14 semanas de desamor

Depois das comemorações relativas ao milésimo post, estamos de volta a realidade. E é simples, o compromisso é com o bolso! Queria antes de tudo agradecer as mensagens que recebi de vários leitores, elas são muito importantes para a continuidade do meu trabalho, obrigado!

Um filme que fez muito sucesso nos anos 80 foi 9 e 1/2 semanas de amor, estrelado por Kim Bessinger e Mickey Rourke, uma versão antiga dos sessenta tons de cinza, mas muito melhor. O romance entre os dois começa com um tórrido caso. Elizabeth (Bessinger) mergulha profundamente no relacionamento, com a intrigada personalidade misteriosa do obsessivo John (Rourke). Recheado de cenas picantes e sadomasoquistas, recomendo para o feriadão.

Já se passaram 14 semanas desde que a extensão de recursos foi negociada com a Grécia. Durante este período de idas e vindas, conversas sobre reforma, rumores e desinformação rondaram as negociações entre a dupla pop-star e a Troika. Ontem à noite, os líderes dos credores se reuniram em Berlim, e só tinha peso pesado: Angela Merkel, Francoise Hollande, Mario Draghi (ECB), Cristine Lagarde (FMI), Jean Claude Juncker (Comissão Européia), seu objetivo foi o de apresentar uma posição unificada definitiva.

Hoje pela manhã este documento foi entregue ao governo Grego, onde os governos da zona do euro concordaram em pressionar a Grécia, para que alcance revisões gerais econômicas, enquanto o FMI aliviou sua insistência, para que a Europa ofereça compromissos explícitos sobre a carga da dívida grega. O elevado grau de endividamento continua a ser um item controverso entre a Alemanha e os credores europeus, mas parece não estar comprometendo a proposta feita pelos credores.

Por outro lado, o Governo Grego deverá enfrentar demandas por reformas difíceis do sistema de previdência, leis trabalhistas e outras áreas, bem como a insistência dos credores sobre as medidas orçamentárias dolorosas, para que a Grécia tenha um superávit fiscal. Do outro lado, Tsipras disse aos repórteres, que apresentou seus próprios termos para um acordo entre as instituições européia e o FMI.

Na sexta-feira a Grécia terá que fazer um pagamento de 300 milhões de euros para o FMI, e Tsipras disse que tem caixa para pagar, indicando que o problema só deverá ocorrer em julho, onde existem valores mais substancias vencendo. Isso faz parte de sua estratégia de negociação, dizendo que o próximo pagamento não tem como honrar e, quando chega perto, raspa o tacho e surge o dinheiro, estendendo a negociação. Até a hora que não tiver mais caixa nenhum.

O movimento efetuado pelos credores pode dar a conotação de um ultimato, mas funcionários europeus dizem que o Primeiro-Ministro grego terá pouco espaço para negociar e deve aceitar ou rejeitar os termos propostos.

Se isso não é um ultimato, eu não sei o que é! Mas, parece que o sofrimento da negociação está chegando aos seus dias finais. Diferentemente do filme, onde pelo menos pelas 9 e 1/2 semanas houveram momentos muito bons, no caso da Grécia só houve momentos ruins, pois a dupla pop star está disposta a "peitar" seus credores, acreditando que não teriam coragem de expulsá-la do euro. Parece não ter dado muito certo. Com isso, colocaram seu país absolutamente sem um centavo de euro, induziram uma corrida bancária que ainda não atingiu seu ápice e acentuaram a recessão, enquanto o resto da Europa já começa a se recuperar. Não recomendo "As 14 semanas de desamor" para o feriadão, afinal ela nem terminou! Hahahaha...

Esta semana é curta por conta do feriado de Corpus Christi, mas na sexta-feira será publicado os dados de emprego nos USA, informação que sempre pode mexer com os mercados. Eu não pretendo publicar se nada de muito importante acontecer, caso contrário, poderá haver uma edição especial.

Hoje foi divulgada a emissão de um título da Petrobrás de 100 anos de vencimento. O volume colocado foi de US$ 2,5 bilhões, porém a demanda foi enorme cerca de US$ 13 bilhões, segundo o Estadão. A rentabilidade foi módica de 8,45% a.a.! Para um mundo de juros 0% é um grande negócio para quem compra.  Na minha opinião foi um sucesso, pois com tantas coisas contra ela, inclusive um elevado risco de insolvência. Mesmo pagando juros elevados, a colocação é surpreendente, afinal  "juros altos são aqueles que não se consegue empréstimos". Um voto de confiança ao Brasil, pois o comprador sabe que o Governo brasileiro é o maior acionista e acredita que não deixaria a empresa quebrar.

No post o-termômetro-estava-quebrado, fiz os seguintes comentários sobre o euro ...Atente-se primeiro as marcações em azul - cenário 1. O euro chegou a negociar na mínima desta nova baixa a 1,08, tudo bonitinho - by the books. Acontece que a recuperação nessas últimas horas é muito fraca, o que me deixa na dúvida se, não estaria tomando fôlego para seguir o caminho em vermelho - cenário 2. Nesse cenário, o nível de 1,048 é crucial, caso negocie abaixo, vou mudar 360 graus e partir para venda do euro... E postei o gráfico a seguir.
Eu recebo muitas críticas, e porque não gozações, quando explicito dois cenários antagônicos. Recebo comentários do tipo: "Assim você acerta sempre, pois diz que o mercado pode subir, mas também pode cair". Tento enfatizar que deixo a porta aberta, em momentos que a análise técnica indica dubiedade, assim não tenho viés.

Vamos aproveitar esse caso do euro como ilustrativo. Eu já tinha explicitado minha preferência para comprar euros, e estava aguardando um melhor momento. Acontece que a recuperação apontada em azul denominei de muito fraca. A moeda única está numa correção, assim tenho a obrigação de analisar outras hipóteses, traçada em vermelho. Agora, vamos vejamos o que aconteceu.


Do mesmo jeito que o primeiro movimento tinha sido fraco, o de hoje foi forte e animador. Mesmo não tendo os elementos completos para indicar que uma alta está em curso, vou arriscar comprando, com a seguinte tática:
1) 20 % agora neste preço 1,1120;
2) 40% no nível de 1,1085 e;
3) 40% no nível de 1,1050.
o nível de stop deverá ser colocado em 1,1000, para toda a posição.

Vejam que agindo desta forma, com risco mais baixo de erro, fico a vontade para assumir qualquer direção. Procuro não me aventurar em "palpites" porque eles sempre existem. Espero o mercado dar indicações mais seguras de uma direção, para aí sim tomar uma posição.

O SP500 fechou a 2.109, com baixa de 0,10%; o USDBRL a R$ 3,1296, com queda de 1,10%; o EURUSD a 1,1152, com alta de 2,02%; e o ouro a US$ 1.193, com alta de 0,33%.
Fique ligado!


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