Dima: Vai ou fica?


O Estadão publicou no último domingo um quadro que expõe a situação atual em relação aos votos contra e a favor do impeachment. Segundo essa fonte existe 261 a favor e 117 contra. Entre indecisos, não quiseram se manifestar, e não localizados, somam um total de 135.



Para que o processo não siga em frente, o governo terá que obter 171 votos contra o impeachment, ou esses deputados faltarem no dia da votação. Essa última opção pode ser cômoda para alguns parlamentares, pois não se queimam com o governo, nem com seus eleitores, basta usarem o argumento que todas as crianças usam, ficar com dor de barriga!

Com esses números, com mais 54 votos, o impeachment não passa, isso representa 40% dos deputados que ainda não se posicionaram.

Nestes últimos dias, o governo abriu suas torneiras e saiu à caça desses votos, oferecendo mundos e fundos, disse que, até um cheque de R$ 1,5 milhão no bolso é ofertado.

Não é para menos que, na última semana intensificaram as manifestações a favor da Dilma, em vários locais e dias para que fique a impressão que não estão em minoria.  Enquanto que os contra a Dilma, excluindo a saída do PMDB, nada mais fizeram.

Existe um sentimento entre as pessoas que querem ver o PT longe, onde a chance de o impeachment passar, caiu. Uma análise mais fria dos números indica esse ceticismo, a opção da falta do deputado, permite uma espécie de saída honrosa para os políticos que preferem não se posicionar, com medo de perder as benesses do governo.

Mas o que acontece se a Dilma ficar? Acredito que uma onda de pessimismo aumentará na nação, e a recessão que já não é pequena tenderá a se aprofundar. Mas teremos que esperar 2018? Não acredito, pois pelo lado dos que querem a retirada da Dilma, novas ações poderão ganhar força, inclusive a do TSE que tiraria Dilma e Temer do poder. Do lado do governo, uma proposta vem sendo ventilada, a de que Dilma renunciaria a favor de um novo plebiscito em 90 dias, onde Lula poderia concorrer.

Todas essas hipóteses tem uma probabilidade indefinida, pois são ideias que podem morrer em 24 horas.

Nesse final de semana enviei a alguns leitores minha nova previsão do dólar. A reação foi imediata: ...”mas é com Dilma, ou sem Dilma? ”... Um deles se atreveu a dar seu prognóstico: ...” com R$ 3,00, sem R$ 6,00! ”... Minha reposta foi que, para a análise técnica essa informação não é relevante, e na verdade é o contrário, as cotações vão gerar explicações.

Vou começar com o ‘dólar- dólar’, no post o-Brasil-na-liderança, fiz os seguintes comentários sobre o dólar index – DXY: ...” Depois de o DXY, durante janeiro e meados de fevereiro, ter ensaiado uma queda, nas últimas duas semanas ele vem recuperando parte do terreno e aproxima-se do nível importante de 100,50”...


Mas o índice reverteu a alta e rompeu a linha vermelha que parecia conter as cotações dentro de um triângulo.


Podemos esperar uma queda até o nível de 93 (1), ou até 90 (2), para que a partir daí retorne o movimento de alta. Como o euro representa 57% do DXY, o movimento da moeda única deve ser ao contrário – de alta, razão de nossa posição.

Já em relação ao real, que acompanho mais assiduamente, minha análise deste final de semana confirma o que venho dizendo. No post alta-tensão fiz os seguintes comentários: ... "Eu só posso dizer que o real vai cair mais, se negociar abaixo da mínima de R$ 3,57, antes disso é palpite"... ..."acredito que a mais provável é entre R$ 3,40 - 3,45."...

O gráfico a seguir aponta os dois intervalos em que acredito que o dólar poderá atingir proximamente.


O primeiro nível seria em R$ 3,45 (1) e o segundo R$ 3,25 (2), ambos têm méritos técnicos que os justificam. Abaixo disso, algo mais profundo aconteceu e não pretendo fazer essa análise até que aconteça.

Agora se algum leitor quiser associar uma relação política a essas cotações, fique à vontade, mas não é o que o Mosca vai fazer. Um fator importante que se deve levar em consideração é que, as contas cambias brasileiras, como venho repetindo com frequência, estão ótimas, nenhum centavo de perda de reservas até o momento. Também considere que, o estoque de swap do BC, que vem renovando menos do que vence, já deve situar-se abaixo de US$ 100 bilhões. E por último, o risco Brasil caiu lá fora.


Se mesmo assim, alguém encontrar um bom modelo matemático, que explique essa relação, enviei para o Mosca, que eu publico.

O SP500 fechou a 2.066, com queda de 0,32%; o USDBRL a R$ 3,6220, com alta de 1,96%; o EURUSD a 1,1392, sem alteração; e o ouro a US$ 1.215, com queda de 0,55%.
Fique ligado!

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