Realidade X Esperança
Esta semana serão publicados os dados de emprego nos EUA. Hoje é diferente de outros anos, onde essa informação era esperada com muita
ansiedade. Com a economia americana praticamente a pleno emprego, essa informação tem uma preocupação contrária.
Antigamente, o foco era se a quantidade de empregos seria suficiente
para manter o consumo e consequentemente o PIB. Lembro de várias discussões
sobre o indicador Particpation rate, e
se os americanos que abandonaram o mercado de trabalho voltariam. Agora, que o
nível se aproxima do pelo emprego, o foco voltou para a disponibilidade de
empregados em relação as ofertas, bem como o efeito que isso pode causar nos
salários.
Como de costume a
pesquisa do ADP, uma prévia do que se pode esperar na publicação oficial de
sexta-feira, apresentou um resultado muito bom, com a criação de 263 mil novas
vagas, o mais elevado desde dezembro de 2014. Coincidentemente ou não, desde a
nomeação de Trump, parece que a criação de vagas está se situando num patamar
mais elevado quando comparado com o passado, e também mais estável.
Outro dado que mostra uma qualidade melhor desse resultado,
aponta as empresas de 1 -49 funcionários como as que mais contrataram (118
mil), em detrimento das grandes empresas com mais de 500 funcionários, que agregaram
somente 45 mil. Acredito que o Trump irá fazer um grande alarde se os dados se
confirmarem na sexta-feira, haja visto que boa parte dessas contratações
aconteceram na Indústria. Será que a pressão funcionou?
Uma outra fonte de pesquisa aponta que o mercado de trabalho
está ficando apertado. O gráfico a seguir mostra a evolução do emprego com o
correspondente aumento dos salários
Eu comentei recentemente a distorção existente nos dados
projetados do PIB americano pelo FED de Atlanta e pelo FED de Nova York. Também
comentei como a hard data x soft data,
não estão em sintonia. Só para reforçar os conceitos, o primeiro se refere a
dados reais publicados enquanto o segundo são baseados em expectativas.
Resolvi atualizar os gráficos. O FED de Atlanta está projetando
um PIB abaixo de 1% para o trimestre findo em março.
Enquanto seu “concorrente”, o FED de NY projeta o PIB para o mesmo período em 2,9%. Como poderiam ser tão diferentes? Fui atrás dos modelos
utilizados em cada e tive a resposta para essa distorção. Enquanto o
primeiro se baseia principalmente em hard
data, o segundo tem seu maior peso no soft
data, e como esses dados estão muito distorcidos ultimamente geram esses
resultados dispares.
Se realmente a economia americana estiver no rumo de
crescimento, com tanta liquidez injetada pelo FED nestes últimos anos, uma taxa
de juros muito baixa, poderia ser a condição perfeita para uma aceleração do
consumo. Qualquer pessoa sabe como a população americana gosta de um crédito.
Outro fator muito importante que ocorreu desde a última recessão foi a desalavancagem
dos americanos. Esse termo é usado em finanças para indicar uma queda no
endividamento. O gráfico a seguir dá uma dimensão dessa queda, medindo o
quociente entre a dívida sobre os rendimentos.
No post carne-para-o-povo, fiz os seguintes comentários
sobre o euro: ...”
No gráfico a seguir, encontra-se uma visão de mais curto prazo, onde se encaixa
o target traçado acima” .... Depois tracei dois cenários de mais
longo prazo. Acontece que o euro resolveu dar um
outro rumo para minhas projeções. Ao invés de atingir o objetivo que eu dava
como certo, recuou e agora se aproxima do meu stoploss.
Como ficamos então? De nada adianta falar em longo prazo
agora. Esses cenários ficam guardados até segunda ordem. No momento tenho as
seguintes hipóteses: ou o euro ainda se
encontra numa correção complexa que o levaria até o nível mínimo de 1,095/1,10,
e que se rompido poderia chegar até 1,13 (verde); ou o movimento de queda mais
de longo prazo já se encontra em curso (azul).
Não existem somente estas possibilidades, mas de pouca
utilidade seria explicar todos eles, se é que eu saberia identificá-los.
-Xiiii David, se meteu
numa enrascada!
A palavra enrascada não se aplica bem, pois tenho o stoploss
que resolve qualquer erro cometido. Mas é dessa forma que acontece quando se
usa análise técnica. Uma configuração mais provável se apresenta e dá início a
um trade. Depois disso, o acompanhamento do mercado indicará se o esperado se
concretiza ou não. Não se concretizando, se pode zerar a posição antes de
atingir o stoploss ou aguardar. Neste caso específico vou esperar, pois como o
euro está numa correção, tudo pode acontecer. A única coisa que não pode é
aumentar mais o prejuízo que o estabelecido no stoploss!
O SP500 fechou a 2.352, com queda de 0,31%; o USDBRL a R$
3,1148, com alta de 0,71%; o EURUSD a 1,0674, sem variação; e o ouro a US$ 1.255,
sem variação.
Fique ligado!
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