Fiasco
Considerando as primeiras imagens transmitidas pela TV, a
greve geral parece que foi um grande fiasco. O que se viu ao redor do país são
manifestações mínimas, ou como se diz em linguagem coloquial, com meia dúzia de
gatos pingados.
Esses protestos parecem de pessoas desempregadas, que com
bandeiras nas mãos e ateando fogo em pneus, buscam atrapalhar a vida dos que
estão trabalhando. Mas a polícia em pouco tempo dispersou esses grupos e os
bombeiros apagam o fogo, voltando logo a normalidade.
As grandes movimentações planejadas pelo PT e partidos
assemelhados do passado parecem não atrair mais as pessoas, ficando apenas os
“sem o que fazer”. Em todo caso, as maiores manifestações estão programadas
para o período da tarde, é necessário esperar para verificar se confirma essa
minha hipótese. Se assim acontecer, a greve geral serviu mais como um pretexto
para emendar o feriado.
Mesmo assim, o conteúdo que publiquei ontem continua válido.
O projeto de reforma da lei trabalhista passou ontem sem uma grande maioria,
essa quantidade de votos não seria suficiente para aprovar a reforma da
previdência. Sobre esse assunto assisti um parlamentar do governo comentando
sobre a possível votação. Em seus cálculos dos 510 deputados, 150 são carta
fora do baralho, restando 360, dos quais são necessários 308 para sua
aprovação.
No pragmatismo que me é peculiar, se for preciso 80% dos
votos disponíveis para aprovação, parece que as chances não são muito grandes
no cenário atual. Assim, continuo com a mesma visão que, ou passa uma reforma
desfigurada mudando muito pouco, ou não passa nada.
O FED de Atlanta continua fornecendo a melhor estimativa do
PIB americano. Enquanto os economistas estimavam um PIB de 1,4% para o primeiro
trimestre, essa fonte acreditava num resultado muito inferior 0,2%. O dado
oficial foi publicado em 0,7%.
O efeito tempo já é de conhecimento geral, pelas baixas
temperaturas registradas nessa época do ano, o PIB tende a ser baixo. O gráfico
acima aponta esse efeito com as barras em roxo. Agora o que eu não consigo
entender é como os modelos não levam isso em consideração, haja visto que, os
dados são dessazonalizados, ou seja, ajustados para efeitos sazonais.
Verificando-se os detalhes dos itens que compõe o PIB, o que
chama a atenção é a queda dos gastos pelos consumidores, que representa quase
70% do PIB. Como o gráfico a seguir aponta, esse trimestre foi o mais baixo
desde 2009.
Eu venho notando que os dados de sentimento (soft data) estão divergindo dos dados
reais (hard data). No quesito
consumo, o gráfico a seguir mostra uma dessas diferenças. O indicador coletado
pela Bloomberg diz por si só. Se as expectativas se concretizarem, e para
compensar a queda observada no 1º trimestre. Para quem for a Nova York ou Miami
no verão americano, se prepare para enfrentar grandes filas!
Neste sábado completam 100 dias que o Presidente Trump está
no poder. Podemos afirmar que ele se meteu em grandes trapalhadas. Não tem o menor
compromisso com o que fala. Quantos não foram os seus retrocessos, tanto por
imposição do Congresso, como o assunto dos imigrantes e Obamacare, bem como de
suas promessas que não foram para frente. Parece que vai se confirmado minha
tese que ele é um grande blefe.
Por outro lado, é um homem de sorte, assumiu a Presidência
quando a economia já apresentava sinais de melhoras. A bolsa de valores,
termômetro acompanhado por todo americano, subiu 5,5% um dos melhores 100 dias
da história americana. Isso foi suficiente para aumentar sua popularidade? Depende qual o partido que você observa, para
os republicanos sim, para os democratas não. O país continua extremamente
dividido!
Hoje percebi que o acompanhamento do SP500 pelo Mosca não é feito com a mesma frequência
dos outros mercados. O motivo claramente é o fato de não termos nenhuma posição
e nem sugestão de trade. Curiosamente, é o mercado que apresenta melhores
indicadores técnicos de alta. Então, por que não fazemos nada? Alguns indicadores
mostram um momento delicado apontando que esse mercado está em sua fase final.
No post trump-e-um-blefe, fiz os seguintes comentários
sobre o SP500: ...” meu objetivo colocado
há algum tempo é ao redor de 2.450, e caso ultrapasse, poderia atingir 2.850.
Por vários motivos trabalho com o primeiro” ... ... “no gráfico abaixo, expus
minhas projeções para o SP500, caso o nível de 2.450 seja respeitado. Será uma
correção “forte” e com uma duração razoavelmente prolongada” ...
...” Para quem está
comprado, sugiro acompanhar bem a área que denominei de “perigo” no gráfico
acima 2.300 – 2.2270, qualquer coisa abaixo deve se evitar. Por outro lado,
acima de 2.400 abre se a porta para atingir o primeiro objetivo mencionado
acima de 2.450 e, se ultrapassado, tenderia a 2.850. Meus indicadores ainda
apontam que esse mercado está robusto e que a alta é mais provável” ...
Nestes últimos 30 dias houve pouca oscilação de preços, nem
chegou próximo do nível que ocasionaria uma preocupação maior. Depois da
eleição na França, no último final de semana, as bolsas no mundo inteiro
reagiram positivamente e não poderia ser diferente nos EUA. Agora o SP500
encontra-se muito próximo do nível máximo de 2.400.
É natural nessas situações, onde um mercado está muito
próximo de seu ápice histórico, que uma série de derivativos tem esse patamar como
barreira, acarretando assim, uma certa resistência de rompimento. Não fosse o
objetivo primeiro que indiquei de 2.450, tão próximo do nível atual, valeria
uma sugestão de compra. Mas não oferece um bom risco x retorno. Já ficamos fora
por tanto tempo não acho que seja hora de entrar.
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