Medo de crescer

O que eu vou relatar hoje, também era opinião do meu pai. Quando somos jovens é normal criticar nossos pais, argumentando que os tempos mudaram e que eles não entendem a "nova" geração, são quadrados! Não poderia ser diferente com meus filhos e acredito com a maioria de vocês, que têm filhos com idade acima da adolescência. Mas agora é diferente, os jovens ficaram muito dependentes de seus pais, o que não aconteceu na minha geração.

Eu credito este fato a duas mudanças sociais que provavelmente são as causas principais: o grande número de casais separados e as mulheres fazendo parte da força de trabalho. O subproduto de ambos levou a um sentimento de culpa dos pais, que para compensar tendem a exagerar sua proteção aos filhos. Isso faz com que eles não cresçam e, portanto ficam despreparados para enfrentar situações mais difíceis da vida. Eu enxergo isso como um grande problema, e não sei como eles vão se virar quando da ausência de seus pais.

- David, sempre achei que você tem uma tendência para ser sociólogo ou psicólogo! Não esqueça de suas próprias palavras, bolso!
Depois de tanto tempo, você já me conhece bem, gosto de psicologia e minha analista que se cuide, um dia tiro o cargo dela! Hahahaha....

Um estudo da Goldman Sachs apontou o elevado nível de jovens americanos, com idade entre 18 -34 anos, que vivem com seus pais.
Como pode-se notar, houve um aumento depois da crise de 2008, e ao final de 2014 parecia retroceder, porém manteve-se estável. Ao analisar os vários grupos dentro desta faixa etária, concluíram que não existe diferença entre os que estão empregados com os que não estão, o que os deixou perplexo. A dúvida pode-se resumir em: Se a economia americana está melhorando, por que estes jovens permanecem morando com seus pais?

Apontaram três possíveis causas: Pesquisadores do New York FED encontram evidências que o crescimento da dívida dos estudantes e baixos scores de crédito contribuíram para o elevado índice de jovens morando com seus pais; segundo que a idade média que o americano está casando elevou-se em 1,8 anos; e por último a relação entre o valor do aluguel vis-a-vis o salário, encontra-se nos níveis mais elevados historicamente, especialmente para os mais jovens.
Para resumir, um mercado de trabalho terrível para a geração mais jovem, com uma elevação do número de mais idosos no mercado de trabalho. Eles não podem se aposentar com suas poupanças, haja visto o nível de remuneração muito baixo dos títulos de renda fixa. Esta é uma concorrência que inexistia anos atrás.

Seria  muito difícil para um banco usar o argumento que os jovens ficaram mais dependentes, com medo de tomar decisões em suas vidas, como morar sozinho e arcar com os custos implícitos. Mas certamente esta também é uma das razões, e que tem impacto na economia, principalmente na área imobiliária.

Hoje foi publicada uma prévia dos dados de emprego pelo instituto ADP, com uma criação de vagas de 185.000, abaixo das expectativas.
Como já havia mencionado, na sexta-feira será publicado o dado oficial. Na última ata, o FED foi explícito que o mercado de trabalho precisa de "some" melhora e não piora, para subir os juros. 

No post zona-de-rebaixamento, fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ...Parece que tem um imã na linha azul, que sempre que o SP500 ameaça cair abaixo dela, ele entra em ação... ...Apostar na alta ou na baixa neste ativo, é como ir a uma mesa de roleta e apostar no vermelho ou preto. Na verdade não é exatamente igual, pois a alta neste caso tem uma chance um pouco maior. Mas como este é um momento delicado por vários outros indicadores técnicos, é muito perigosa esta aposta, pelo menos agora. Fiquem de observadores...
Parece que o imã ficou até mais forte, a dispersão diária em torno da reta azul diminuiu nos últimos dias. Será que o mercado está esperando os dados de sexta-feira e decidir para que lado vai? 

A ilustração a seguir sobre como a economia e o FED estão caminhado, parece bastante sugestiva, lembra a frase o ovo ou a galinha.
Como já mencionei, acredito que o FED já "decidiu" subir os juros em setembro, e só um dado horrível irá demove-lo disso.

o SP500 fechou a 2.099, com alta de 0,31%; o USDBRL a R$ 3,4855, com alta de 0,43%; o EURUSD a 1,0904, com alta de 0,31%; e o ouro a US$ 1.084, com queda de 0,28%.
Fique ligado!

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