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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Devemos acreditar no FED?

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Ontem foi o dia dos bancos centrais, aqui no Brasil, o BCB reduziu a taxa SELIC em 0,75% como era amplamente esperado, e nos EUA foi disponibilizado a ata da última reunião do FOMC. Vamos começar pelo mais próximo. O BCB tem sido muito criticado pela forma como vem reduzindo os juros. Nos últimos 6 meses, a política monetária foi contemplada por várias conquistas, das quais faço uma breve lista: ·          O governo Temer está se saindo melhor que a encomenda, conseguiu aprovar tudo o que queria, além de propor grande parte das mudanças necessárias; ·          O real se apreciou significativamente e encontra-se nas menores cotações dos últimos 2 anos; ·          A inflação retrocedeu de maneira generalizada, embora os alimentos foi o que mais contribuiu; ·          O risco Brasil no exterior se encontra em níveis pré-crise brasileira. E por que será que a autoridade monetária está tão lenta?  Algo que não é visível para as pessoas comuns é o efeito das taxas de

Alíquota alta - imposto baixo

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Uma das promessas de Donald Trump de diminuir os impostos, pode ter um resultado duvidoso, e menor que o imaginado. As alíquotas de impostos cobradas nos EUA são uma das mais elevadas dos países desenvolvidos, porém as receitas provenientes dessa cobrança são baixas, quando relacionadas ao PIB, como se pode notar no gráfico abaixo. A razão é que as regras de tributação são incrivelmente complexas e tendem a favorecer as grandes companhias com significativa presença no exterior. Elas podem pagar consultoria de empresas especializadas, afim de, gerar alternativas fiscais mais eficientes. Já as pequenas e médias empresas acabam pagando o percentual maior dos impostos, como acaba acontecendo na maioria os países. O JP Morgan calculou qual seria a taxa real paga por todas as empresas considerando vários tipos de deduções. Chegou à conclusão que, de uma alíquota de 35%, ao final se reduz à metade, aproximadamente 18%. Como comentado acima, essa média não se aplica de for

Deutsche - Euro

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Hoje foram publicados os PMI da Europa calculados pela Markit economics . O resultado ficou em 56.0. Essa melhora, vem em linha ao que se observa em outros cantos do mundo. Esse resultado projeta um crescimento agregado do PIB da região em 0,6% no trimestre. Os economistas esperavam um resultado de 54.3. O fluxo de novas ordens e o avanço do otimismo apontam para uma expansão superior nos meses a seguir. Ao interpretar esse último dado, que coloca a expansão europeia próxima das máximas dos últimos 6 anos, o BCE poderá ter que alterar sua política monetária, que atualmente projeta nova injeção de recursos para os próximos meses. O seu Presidente, Mini Mário , novo apelido dado pelo Mosca haja visto sua demora em reagir as evidências, poderá ficar behind the curve , como se denomina essa situação, quando um determinado banco central demora a reagir. O relatório elaborado pela Markit aponta que a diferença entre as recuperações da França e Alemanha foram os preços. Enqua

Reservas for ever!

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Certa vez, quando a inflação era elevada aqui no Brasil, uma reportagem de capa da revista Veja, foi feita com o Presidente do banco central da época. A foto tinha ele a frente sentado numa pilha de dólares. O artigo buscava mostrar que tínhamos reservas suficientes, e qualquer ataque especulativo seria em vão. A matéria também apontou que o volume dessas reservas podia ser considerado elevado. Naquele momento específico eu acreditava que o dólar iria cair e aquela matéria vinha de encontro com minhas crenças (posições? Hahaha ...). Resolvi cutucar o pai de um amigo, que era um cético por princípio. David: E aí Sr. “X” acha que o dólar vai subir com todas essas reservas? Sr. “X”: Você acredita que estas reservas existem? David: Mas esses são dados oficias, representam os depósitos que o BC tem nos bancos! Sr. “X”: Só você para acreditar em contos de fada! Naquela época apostar contra o dólar não era algo muito aconselhável, a política econômica estava desgove

