Atlanta X Nova York


Se você acha que o título de hoje é consequência de um jogo de futebol americano ou beisebol, não é o que aparenta. A batalha neste caso se refere aos FED regionais.

O sistema de funcionamento do FED é bem diferente de todos os outros bancos centrais. Enquanto nesse país cada estado tem o seu próprio organismo de gestão, com equipe de economistas e levantamento de dados, nos outros países a autoridade monetária é centralizada num único órgão. É por esta razão que se observa estatísticas publicadas pelo FED de Atlanta, Nova York e etc ... O FOMC, comitê que decide sobre os juros, é formado pelos membros dos diversos FED, que são escolhidos para um mandato num sistema de rodízio. Assim, num determinado momento, nem todos os FED regionais tem membros votante no comitê.

Os trabalhos publicados por cada um dos FED regionais são levados a sério pelo mercado, embora alguns tenham mais credibilidade que os outros. Agora, em quem acreditar quando na projeção de um mesmo indicador os resultados são muito diferentes? Como na vida empresarial, aquele que acerta mais deve ter a preferência.

Eu comentei esta semana que o FED de Atlanta, que tem feito um bom trabalho na estimativa do PIB, calcula para esse trimestre, um resultado nada satisfatório de 0,9%, muito abaixo de qualquer projeção dos economistas.

 
O FED de Nova York iniciou a divulgação desse indicador a partir do ano passado, e vem construindo sua base de estimativas. Nesse relatório a projeção para o PIB deste trimestre é de 3,2%. O gráfico a seguir mostra a distribuição entre os seus vários subitens.

A diferença não é pequena a ponto de ser negligenciada. Cada uma delas justiça decisões de investimento diametralmente opostas. E agora, em quem acreditar?  Não vou nem aventar desculpas do passado para esses casos, como alguma digitação de dados com sinal trocado. Nos dias de hoje, é tudo automático sem interferência humana. A única explicação razoável é que os modelos são diferentes. Se for assim, um deles deveria ser jogado no lixo!

Com os resultados do comitê de ontem o mercado reduziu marginalmente para 55%, a probabilidade para 3 aumentos de juros em 2017 (incluindo esse último)


A próxima tabela apresenta o diferente momento de política monetária, entre os vários países desenvolvidos. Dentre todos eles, somente os EUA se encontra na fase de elevar os juros. Notem que vários estão com juros negativos. Eu acredito que dentro em breve, essa lista tenderá a uma normalidade de política monetária.


As vendas on line continuam a ganhar a preferência do público de uma maneira geral. Isso tem consequências econômicas importantes, principalmente no resultado deste setor. O gráfico a seguir, dá uma ideia do estrago que a Amazon vem fazendo no mercado americano. Essa é uma tendência estrutural sem possibilidade de retorno. Sendo assim, uma pergunta surge, o que irão fazer esses milhares de vendedores?


Já que o assunto é tecnologia, a pesquisa a seguir classificou o número de vezes que uma pessoa acessa o seu e-mail. Fiquei surpreso com o resultado, quase metade o faz somente 3 vezes ao dia. É verdade que os jovens se enquadram bem nessa categoria, mas até uma certa idade, pois quando começam a trabalhar, é impossível que continuem assim. Sou exceção e vocês?


No post mr-trump-we-have-big-problem, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” Em função desse movimento, vou considerar que estamos num novo canal de alta com os objetivos que havia traçado anteriormente aliquota-alta-imposto-baixo: ...” minhas projeções de alta são 2,90%, depois 3,05 % (meu preferido) e por último 3,20%” ...

 
Considerando os movimentos de ontem, o mercado reagiu de forma abrupta acarretando a queda dos juros de 10 anos, de 2,63% para 2,48%, e isso, PODE TER modificado minhas projeções. Estou frisando bem, pois por enquanto não posso afirmar.

Em análise técnica, nos movimentos de onda 5 – para quem acompanha Elliot Wave, em raras ocasiões ocorrem uma “falha”. E é sobre essa suspeita que preciso ficar atento. Para poder recolher mais pistas, o gráfico a seguir de curtíssimo prazo poderá auxiliar nessa tarefa.


Não vou entrar nos detalhes da análise técnica pois não ajudaria na compreensão do assunto. O que acontecer dentro desse retângulo poderá esclarecer, se a alta de juros interrompeu por enquanto ou os objetivos acima ainda permanecem válidos. Quero ressaltar que minha visão de longo prazo não se altera pela dúvida levantada.

Nós temos uma posição nesse ativo e sugiro elevar para 2,40% o stoploss. Em relação ao trade que estava esperando execução: ...” sugiro uma nova proposta a 2,45%, com o mesmo stoploss 2,30%”..., fica cancelado.

Mudanças bruscas de posicionamento podem parecer estranhos aos leitores. Fica a impressão que não tenho opinião firme. As vezes mudo radicalmente, gerando uma certa insegurança em vocês. Em análise técnica se estabelece uma estratégia, em seguida observa-se o mercado. Se o mesmo vai nessa direção, continue em frente, se não, é obrigatório uma reavaliação, com mudança eventual de posição. Não posso ficar torcendo por causa do constrangimento, custa caro, mexe no bolso.


Com essa postura construtiva e flexível, teremos poucos ganhos substancias e pequenos prejuízos diversas vezes. Essa situação se contrapõe a da análise fundamentalista que não leva em consideração os movimentos do mercado, somente quando fica uma situação gritante. Nesses momentos o analista sempre acha um culpado. Por essa razão uso a seguinte expressão; os economistas mudam de opinião como eu mudo de camisa!

O SP500 fechou a 2.381, com queda de 0,16%; o USDBRL a R$ 3,1164, com alta de 0,42%; o EURUSD a 1,0766, com alat de 0,33%; e o ouro a US$ 1.226, com alta de 0,62%.
Fique ligado!

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