ 19,8 bilhões (1,06% do PIB). A entrada de Investimento Direto alcançou US$ 5,6 bilhões, acumulando US$ 84,7 bilhões nos últimos 12 meses, suficiente para financiar com folga o déficit. Outro item que merece destaque é a Balança Comercial com um recorde de US$ 6,7 bilhões em abril, a

Anestesiado

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Nesses últimos dias, a sensação que mais me prevalece é a de desalento. Confesso, acreditava que a continuidade da corrupção, depois de todo o andamento da lava jato, teria cessado. Mas, esses últimos acontecimentos demonstraram que não. Ao mesmo tempo ficou confusa qual a linha de ação adotada pelo STF. A única instituição que merece confiança é a Policia Federal em conjunto com a equipe de Sergio Moro. Até o MPF tenho dúvidas. Ontem, numa conferência telefônica, ouvi o Ministro Henrique Meireles e sua equipe, que saíram a campo para dizer que manterão o programa proposto. Em relação ao que falou, o que mais chamou minha atenção foi a quantidade de vezes que interrompeu seu raciocínio com murmúrios humm... humm... humm... Estava realmente medindo suas palavras. Para mim, foi sinal de grande dúvida. Também acho que não poderia ser diferente. Passados esses primeiros dias depois da revelação bombástica da JBS, parece que o Presidente Temer considera a possibilidade de renún

O Guru dos Investimentos

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Um artigo publicado pelo Wall Street Journal chama atenção para os novos rumos na área de investimentos, que acontece no mercado americano. Os Hedge Funds tradicionais, considerados a linha de investimentos com gestores mais qualificados, vem sofrendo resgates consideráveis nos últimos tempos. Seus retornos têm ficado a desejar. Mas uma outra categoria de fundos nessa classe de ativos ganha popularidade, os fundos quantitativos. Diferentemente dos Hedge Funds onde os investidores são levados a investir pelo histórico de seus gestores no passado, os Quant Funds são geridos por doutores graduados em matemática, física e psicologia, e com parco conhecimento de finanças. O pré-requisito exigido é a especialidade em algoritmos - Conjunto de regras que podem analisar dados e decidir automaticamente o que comprar e vender. Um exemplo desse perfil é o caso de Alexey Poyarkov, ex-medalha de ouro da Olimpíada Internacional de Matemática para estudantes do ensino médio. No ano pas

Fora JBS!

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Os donos da JBS, Joesley e Wesley, cujos nomes mais parecem de uma dupla sertaneja, montaram um império no ramo alimentar galgado na corrupção. Ao vir à tona parte das gravações das conversas com o Presidente Temer e o Senador Aécio Neves, já se pode ter uma ideia de como esse grupo operava. Por mais que o Presidente tente justificar o conteúdo da conversa gravada, existem alguns fatos que não tem como negar: como Michel Temer recebe um empresário do qual conhece bem seus delitos em sua casa após as 22:00 horas? Mesmo que justifique não ter concordado com nada que o empresário disse, porque não o denunciou ao Ministério Público? Esses dois pontos são suficientes para que se perca totalmente a confiança em nosso Presidente, o mínimo que teria a fazer é se licenciar para pode eventualmente se defender. Mas por enquanto não parece ser esse o caminho que traçou, pretendendo se manter no cargo. Por outro lado, as condições dadas aos executivos da JBS parecem desproporcional