Procura-se gari
O atual Prefeito de São Paulo, João Doria, está
fazendo uma ótima gestão. É verdade que está usando muito do marketing para
anunciar suas conquistas, porém é inegável sua motivação de melhorar a
cidade. Logo no início, postou na mídia em diversos finais de semana, fotos na
rua vestido de gari junto aos empregados da Prefeitura encarregados da limpeza
da cidade. Acho que seu recado foi claro, quer dar o exemplo de como cada
cidadão deve cuidar do lugar onde mora. Parabéns! Não é a toa que já se ventila
seu nome como candidato a Presidência em 2018.
Mas, poderá sofrer uma concorrência enorme por este
tipo de funcionário, pois eu antevejo uma demanda internacional na busca desses
profissionais com grande experiência.
Desde 2008, quando o mundo sofreu um baque expressivo
causado pela bolha imobiliária americana, O FED se antecipou aos outros bancos
centrais e colocou em prática um experimento econômico idealizado por John
Maynard Keynes, cuja teoria advogava que o estado deveria prover o suporte ao
setor privado em situações de pré-depressão.
Seu Presidente Ben Bernanke, elaborou na academia um estudo
sobre o Japão e defendeu a tese que se deveria fazer uso de qualquer meio para
injetar recursos na economia. Em sua defesa, fez uma analogia a despejar
dólares através de helicópteros. O Mosca usou
esse termo em muitos posts publicados nos últimos anos. Isso valeu para o FED,
BOE, ECB, BOJ e alguns outros que usaram desse instrumento para evitar o pior.
Tal movimento cessou na maioria dos países, onde a única
exceção atualmente é o banco central japonês e o europeu, este último em estágio final. Todo esse movimento fez com que os balanços desses
bancos centrais crescessem de forma explosiva e, acumuladamente, mantém uma
cifra de US$ 12 trilhões.
Ontem foi tornado público a minuta da última reunião do FED,
e nesse documento os diretores concordaram em começar o processo de diminuição
do seu balanço. O que não ficou claro é se essa ação poderá ter algum impacto
na trajetória de alta dos juros em 2018.
Só para dimensionar o tamanho desse movimento, atualmente ele detêm US$
4,5 trilhões em títulos. Também enfatizaram que será de forma gradual e
previsível. A intenção é começar no final do ano.
Essa revelação foi suficiente para colocar uma retração instantânea
no mercado; a bolsa que estava subindo, mergulhou em seguida. Ela havia subido
em função dos números positivos do ADP, que comentei ontem. Contudo, devolveu
toda alta, conforme se pode verificar no gráfico do SP500 a seguir.
Como a maioria dos ativos que detêm são bonds do governo
americano e títulos vinculados ao mercado imobiliário, surge uma questão
imediata: quem serão os novos compradores desses títulos? Os estrangeiros
ultimamente têm diminuído suas posições, os americanos não são muito de poupar;
quem poderá ser? Parece que, no mínimo, as taxas terão que subir podendo causar uma recessão. Assim o
mercado reagiu imaginando que o FED terá que retrair em sua expectativa de normalização dos juros. Tanto é verdade, que a perspectiva de aumentos para
esse ano se reduziu para menos de duas.
Imediatamente, os pilotos de helicópteros entraram em pânico
depois de tantos anos trabalhando sem cessar, pois, com acúmulos de serviços ao
redor do mundo, a demanda agora simplesmente sumiu. Por outro lado, surge uma
nova oportunidade, nasce a extremante promissora oportunidade de gari.
Imagine, quem não gostaria de trabalhar em Nova York
buscando as centenas de bilhões de dólares que foram lançadas pelos
helicópteros durante esses anos, e com tudo pago! Até os políticos brasileiros
devem estar pensando nessa oportunidade de ouro, pois agora sem a possibilidade
de assaltar a Petrobrás, quem sabe recolhendo as notas de US$ 100 dólares não
sobram algumas que podem colocar no bolso. Não esqueçam, são especialistas no
ramo, o FBI não conhece suas técnicas. Não se choquem se nas próximas semanas políticos do PT acompanhe o Dória nos finais de semana junto aos garis para adquiri prática
na profissão! Hahaha ...
O Presidente Trump se reúne com o Presidente Chinês, Xi
Jinping, nesta quinta-feira na Florida. Será o primeiro encontro entre os
líderes das duas maiores economias do planeta. Como Trump não fala chinês, nem
Xi fala inglês (mas deve entender bem), um interprete pode modificar o tom da
conversa. Se esse encontro acontecesse há 30 dias, talvez o ímpeto do Presidente
americano fosse outro. Agora, depois de uma série de derrotas, será
interessante verificar qual será o resultado.
Dentre as mediadas anunciadas por Trump, apenas
a redução de impostos é tida com uma chance maior de 50%. Como comentei no post trump-é-um-blefe, pode ser que essa dúvida se Trump é um blefe se confirme.
Nos últimos dias, os mercados está num compasso de espera
sem indicar uma direção clara. Como essa é uma condição necessária para que se possa gerar lucro pelos traders, este ambiente é péssimo. Vou sempre insistir na minha tese que o mercado
mais importante a se acompanhar em 2017 são os juros de 10 anos americanos. No
post bye-bye, onde comentei: ...” No primeiro caso (1) uma retração até o nível ao redor
de 2,22% a.a. para em seguida iniciar uma nova tendência de alta, ou uma queda
um pouco maior até 2,10 (2) para em seguida subir” ...
E agora se encontra muito próximo de 2,31%. Por que é tão
importante esse parâmetro? Porque indica que caso rompa esse nível, a correção
não terminou e os juros deverão cair mais antes de retomarem o caminho da alta.
Conforme anotei no gráfico acima, os objetivos são de 2,22 %
a.a. e, se rompido 2,10%. Acredito que esse último possa ser o mais provável,
em função de outros parâmetros analisados. Só depois disso as taxas deveriam
começar a subir. Em termo de tempo, é sempre mais difícil a projeção, mas
imagino que possa se estender pelo verão do hemisfério Norte.
O que poderia acontecer para levar os juros a níveis mais
baixos do que estão hoje? Primeiro, a extrema confiança de que eles só possam
subir, levando a acionar muitos stoploss;
segundo, a publicação de um PIB muito baixo; terceiro, dúvidas do impacto na
diminuição do balanço do FED, assunto ventilado hoje. Entretanto, para o
analista técnico, pouco importa essa secção de futurologia, o importante é o
bolso!
O SP500 fechou a 2.357, com alta de 0,19%; o USDBRL a R$ 3,1420, com alta de 0,87%; o EURUSD a 1,0642, com queda de 0,30%; e o ouro a US$ 1.251, com queda de 0,32%.
Fique ligado!
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