Estratégia Chinesa
Enquanto o mundo ocidental se vê envolvido com embates entre
o radicalismo de direita e a democracia, discussões entre qual política
monetária a se adotar, riscos geopolíticos, ataques terroristas no varejo ao
redor do universo, nada se ouve falar da China. Com a segunda maior economia do
mundo, apresentando crescimento de botar inveja em qualquer político que almeja
o poder, continua em seu caminho de crescimento e desenvolvimento, andando a
largos passos para se tornar a número 1.
Um país para se tornar uma potência são necessários 3
pré-requisitos: extensão territorial,
economia forte e um grande poderio militar. A China se enquadra em todos de forma
não igual entre eles. Ela vem trabalhando para que sua moeda o Yuan se torne
negociável nos mercados internacionais, abrindo mais uma porta importante, para
demonstrar que possui uma economia robusta e fianças equilibradas, dando
segurança aos investidores que desejam alocar seus recursos nesse país.
Nem as provocações de Trump geraram algum tipo de reação. Os
chineses a partir do momento que anunciam alguma atitude, executam sem voltar
atrás.
Uma das ameaças que pairavam na China era a constante
redução de suas reservas, embora se encontram a níveis ainda muitíssimo
confortáveis. No último mês depois de seguidas quedas, houve um pequeno ganho
conforme se pode verificar a seguir.
Em termos de crescimento, a China se encontra a níveis ainda
elevados quando comparados aos padrões mundiais atuais. Com uma previsão feita
pelo governo de 6,5% para o ano corrente, só perde para a Índia, que vem confirmando
uma elevada performance.
A sua moeda o yuan depois de um movimento de queda constante,
que se acelerou durante o ano de 2016, conquistou uma certa estabilidade. Como
havia mencionado anteriormente, do ponto de vista técnico a área entre 6,80 –
7,00 é crítica, e foi ao redor deste intervalo que o yuan se consolida no
momento. Naturalmente o fato do dólar em relação a maioria das moedas estar
também sem uma direção no momento contribuiu para essa estabilidade observada.
Porém tudo isso ainda não é um sinal que as coisas estão
resolvidas na China. Um mercado muito observado também, é a evolução das
cotações do Bitcoin, instrumento preferido pelos chineses para retirar recursos
do país. E como se pode ver abaixo, as cotações continuam a subir de forma
ininterrupta, sugerindo a formação de uma bolha.
Passados dois meses da posse de Trump, alguns analistas já
começam a se questionar o que se poderia realmente esperar das promessas feitas
em campanha. Uma delas era o embate com a China sobre sua política cambial,
acusando esse país de promover a desvalorização de sua moeda com o objetivo de
elevar suas exportações. A China por sua vez resolveu aguardar as ações dos EUA
ao invés de responder aos ataques, essa é a estratégia chinesa, ficar quieta,
pelo menos por enquanto.
No post salvadores-da-pátria, fiz os seguintes
comentários sobre o dólar: ...” vou sugerir uma operação de compra de dólar a R$ 3,16
(no fechamento), com stop a R$ 3,10. Antes que o meu amigo pergunte, quero
deixar claro que não mudei de ideia, ou seja, por enquanto o mercado é de queda
no dólar. Mas posso mudar de opinião, e isso vai depender do que acontecer
depois dos R$ 3,16, se acontecer! É uma posição especulativa, sugiro alocar ½
do valor” ...
Na quarta-feira, dia 08/03 nosso trade foi executado. No dia
seguinte atingiu o nível de R$ 3,20, recuando na sexta-feira para R$ 3,13.
Muito pouco tempo se passou desde a execução e não há nada mais
que eu possa acrescentar. Como se pode notar, o dólar está contido entre duas
pequenas retas, e em algum momento haverá uma definição; ou subindo com maior
pujança ou dando meia volta. Antes que meu amigo pergunte, quero reafirmar que
esse é um trade especulativo, por enquanto o movimento maior do dólar é de
queda. Let’s the market speak!
Um outro fator que ocorreu em fevereiro foi a forte saída de
dólares pela via financeira, registrando um montante de US$ 8,1 bilhões. Não
fosse o resultado positivo das transações comerciais de US$ 3,6 bilhões,
advindo do forte movimento das exportações, o saldo seria muito superior ao
efetivamente registrado de US$ 4,6 bilhões. Esse montante foi financiando
através da elevação da posição vendida dos bancos que atingiu o volume de US$
25,3 bilhões.
Na gestão Tombini o grande fornecedor de cobertura cambial
foi o BC através das operações de swap, que chegou a atingir um montante de US$
110 bilhões. Esse volume foi sendo diminuindo em 2016, mesmo antes de Ilan
assumir o BC, porém acelerou quando assumiu. Hoje a quantia é da ordem de US$
20 bilhões.
A posição dos investidores e principalmente dos fundos de
multimercados, em sua grande maioria, é na venda de dólar exceção ao fundo
verde que declarou recentemente uma pequena posição comprada. Assim, se o fluxo
não reverter mais adiante, quem estiver apostando na queda do dólar poderá
sofrer perdas, principalmente, se o dólar subir no exterior. Essas são as cartas
abertas na mesa, façam as suas apostas!
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