Crescendo no grito

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Normalmente eu passo meu dia de trabalho com a TV ligada no canal da Bloomberg. Para não me atrapalhar, deixo sem som e dependendo de quem está no ar eu acabo ligando o som. Essa rotina já existe algum tempo e diria que raramente interrompo meu trabalho para acompanhar alguma entrevista. Porém, isso mudou, desde a posse do Presidente Trump, não me recordo ter passado nenhum um dia que ele não aparece na TV ao vivo. Tenho imaginado qual seria seu objetivo ao querer mostrar tanta transparência. Certamente tem um objetivo de marketing, algo que ele é muito bom, basta ver o sucesso de sua marca ao redor do mundo. Mas será só isso? Outro fator que também se pode perceber é que trabalha muito, transformou a rotina da Casa Branca num escritório de negócios. É desta forma que os EUA está sendo governado, se vai dar certo ou não, somente o tempo dirá. Ontem foi um desses dias, onde ficou quase 80 minutos numa aparição ao vivo com jornalistas. O principal motivo seria justificar que

Snapchat: Vale ou não vale?

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Durante minha vida profissional já me deparei com algumas situações onde tive muita dificuldade de entender o que se passava. A primeira que me vem a memória aconteceu em 1999 quando a internet estava em ebulição. O negócio do momento chamava-se start up . Uma pessoa do meu relacionamento profissional, me ofereceu a “rara” oportunidade de investir numa dessas empresas. Ao me apresentar os números disse que não deveria me ater ao lucro, pois naquele momento apresentava prejuízo. O importante era o número de hits – pessoas que acessavam o site. Eu perguntei se esse acesso gerava alguma receita e ele me disse que não, porém era como esse negócio era valorizado, numa futura venda através de um IPO. Fiquei intrigado e resolvi refletir durante uma caminhada pela praia. Pensei: “será que fiquei obsoleto? ”. Depois de uma hora de exercício cheguei à conclusão que se entrasse no negócio e o mesmo não fosse bem-sucedido me sentiria um estúpido, e se desse certo seria como ganhar um

Inflação por toda parte

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Parece brincadeira, há um ano o mundo morria de medo da deflação, e somente 12 meses depois, parece que o receio virou de lado. Mas é bastante compreensivo, não se pode ironizar atitudes esquizofrênicas do mercado, pelo menos neste caso. O motivo são os US$ 14,0 trilhões injetados pelo conjunto de vários bancos centrais e que em algum momento deverão ser retirados do sistema. A autoridade monetária mais próxima desse momento é o FED. Não existe nenhum modelo passado para se basear, afim de saber qual seria o momento certo, ou melhor dizendo adequado. Na introdução das injeções de liquidez, bons tempos dos helicópteros, o receio era se esses recursos poderiam induzir uma espiral inflacionária, o que não ocorreu em nenhum país. Depois veio o pavor de entrar num ambiente deflacionário onde as armas dos BCs eram limitadas, a Europa e o Japão flertaram com essa possibilidade. E agora a inflação. Vejamos as últimas observações nesse campo. Ontem foi publicado a inflação na China

Esqueceram mesmo de mim

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Acredito que a grande maioria dos leitores assistiram ao filme Esqueceram de Mim, em suas várias versões. Eu mesmo já referenciei aqui algumas vezes. A história, o próprio nome já diz, se passa com uma família americana com alguns filhos que resolvem passar as férias na Europa e acabam esquecendo um de seus filhos em casa, só percebendo quando chegaram lá. Vocês notaram que desde que o Presidente Trump assumiu pouco se falou da professora Yellen, bem como do FED. O mandato dela termina no início do próximo ano e já se especula, se seria ou não apontada para um próximo mandato. Eu pessoalmente acredito que não, ela é muito diferente do estilo de Trump. Mas até lá ainda faltam 12 meses e o FED indicou que iria subir os juros mais 3 vezes esse ano, o que levaria o FED fund rate para 1,5% a.a. Porém, em função dos erros passados, ao indicar alta dos juros que não se materializaram, está perdendo sua credibilidade com o mercado. No início de 2016 o FED antecipava quatro aume