Desigualdade
Antes de
passar para o assunto de hoje, queria comentar brevemente os dados do ADP
anunciados agora pela manhã. Foram criados 177 mil empregos segundo essa fonte,
e dentro da expectativa dos analistas. O gráfico a seguir não deixa dúvidas, o
emprego encontra-se estável, um pouco inferior a uma média de 200 mil mensais.
Na
sexta-feira será anunciado o dado oficial e não deverá apresentar grandes
surpresas, a razão dessa suposição é a grande relação que guardam esses dois indicadores,
conforme gráfico a seguir.
O fato de que
os bancos centrais proporcionaram bem-estar para os ricos, agora entra em foco.
Até o The Wall Street Journal publica críticas as políticas executadas, que
sugerem que o FED não tem ideia de como a economia EUA realmente funciona,
porque as suas políticas não conseguiram ajudar a maior parcela da população.
A admissão
relutante de que as políticas dos bancos centrais têm enriquecido os ricos,
deixando de beneficiar os 95% da população, é um avanço. Os principais meios de
comunicação perceberam dois fatores importantes sobre a imagem do banco
central. Não acreditando mais que: 1) ele sabe o que é que está fazendo; e 2)
está impulsionando uma "recuperação" que em breve alcançará um nível autossustentável,
ou seja, a economia irá gerar seu próprio crescimento e o FED pode retroceder na
sua política de taxa de juro zero, e todas as suas outras medidas de
flexibilização monetária sem precedentes.
Como um viciado que precisa de injeções cada vez mais fortes
de drogas apenas para permanecer vivo, a economia EUA agora é total e completamente
dependente de drogas para manter-se em pé.
Aparentemente, os economistas do FED foram incapazes de
observar que 3/4 de toda a riqueza financeira é detida pelo top 5% da população,
enquanto o top 1% detém 43%.
Porém, esse
fenômeno não é particular da economia americana. Globalmente, a parte superior
0,7% possui 45% de toda a riqueza e os 8% detém 85% de toda a riqueza:
Enquanto os
gastos da última camada, compreende 95% da população está estagnada. Os gastos
do topo da pirâmide - 5%, são os que se beneficiaram com o bem-estar.
O banco central
só pôde fazer uma coisa, proporcionar bem-estar monetário para os ricos. Agora
que o banco central tem enriquecido os mercados obscenamente, distorcendo os
preços dos ativos globalmente, e também viciado a economia a crédito barato, os
principais meios de comunicação e os “financistas” estão finalmente admitindo
que se enganaram, pois tudo não passou de uma forma de beneficiar os ricos.
O gráfico a
seguir ilustra como a tão anunciada classe média americana, motor do
desenvolvimento americano na segunda metade do século passado, vem encolhendo
marcadamente, dando espaço para a “upper
middle class”, que mais poderia ser vista como o novo rico.
No post brexit-o-mercado-estava-errado, fiz os seguintes comentários sobre o
ouro: ...” Eu anotei em verde o que eu
espero, uma queda até US$ 1.250, ou no próximo ponto a US$ 1.210. Em alcançando
esses preços, é bem provável que darei sugestões de compra nessa região”
Parece que o ouro resolveu se mexer no sentido que o Mosca esperava, hoje pela manhã chegou
muito próximo. Na sua cotação mínima, entraria “on sale” a US$ 1.299. Talvez aconteça nos próximos dias.
- David, você está
feliz só porque o ouro caiu US$ 35? Isso é menos de 3%!
Você tem toda
razão, para um ativo como o ouro, 3% era oscilação que acontecia dento do mesmo
dia, em diversas ocasiões. Mas a situação mudou e agora esse tipo de variação
não é pequena. Sua pergunta me fez pensar o que é que poderia acontecer para
que o mundo ficasse mais “normal”. Imediatamente veio a ideia da inflação,
assunto levantado nas reuniões semanais da Wealth Management que participo. Se
esse excesso de liquidez gerar um movimento inflacionário mais forte que o
desejado pelos bancos centrais, a reação das autoridades monetárias poderia
surpreender todo o mercado, fazendo com que a volatilidade subisse
significativamente.
Pelo momento
prefiro trabalhar sem esse cenário, pois nada aconteceu ainda, para que esse
receio se torne mais do que isso, uma hipótese. Por enquanto é um mundo quase
sem volatilidade.
O SP500 fechou a 2.170, com queda de 0,24%; o USDBRL a R$ 3,2268, com queda de 0,44%; o EURUSD a 1,1156, com alta de 0,13%; e o ouro a US$ 1.310, sem variação.
Fique ligado!
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